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Diego Padilha |
*Com Jamis Gomes Jr.
Martine Grael é movida por desafios. Após os Jogos olímpicos de Paris, a bicampeã olímpica resolveu se aventurar em novas águas: a da SailGP. Agora como captiã do barco brasileiro, que tem na tripulação a companheira de medalhas de ouro Kahena Kunze e seu irmão Marco Grael, Martine contou com exclusividade ao Surto Olímpico durante o coquetel de apresentação da prova do Brasil na última terça (8), (que acabou sendo cancelada por conta de um problema estrutural descoberto nos catamarãs da categoria), que o convite da Sail GP veio no momento certo:
"Bom, você acertou em cheio quando você falou que eu sou movida a desafios. Para mim (a SailGP) veio um momento muito bom, após a quarta campanha olímpica. Já estava muito muitos anos na vela olímpica, já me me arrisquei na vela oceânica, fazendo a volta ao mundo e eu gosto assim de coisas que parecem ser além da conta, mas na verdade se você se estruturar bem, pegar um time bom, se preparar, treinar, não tem porque não chegar lá, sabe?"
Martine contou que o seu foco está todo na SailGP, uma categoria que a conquistou pelos seus desafios - com os catamarãs chegando até 100km/h, e por enquanto não se vê nas Olimpíadas de Los Angeles, até por não conseguir se dedicar à vela olímpica como gostaria no momento.
"Acho que o SailGP, é um evento que, claro, sai bastante da minha zona de conforto que é a Vela Olímpica. E eu acho que aceitando esse desafio como mulher, eu acho que tenho uma obrigação comigo mesma de fazer o meu melhor. Claro que Los Angeles é só em 2028,né? Ainda falta bastante tempo, mas com certeza se eu decidir fazer, eu não iria conseguir fazer da melhor maneira possível, que a gente sabe que é treinando desde o primeiro ano do ciclo. E eu sou uma pessoa que mergulha de cabeça nas coisas que faz. Não quero fechar nenhuma porta, mas acho que no momento, a minha resposta é não"
Sobre a temporada na SailGP, Martine vê o barco brasileiro, no momento em décimo lugar com dois pontos ganhos, estreante na competição, defasado em relação aos outros barcos, mas vê com orgulho o que todos já evoluíram na temporada: "Claro, só vamos ficar contentes mesmo quando começar a ver os resultados e a gente já chegou em algumas regatas ali meio que na trave, já começou a ter uns resultados um pouco melhores, mas outros vários horríveis. E aí a gente tem que primeiro começar a limpar esses resultados horríveis e começar a melhorar. " disse Martine que revelou que a principal dificuldade da categoria é a proibição de treinos no mar para entender melhor o barco:
"Diferente da vela olímpica, a gente não tem oportunidade de treinar. A gente tem muita análise de dados. Mas tem muitas coisas que são muito pertinentes e é difícil como atleta, você não conseguir treinar, né? Às vezes penso, 'Caraca, com vela olímpica eu podia estar na água todo todo tempo e aqui é só estudar' (risos)." lamentou Martine, que revelou que testes com simuladores só são permitidos perto do dia das regatas, mas não que não consegue repetir com exatidão o que é velejar.
O cancelamento da etapa do Rio acabou frustrando os planos de Martine competir em casa, mas em nota divulgada pela categoria, ela apoiou a decisão da SailGP: "A gente entende que, nesse momento, a prioridade precisa ser a segurança – algo que é inegociável dentro do SailGP. Sabemos que ainda temos outras etapas importantes pela frente, e o foco agora é seguir trabalhando duro para manter o ritmo de crescimento do time. Todo mundo estava animado com a etapa do Rio, não só o nosso time, mas todos os envolvidos na competição. Agora é transformar essa energia em motivação para as próximas disputas.” explicou Martine, que espera que a SailGP consiga aprontar os barcos para a etapa de Nova York em junho.
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