A Agência Mundial Antidoping
(WADA) informou nesta sexta-feira (13) que o tribunal russo, para casos de
doping, considerou a patinadora artística Kamila Valieva "sem culpa ou
negligência" em um caso de doping que abalou as Olimpíadas de Inverno do
ano passado.
A patinadora russa conquistou o
ouro olímpico na competição por equipes em fevereiro de 2022, antes de ser anunciado
que uma amostra, coletada dois meses antes, deu positivo para uma substância
proibida. O resultado foi divulgado posteriormente porque o laboratório
que testou a amostra foi afetado pela pandemia do coronavírus.
A preocupação da WADA estava relacionada
ao fato de um painel da agência antidoping russa determinar que Valieva deveria
ser desqualificada de apenas um dia, do campeonato russo de 2021, onde a
amostra foi coletada.
“O tribunal russo concluiu que, embora
a atleta tenha cometido uma violação da regra antidoping, ela não teve nenhuma
culpa ou negligência por isso. Como tal, o tribunal não impôs nenhuma
sanção, exceto a desqualificação de seus resultados na data da coleta da
amostra”, afirmou a WADA em comunicado.
O comunicado informa que a WADA revisaria
a decisão na íntegra, antes de decidir sobre as próximas etapas. A WADA
reclamou anteriormente que a Rússia estava demorando muito para chegar a uma
decisão no caso de Valieva e procurou que o caso fosse transferido para o
Tribunal Arbitral do Esporte, com sede na Suíça.
“Com base nos elementos do caso
com os quais a WADA já está familiarizada, a agência está preocupada com a constatação
de 'nenhuma culpa ou negligência' e não hesitará em exercer seu direito de
apelar ao Tribunal Arbitral do Esporte, conforme o caso”, diz o comunicado.
Quando a WADA apresentou seu
pedido anterior sobre o lento processamento do caso pela Rússia, o tribunal
disse que a WADA indicou uma punição de quatro anos, no entanto a agência
russa, conhecida como RUSADA, não publicou o veredicto. Anteriormente,
havia dito que não publicaria nenhuma descoberta relacionada ao caso porque
Valieva tinha apenas 15 anos na época em que testou positivo.
Em uma resposta à agência de notícias
estatal russa Tass, a executiva-chefe da RUSADA, Veronika Loginova, disse que
sua agência também pode considerar um recurso contra o veredicto de seu próprio
tribunal. A RUSADA recebeu apenas uma decisão resumida contendo o
veredicto e ainda está aguardando a decisão completa, acrescentou ela.
Ainda dependendo do resultado final de qualquer apelação, o caso pode resultar na elevação dos Estados Unidos de
prata para ouro no evento por equipe. Nenhuma cerimônia de medalha foi
realizada para a competição por causa da turbulência causada pelo caso de
Valieva, e patinadores americanos disseram que estão frustrados com os atrasos.
O CAS normalmente leva meses para
processar os casos. Um painel anterior de juízes do CAS permitiu que
Valieva competisse no evento individual feminino nos Jogos de Pequim mesmo sob
suspeita de doping, em parte por causa de sua idade. Ela ficou em quarto
lugar na competição feminina, enquanto outra russa, Anna Shcherbakova,
conquistou o ouro.
É improvável que o anúncio de
sexta-feira da WADA tenha um grande efeito na temporada de patinação
artística. Os atletas da Rússia e de seu aliado Belarus permanecem
suspensos de competições internacionais após a invasão russa a
Ucrânia. Valieva patinou em eventos domésticos russos nesta temporada
enquanto o caso era processado.
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