O campeão olímpico na prova dos 800 metros,
em Los Angeles 1984, Joaquim Cruz atualmente treina a equipe de atletismo dos
Estados Unidos de para-atletas. Para ele, aos brasileiros, o que falta é que se
treine com o objetivo de ser campeão e não de competir.
“Infelizmente só temos essa cultura de
vencedores no futebol. O Brasil perdeu feio a Copa, mas antes ninguém esperava
um segundo lugar. Não existe segundo lugar em Copa do Mundo. Nós vivemos no
país de futebol e temos essa cultura, mas quando se fala em atletismo, ninguém
pensa dessa forma. Só falo em pódio com meus atletas nos Estados Unidos. No
Brasil, ninguém fala em preparar o atleta para subir ao pódio. Não tem essa
cultura. Ganhar ouro nas Olimpíadas não é fácil, mas se não nos preparamos para
isso, não acreditarmos, não vai acontecer”, comentou o medalhista de Ouro.
(Foto: Leonardo Filipo)
O Instituto Joaquim Cruz atende crianças e
adolescentes e tem dois programas: o Clube dos Descalços (projeto social) e o
Rumo ao Pódio Olímpico, que prepara fundistas e meio-fundistas para os Jogos de
Tóquio 2020. O campeão olímpico tenta passar aos garotos a filosofia que
aprendeu nos Estados Unidos e o levou ao ouro em Los Angeles. Ainda que de
longe, ele também acompanha a preparação dos brasileiros para o Rio 2016 e vê
nessa falta de cultura de vencedores uma grande barreira no caminho rumo às
medalhas olímpicas.
Joaquim Cruz vê, hoje em dia, o nome de
Fabiana Murer como o principal do atletismo brasileiro, e que lutará por
medalha, ano que vem: “Temos a Fabiana, do salto com vara. Se ela conseguir se
manter saudável até os Jogos Olímpicos, pode corrigir o erro que cometeu em
Londres (campeã mundial em 2011, a saltadora teve problemas com o vento e
sequer foi à final dos Jogos de 2012). Ela tem base para isso. Os outros... Vai
ser muito difícil. Vai depender do resultado deste ano”
Fonte: globoesporte.com
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