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Confira a análise dos primeiros adversários e chaveamento dos brasileiros em Roland Garros

Roland Garros é o Grand Slam mais amado pelos brasileiros, e claro que Gustavo Kuerten e seus 3 títulos (97, 00 e 01) são preponderantes nisso, mas não obstante, é o piso mais utilizado nas quadras pelo Brasil. Guga ainda foi campeão de duplas juvenis em 1994 na França, além destes títulos, o Brasil venceu com: Maria Esther Bueno nas duplas femininas e mistas em 1960, Thomaz Koch nas duplas mistas em 1975 e Marcelo Melo nas duplas masculinas em 2015.

Em 2025 teremos Beatriz Haddad Maia que chega como a 23ª cabeça de chave da competição, João Fonseca que ocupa a 65ª colocação no ranking da ATP e é o nº 1 do Brasil, vale lembrar que no Australian Open do começo do ano, João era o #113. Fecha o time brasileiro em simples, o experiente Thiago Monteiro #130 que vai para a sua 25ª participação em Grand Slam

Confira a análise dos primeiros adversários e chaveamento dos brasileiros em Roland Garros
Bia, João e Monteiro. Fotos: WTA/ATP. Fotocolagem: Carlo Saleme.

Bia Haddad Maia 

A brasileira não vinha bem no ano, mas aproveitou a semana que antecede o Slam francês e jogou o torneio preparatório de Estrasburgo que valia 500 pontos. Conseguiu chegar na semifinal batendo uma top-10 que não acontecia há mais de um ano e não engatava 3 vitórias seguidas desde o título do WTA 500 de Seul. Bia está com 4 vitórias e 4 derrotas no saibro no ano. Bia recentemente admitiu estar passando por turbulências pessoais, e isso afetou muito o seu desempenho em quadra. Em 2024, Bia foi eliminada na estreia, assim sendo ela não tem pontos a defender na atual edição.

Na primeira rodada, Bia vai enfrentar a norte-americana Hailey Baptiste #70, de 23 anos. Hailey vem escalando o ranking em 2025 e está 10-5 no saibro na atual temporada. Baptiste tem uma direita potente e gosta de dar curtinhas. O segredo para Bia é fazer a estadunidense bater desequilibrada na corrida, já que ela tem dificuldade na movimentação lateral, sobretudo para bater de backhand. É uma estreia perigosa, mas que com a campanha feita em Estrasburgo pode ter sido vital para a confiança da Bia. Elas se enfrentaram em um Challenger 125 em Paris em 2022 com vitória de virada da Bia.

Segunda rodada:

Nao Hibino #200 ou Moyuka Uchijima #58: ambas japonesas, Hibino está 9-7 no saibro no ano, furou o quali, inclusive vencendo a Andreescu na 2R, mas não fez boas campanhas nos torneios anteriores. Uchijima está 7-4 e fez quartas de final no WTA 1000 de Madrid. Em 2023, a Bia perdeu em sets diretos para Hibino no único encontro entre elas, mas foi em piso duro, e nunca enfrentou a Uchijima. 

São duas tenistas ágeis e que se defendem bem, Hibino gosta mais de bolas altas e fundas, enquanto Uchijima opta mais por bolas retas e com mais potência. É uma segunda rodada em que a Bia precisará ter paciência, mas nenhuma das duas tem uma grande arma que possa ser uma ameaça para a brasileira.

Terceira rodada:

Diane Parry #105 / Robin Montgomery #116 /  Jessica Bouzas Maneiro #71 / Emma Navarro #9: o confronto lógico de Bia na 3R é contra a Navarro, algo que fuja disso será surpresa, tanto pelo nível técnico, como de momento, as três postulantes não estão bem e com pouca rodagem no saibro na temporada. Bia vence o confronto direto em 3-2 contra Navarro, inclusive o desempate veio nesta semana anterior ao Grand Slam em Estrasburgo com vitória da brasileira, e todos os duelos foram no saibro. É um jogo bem aberto, uma sabe enfrentar a outra e conhece os pontos fortes e fracos.

João Fonseca

João começou o ano com tudo, venceu o seu primeiro ATP e um Challenger 175, mas na gira europeia de saibro não se encontrou. Caiu na 2ª rodada em Madrid e na estreia em Roma - nada anormal - e agora vai encerrar essa parte da temporada em Roland Garros. João chega descansado, mas com pouco ritmo de jogo.

Na estreia vai desafiar o cabeça de chave nº 30 Hubert Hurkacz, o polonês tem o saibro como o seu piso mais deficiente, mesmo assim coleta bons resultados, venceu o 250 de Estoril no ano passado. Nesta semana que antecede Roland Garros, ele foi vice-campeão em Genebra para o Djokovic em jogo de mais de 3h em que ele levou a virada e perdeu os 2 tie-breaks finais, e isso pode ser fundamental para a partida contra o João. Enquanto o brasileiro chega descansado e com a mente fresca, Hurkacz chega desgastado e chateado por uma derrota no detalhe e que frustraria o 100º título de Djokovic, o que encheria o polonês de confiança.

Hurkacz é um tenista de 1,96m e com um saque poderoso, é um jogo que vai exigir do João paciência e que promete ser bem desgastante pelo fato do adversário ser experiente e que vai saber usar as armas que tem. Vai ser difícil quebrar o saque do polonês, então é fundamental o brasileiro ir confirmando o seu serviço até as chances surgirem, mesmo que seja nos tie-breaks.

Segunda rodada:

Pierre-Hughes Herbert #149 ou Benjamin Bonzi #60: é certo que o João numa eventual 2R vai enfrentar um dono da casa e é sempre muito complicado enfrentar francês em Roland Garros por conta de ser uma das torcidas mais fanáticas e por vezes desrespeitosa. Contra Herbert seria duelo inédito, mas João já perdeu do Bonzi no ano passado, porém foi no piso duro coberto em 3 sets. Herbert está 7-7 no saibro na atual gira, enquanto o Bonzi soma poucos jogos e está 2-3, não vejo os dois como uma ameaça ao brasileiro, se o João passar da estreia, tem grandes chances de chegar na 3R.

Terceira rodada:

Gael Monfils #42 / Hugo Dellien #96 / Mattia Bellucci #68 / Jack Draper #5: o grande favorito daqui é o britânico Draper, mas nunca dá pra descartar Monfils jogando na França, ele ganha uma força dos locais impressionante e vem fazendo ótimas campanhas em torneios de grande nível. Draper está 9-3 e fez final em Madrid, venceu o João na 2R em Indian Wells em sets diretos. 

Thiago Monteiro

Desde os vices nos Challengers de Santiago e Assunção, Monteiro acumula 6 derrotas e 1 vitória. A fase física e mental não é boa, mas nada melhor do que um Grand Slam pra tentar reverter a situação. No ano passado, Monteiro chegava com muita confiança e voando fisicamente, fez ótimas campanhas em Madrid e Roma, e acabou caindo na estreia depois de furar o quali. 

Monteiro vai estrear contra Vit Kopriva, tenista tcheco de 27 anos que ocupa a 85ª colocação do ranking, ele está 15-5 somando título no Challenger de Napoli. É um tenista que bate bem dos dois lados, com boa movimentação e boa devolução. Eles nunca se enfrentaram. 

Segunda rodada:

Daniel Altmaier #66 ou Taylor Fritz #4: Altmaier é habituado ao saibro, soma 10-7 neste ano, inclusive ele foi parceiro do Monteiro em algumas chaves de Slams em duplas. Altmaier em 2023 eliminou o Sinner em Roland Garros em 5 sets. Fritz não é um jogador acostumado ao saibro, fez 6 jogos neste piso no ano com 3 vitórias e 3 derrotas. Caso o Monteiro avance para esta rodada, pode surpreender, principalmente se o adversário for o estadunidense.

Terceira rodada:

Alex Michelsen #33 / Juan Manuel Cerundolo #109 / Kamil Majchrzak #88 / Hamad Medjedovic #77: a terceira rodada está em aberto, Cerundolo furou o quali e é nativo do saibro, Michelsen e Majchrzak vem de títulos recentes em nível Challenger no saibro. Monteiro avançando até aqui, teria chance contra qualquer um deles. 

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