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Guia: canoagem velocidade do Brasil abre ciclo olímpico de LA 2028 com misto de veteranos e jovens na Copa do Mundo de Szeged

A canoagem velocidade estreia a temporada internacional da canoagem olímpica nesta sexta, 16 de maio, com a disputa da Copa do Mundo Szeged, na Hungria. O torneio contará com cinco brasileiros, incluindo o campeão olímpico Isaquias Queiroz, nas provas de canoa. O Surto preparou um guia com informações sobre o esporte e a competição, além de analisar a primeira convocação do ciclo olímpico de Los-Angeles 2028, confira.

Foto: Alexandre Loureiro/COB

O esporte


A canoagem velocidade é praticada em barcos do tipo canoa (C) e caiaque (K), e o objetivo é percorrer a distância definida no menor tempo possível. Atualmente, até nove atletas participam de cada bateria, separados por raias.

No caiaque, o canoísta rema sentado, com as pernas esticadas, utilizando um remo de duas pás, alternando o movimento entre bombordo e estibordo a cada remada. Já na canoa, o atleta rema ajoelhado com um remo de pá única, escolhendo um lado para realizar a impulsão na água.

Na canoagem velocidade, são disputadas provas nas distâncias de 200, 500, 1000 e 5000 metros, em embarcações com um a quatro atletas. Em torneios brasileiros, a prova de 3000 metros substitui a de 5000 metros.

As classes são divididas em quatro critérios: tipo de embarcação (C ou K),  número de atletas (1 a 4), gênero (M [masculino] ou W [feminino]) e distância. Por exemplo, a canoa feminina com duas remadoras em meio quilômetro é identificada como C2W 500m, enquanto o caiaque masculino com quatro atletas em um quilômetro é o K4M 1000m.

Para os Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, nos Estados Unidos, o comitê organizador definiu as seguintes provas a serem realizadas no Estádio Marítimo em Long Beach, LA:

  • C1M 1000m, C2M 500m, K1M 1000m, K2M 500m, K4M 500m
  • C1W 200m, C2W 500m, K1W 500m, K2W 500m, K4W 500m

A modalidade dará o pontapé inicial no circuito internacional da canoagem olímpica com a disputa da Copa do Mundo de Szeged, na Hungria, entre os dias 16 e 18 de maio. A competição é parte do circuito internacional da canoagem e serve como forma de preparo para o Mundial, além de distribuir pontos para o ranqueamento, títulos e premiação. O torneio conta com provas olímpicas e as que não estão no programa dos Jogos, abrangindo uma maior quantidade de atletas.

A transmissão do torneio será via sistema pago da Federação Internacional de Canoagem (ICF).

O quinteto formado pelo campeão olímpico Isaquias Queiroz (CRF), os jovens Gabriel Assunção (CRF), Mateus Nunes Bastos (CRF) e Filipe Vieira (ACC), e o veterano Jacky Godmann (ACI), disputará provas de canoa (C1, C2 e C4).

Provas dos brasileiros:
  • C1 500m - Isaquias Queiroz e Gabriel Assunção
  • C1 1.000m - Isaquias Queiroz
  • C1 5.000m - Mateus Nunes
  • C2 500m - Isaquias/Gabriel e Filipe/Jacky
  • C4 500m - Gabriel/Jacky/Filipe/Mateus

A novidade para o ciclo é a criação do ranqueamento internacional da canoagem velocidade, idealizado pela ICF. O novo sistema vai priorizar provas de C1 e K1, distribuindo 1.000 pontos para os vencedores. Já nas provas de 2 e 4 atletas, o cálculo será de 900 e 800 pontos para cada remador no barco campeão, respectivamente.

Os principais torneios - olimpíada e mundial - vão valer 1.5x a pontuação, portanto o vencedor vai receber 1.500 pontos. Já em torneios de Copa do Mundo (1x), eventos continentais (0.7x) e de ranqueamento (0.5x), o canoísta será menos recompensado.

Este ano, além da Copa do Mundo em Szeged, a canoagem mundial vai contar com mais uma Copa em Poznan, na Polônia, e os mundias sênior, em Milão, na Itália, e o júnior e sub-23, em Montemor-O-Velho, em Portugal. Nas américas, torneios pan e sul-americanos também serão realizados.

Experiência dos veteranos


O Brasil inicia a caminhada para Los-Angeles 2028 com misto de experiência e juventude, mas centrado apenas na canoa masculina. O experiente Isaquias Queiroz é o grande nome da equipe e será, entre os brasileiros, o principal favorito a medalhas na Copa do Mundo. O ubaitabense é dono de um ouro, três pratas e um bronze olímpicos, além de sete títulos mundiais e três pan-americanos.

Após um ciclo conturbado até a prata em Paris-2024, na França, o baiano vai a olimpíada estadunidense em busca do segundo ouro olímpico da carreira. A presença de Isaquias na equipe é essencial, o brasileiro será além de atleta, espelho e inspiração para os jovens canoístas que buscam evoluir no ciclo.


Veterano na equipe nacional, o baiano Jacky Goodman está garantido nos primeiros passos da seleção em direção a LA. Natural de Itacaré, o canoísta tem como o melhor resultado olímpico a quarta colocação no C2M 500m em Tóquio-2020, no Japão, junto de Isaquias.

O ritmo de Jacky já foi contestado por ser menos eficiente que o esperado, principalmente em barcos de 2 ou 4 atletas. Para este início de ciclo, o atleta de 26 anos já perdeu posição importante na busca por um lugar em LA-2028, pois Gabriel Assunção formará dupla com Isaquias no primeiro momento. Apesar disso, Jacky tem potencial e pode dar a volta por cima, mesmo que à primeira vista seja uma missão complicada.

Embalo da juventude


Falando sobre Gabriel, o jovem de 20 anos é uma das promessas que já despontam em grandes eventos. A evolução de Assunção já é notada pela equipe nacional, assim o brasileiro foi escalado para três provas, igualando o número de Isaquias, com presença em todos os barcos.

No último mundial sub-23, realizado antes das olimpíadas em 2024, Assunção não alcançou medalhas, finalizando o C1 500m no quinto lugar e o C1 1000m, na oitava. Nestas provas, Gabriel fez boa série eliminatória, mas não manteve o ritmo nas provas decisivas. O brasileiro representa a nova base da canoagem nacional e, se confirmar neste primeiro ano o que lhe é esperado, será postulante à finais olímpicas em 28 e 32.

Canoísta mais novo da delegação, Mateus Nunes Bastos se prepara para a “meia-maratona” da canoagem em Szeged. O atleta olímpico de Itacaré vai competir na prova de 5000 metros, maior distância percorrida pela modalidade de velocidade. Na canoagem oceânica e maratona, canoístas chegam a disputar regatas de 10.000m.

A distância, apesar de não constar no programa dos próximos jogos, é importante para trabalhar a resistência e aprofundar as análises de remada, ritmo e demais quesitos para que Bastos evolua de forma mais consistente. O jovem, que também estará no C4 500m, já está na final dos 5000m, visto que a prova não tem preliminares.

Em 2024, o jovem estreou em olimpíadas ao ser convocado para o C1 1000m, sendo eliminado na repescagem. A temporada passada do jovem brasileiro foi espetacular, no mundial sub-18, Nunes conquistou três ouros - C1 500m, C1 1000m e C2 500m, ao lado de Lucas Espírito Santo. O crescimento de Mateus será posto a prova com a temporada alargada e competição junto a adultos no ciclo até LA 2028.

Fechando a equipe, Filipe Vieira será um canoísta de suporte ao lado de Jacky, fazendo dupla com o baiano no C2 500m. Ambos vão alinhar no C4 500m junto a Mateus e Gabriel. Nascido em 2002, Vieira já enfrenta a tempestade juvenil e vai precisar de boa campanha em Szeged e demais torneios neste ano, para bater de frente por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Los-Angeles 2028.

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