O adestramento tem três competições entre o fim de abril e meados de
maio no Complexo Esportivo de Deodoro, no Rio de Janeiro. E a terceira
delas será a mais importante para João Victor Marcari Oliva, porque
valerá para tentativa do cavaleiro de conseguir pela segunda vez o
índice mínimo de 64% de acerto, estabelecido pela Federação Equestre
Internacional (FEI) para os atletas disputarem os Jogos Equestres
Mundiais em Caen, na França, entre 30 de agosto a 7 de setembro.
João Victor já fez o índice, que precisa ser ratificado, para ser
considerado apto a participar dos Jogos Equestres Mundiais em Caen.
“Preciso fazer o índice mais uma vez para poder disputar vaga na equipe
brasileira”, explica o cavaleiro de 18 anos.
João Victor vem de bons resultados nos Jogos Sul-Americanos de
Santiago, no Chile, com o cavalo “Xamã”, um animal “mais novo, mais
forte, mais moleque e brincalhão” do que “Signus”, com o qual estará nas
competições do Rio de Janeiro.
São oito torneios do adestramento no total. Cinco foram realizados no
ano passado, mas nem todos valem para tentativa de índice. Das três em
Deodoro — 24 a 27 de abril, 1º a 4 de maio e 22 a 25 de maio —, apenas o
último terá juiz internacional, para a validação do índice.
“Já competi em Deodoro. Alíás, assisti às provas dos Jogos
Pan-Americanos de 2007, que foram lá”, diz João Victor, que só não pôde
fazer a segunda tentativa de índice porque na véspera do Campeonato
Brasileiro, no ano passado, teve de passar por uma cirurgia na mão
esquerda. “Agora, preciso do índice, nessa terceira competição, quando
haverá juiz internacional, para a FEI me considerar apto para ir aos
Jogos Mundiais.”
Os brasileiros agora contam com a técnica belga Mariette Withages,
que foi juíza olímpica e presidente da Comissão de Adestramento da FEI. A
treinadora foi contratada pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH)
com recursos de convênio do Ministério do Esporte. Mariette deu clínica
em Araçoiaba da Serra, em São Paulo, em fevereiro, com atletas e equipe
multidisciplinar, antes de viajar com o time brasileiro para os Jogos
Sul-Americanos de Santiago.
“Gostei dela. A Mariette foi uma das mais importantes juízas do
mundo. É muito boa, tecnicamente falando, mas, para nós, é muito
importante porque tem a visão do juiz. É prática, nos ensina o que os
juízes vão analisar. E é parceira”, diz João Victor, que no Brasil
treina em Araçoiaba, com Rogério Clementino, cavaleiro olímpico e, no
Exterior, com o alemão Norbert van Laak.
Medalhas como motivação
João Victor sai da escola direto para o haras, onde também treina seu
irmão, Antônio Victor, “mas ainda não diariamente, como profissional”,
ressalta João Victor. Além da parte técnica, é necessária ainda a
preparação física, que, apesar de não parecer algo tão importante no
hipismo, é fundamental no adestramento, segundo o cavaleiro.
As medalhas nos Jogos Sul-Americanos foram uma motivação a mais, de
acordo com João Victor, para tentar vaga na equipe brasileira que irá
aos Jogos Mundiais de Caens. No Chile, o adestramento do Brasil somou
três ouros — um por equipes (com Leandro Silva, João Victor Marcari
Oliva, João Paulo dos Santos e Pia Aragão) e dois no individual (com
Leandro Silva na série principal e João Victor Marcari Oliva, na
intermediária) —; duas pratas (João Victor, na série principal, e João
Paulo dos Santos, na intermediária) e dois bronzes (João Paulo, na
principal, e Leandro, na intermediária).
Foto: Ricardo Monteiro/CBH
Fonte: Ministério do Esporte
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