Últimas Notícias

Mundial de Atletismo Paralímpico 2017 - Dia 2

Com direito a recorde mundial o Brasil conquistou no sábado (15) três medalhas no Mundial de Atletismo Paralímpico, que está sendo disputado em Londres (GBR).

Petrucio Ferreira foi  medalhista de ouro dos 100m T47 (amputados de braço) no Mundial de Atletismo Paralímpico, em Londres (Grã-Bretanha). O paraibano de 19 anos não só venceu a prova, como também melhorou seu próprio recorde mundial, com 10s53. Vale ressaltar que Petrúcio faz, na capital inglesa, sua estreia em Mundiais. O segundo lugar também foi para um brasileiro: Yohansson Nascimento. 

A antiga marca era de 10s57 e havia sido estabelecido na conquista do ouro nos Jogos do Rio 2016. Petrúcio espanta, desta maneira, o fantasma que o assombrou no último Mundial, em Doha 2015. A apenas dois dias da estreia na competição, ele sentiu uma lesão na coxa direita que o impediu de correr. Agora, de forma dominante, deu a volta por cima. Na  semifinal, ele já havia cravado o novo recorde campeonato, com o tempo de 10s67.   

"Essa medalha de ouro é tão importante quanto a que eu venci no Rio, no ano passado. Era um título que eu não tinha. Em 2015, fui para Doha, mas acabei me machucando. Então sabia que tinha de correr atrás desta conquista", disse o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo.  

Petrúcio ainda consolida-se como o segundo paralímpico mais rápido da história. Ele está atrás apenas do irlandês Jason Smyth (T12 - baixa visão), que tem o tempo de 10s46. O brasileiro volta à pista na próxima sexta-feira, 21, para a disputa dos 200m - dos quais também é recordista mundial. 

A festa brasileira foi ainda maior, já que Yohansson Nascimento foi o medalhista de prata. Ele cravou o tempo de 10s80 e  faturou sua nona medalha em Mundiais de Atletismo (três ouros, quatro pratas e dois bronzes). Fechou o pódio o polonês Michael Derus, que registrou 10s81. 

"Essa dobradinha era para ter vindo no Rio 2016! O polonês me venceu por três milésimos, mas agora eu dei o troco. Estou muitíssimo feliz de mais uma vez dividir o pódio com o Petrúcio. Já são doze anos de atletismo e nove medalhas em Mundiais. É uma marca histórica", afirmou o alagoano, de 29 anos, que nasceu sem as duas mãos. 

O sul-matogrossense Fabrício Júnior encerrou a participação dos brasileiros no dia com a quarta posição na final dos 100m T12 (baixa visão). Ele fez o tempo de 11s14 e ficou a apenas cinco centésimos do espanhol Joan Munar, medalhista de bronze. A vitória ficou com o cubano Leinier Savón, atual campeão paralímpico, com 10s72. A prata foi para o sul-africano Ndodomzi Ntutu (11s01). 

Jonas Licurgo é prata no dardo
Jonas Licurgo conseguiu a prata no lançamento de dardo classe F55, após um início difícil de prova. A medalha veio com a marca de 29,05m - obtida apenas no seu penúltimo lançamento. Anteriormente, Jonas havia queimado três das quatro primeiras tentativas. O ouro ficou com o sérvio Milos Zaric, que registrou 30,83m. Yaser Elsayed, do Egito, fechou o pódio, com 28,63m. 

"Não tinha o que fazer. A prova já estava perdida, pelo fato de eu estar com uma cadeira cuja barra de apoio se movimentava muito, então eu dificilmente teria chance de lançar bem. Mas consegui ainda validar uma marca que me deu a oportunidade de ir para a segunda fase. Foi aí que um atleta de outro país pôde me emprestar a cadeira dele. Eu tive uma segunda chance, então, e aí consegui fazer a marca que me deu a medalha de prata", disse o atleta, emocionado, após a prova. 

Momentos depois da disputa, Jonas soube que quem o ajudou foi o grego Charalampos Varytimidis, que ficou com a nona colocação. O brasileiro manifestou a ideia de levá-lo à cerimônia de premiação, que ocorrerá antes da sessão da tarde deste sábado. 

Jonas ficou paraplégico em 2000, ao levar um tiro enquanto exercia sua função como policial militar. Dois anos mais tarde, começou a praticar esportes apenas por lazer. Passou pelo basquete, pela natação e pelo handebol. Em 2010, experimentou o atletismo e, um ano depois, já estava competindo nas principais provas nacionais.

Além deles, Elizabeth Gomes ficou com a quinta colocação no arremesso de peso, classe F55. Bronze neste evento no Mundial de Doha 2015, a brasileira fez a marca de 6,83m e ficou com a quinta posição. O ouro ficou com Diana Dadzite, da Letônia, com 8,01m. Por fim, Ricardo Costa fez o tempo de 11s60 nas eliminatórias dos 100m T11 (cego total), e não classificou-se para a decisão. 

Foto: CPB


0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar