Nos últimos dias surgiram informações na mídia coreana que
PyeongChang 2018 estaria cogitando a possibilidade de estender o revezamento da
tocha até a Coreia do Norte. Entretanto, a informação foi negada pela
organização do Jogos, que alegou que o país não faz parte dos planos.
Devido a tensão cada vez mais crescente entre os dois
países, existe uma vontade enorme dos oficiais do COI em garantir a
participação da coreia do Norte nos Jogos de PyeongChang como forma de
demonstração do poder de união que o esporte pode proporcionar. A vontade de
contar com a participação da Coria do Norte também é compartilhada pelo
presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. Ele teria pedido insistentemente a
participação norte-coreana nos Jogos realizados em seu país e afirmou que as
portas estarão sempre abertas “até o último minuto”.
A imprensa sul-coreana vem especulando que o revezamento da
tocha poderia visitar a capital do pais, Pyongyang, ou o resort nas montanhas
de Monte Kumkang, na fronteira entre as Coreias. “Houve conversas consistentes
nas reuniões do Comitê Olímpico Internacional aqui para enviar a tocha ao Monte
Kumkang ou a Pyongyang durante os momentos finais do revezamento na Província
de Gangwon, levando a distância e o tempo em consideração”, teria afirmado uma
fonte ao Korea Herald. Entretanto, devido à crise entre os país cada vez maior,
as negociações estariam paralisadas. “As negociações do Comitê sobre o plano
estão suspensas devido a circunstâncias diplomáticas. Elas devem retomar assim
que os laços entre as Coreias se recuperem”, garantiu a fonte.
O comitê organizador do revezamento negou as tratativas
sobre o tema e garantiu que, no momento, a Coreia do Norte não faz parte dos
planos atuais para o revezamento, mas ressaltaram novamente que o governo
sul-coreano está aberto para o diálogo sobre a participação de seus vizinhos em
PyeonChang. Ainda foi dito que o percurso está em fase final de planejamento e
em breve novas informações sobre o revezamento serão passadas.
A chama olímpica será acesa nas ruínas da ancestral Olímpia,
na Grécia, no dia 24 de outubro deste ano. Em seguida ela será transportada para
o estádio Panatenaico, onde, no dia 31, será passada para autoridades da Coreia
do Sul, dando início ao revezamento no país asiático. Já na Coreia a tocha
percorrerá 2.018 quilômetros, passando por 17 cidades e
províncias, sendo carregada por 7.500 pessoas, até chegar no estádio da
cerimônia de abertura em PyengChang, em 9 de fevereiro de 2018.
Embora o presidente Moon tenha assumido o governo da Coreia
do Sul em maio defendendo um maior diálogo com os vizinhos ao norte, as
relações ente os países estão cada vez mais complicadas, devido aos testes com
mísseis balísticos intercontinentais capazes de transportar ogivas nucleares. Recentemente
a Coreia do Norte prometeu retaliar os Estados Unidos após o país ter redigido
novas sanções nas Nações Unidas contra os norte-coreanos devido aos testes
secretos com energia nuclear. Acatadas pela ONU, as novas sanções reduzirão as
exportações da Coreia do Norte.
Nas Olimpíadas de Seul em 1988, a Coreia do Norte boicotou o
evento. Em 2004 as duas Coreias chegaram a desfilar juntas na abertura dos
Jogos Olímpico de Atenas, mas competiram separadamente. Em eventos recentes
realizado pelos sul-coreanos, a Coreia do Norte também competiu, como no Jogos
Asiáticos de 2014, em Incheon.
As chances da Coreia do Norte classificar atletas para os
Jogos no país vizinho são muito pequenas. Atualmente a única chance real que
resta é nas duplas da patinação artística, com Ryom Tae-ok e Kim Ju-sik ou através de convites feitos
pelas federações internacionais cobrindo as cotas continentais.
Foto: LaPresse/Reuters
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