O Comitê Olímpico Australiano
(AOC) vem sofrendo fortes críticas nos últimos dias após comunicar a
decisão de remover seus competidores da Vila dos Atletas nos Jogos Olímpicos de
Paris 2024 assim que estes terminarem de competir. As novas restrições permitirão
que os atletas estejam em Paris depois que terminarem de competir, mas não na
Vila.
O AOC afirma que a mudança foi
feita para evitar distrações dos atletas que ainda precisam competir e aponta
os bons resultados da equipe em Tóquio 2020 – quando tais restrições estavam em
vigor devido à pandemia do COVID-19 – como o raciocínio por trás da decisão.
“Os aprendizados de Tóquio foram
absolutamente positivos para os atletas que estão competindo na segunda semana.
Reduzir a circulação na Vila, pelos atletas que terminaram, foi positivo tanto
para a preparação quanto para a saúde”, disse Matt Carroll, diretor executivo da
o AOC.
A competição de natação em Paris
acontecerá na primeira semana dos Jogos, como é de praxe. As novas regras
exigirão que os competidores deixem a Vila em até 48 horas após o término do evento.
“Isso é sobre desempenho, na verdade estamos fazendo isso para os atletas que
ainda estão competindo”, disse Carroll.
Como esperado, a decisão do Comitê
australiano foi recebida com estranheza, com muitos afirmando que estar na Vila
e comemorar quando terminar de competir é parte integrante da experiência
olímpica. James Magnussen, duas vezes atleta olímpico australiano e três vezes
medalhista, criticou a decisão afirmando que a mudança reduz as Olimpíadas de
evento de maior prestígio na carreira de um atleta a apenas mais uma
competição.
“Como um atleta que competiu em
duas Olimpíadas, acredito que todos que fazem parte da equipe australiana em
Paris merecem ter a experiência olímpica completa, e isso inclui ficar na vila
para a cerimônia de encerramento e apoiar seus companheiros de equipe. A
maioria dos atletas só disputa uma Olimpíada na carreira, eles devem poder
aproveitar cada momento. Ser atleta olímpico não é só ganhar medalhas, é uma
conquista rara que merece ser devidamente comemorada e não importa o resultado
que alcancem”, escreveu Magnussen.
Giaan Rooney, três vezes
medalhista olímpico também se posicinou a favor dos atletas permanecerem
na Vila. “Acho uma pena, porque para a maioria das pessoas esta é uma
oportunidade única na vida. Como o álcool é proibido na Vila todas as festas
acontecem fora de lá. Há muito barulho e distração porque as pessoas estão indo
e vindo o tempo todo, mas tudo isso faz parte da experiência olímpica e é
realmente inspirador ver as pessoas que ganharam medalhas andando pela vila.”
Ken Wallace, um ex-atleta
olímpico e vice-presidente da Comissão de Atletas, disse que, embora as vozes
dos atletas tenham sido ouvidas, ele acredita que esta é a melhor decisão do
ponto de vista do desempenho. “Concordo que estar na Vila Olímpica faz parte de
toda a experiência dos Jogos Olímpicos, mas não concordo que deva pesar mais do
que o desempenho”, disse Wallace.
O ex-atleta afirmou que os
atletas poderão assistir a outros eventos e ainda fazer parte dessa experiência
olímpica, mas a intenção é de dar a todos os atletas a oportunidade de competir
da melhor maneira possível, sem distrações ao seu redor.
Em meio às restrições do
COVID-19, a Austrália conquistou 17 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de
Tóquio 2020, empatando seu maior recorde (também ganhando 17 em 2004) e
conquistou 46 medalhas no total para empatar sua terceira maior contagem de
todos os tempos.
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