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Atleta de vôlei sentado, Daniel Yoshizawa se prepara para as Paralimpíadas de Tóquio 2021


Com retrospecto de vitórias nos últimos três campeonatos nacionais de vôlei sentado (2017, 2018 e 2019), além de medalhas de bronze no mundial 2018 e ouro no pan-americano de 2019, Daniel Yoshizawa, atleta da seleção brasileira de vôlei sentado, está de volta aos treinos de preparação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que serão realizados em agosto de 2021. O capitão da equipe brasileira é uma das principais referências da modalidade e vai em busca de sua maior conquista: a medalha paralímpica, resultado histórico para o time masculino. 

Com a expectativa de convocação para a seleção que representará o Brasil nas paraolimpíadas, Daniel sentiu os impactos da pandemia em sua rotina de treinamento. “A suspensão dos treinos e competições interfere no rendimento individual e no desempenho geral da equipe. Durante o período em isolamento, a preparação técnica e física teve que ser improvisada. Estou de volta aos treinos da maneira mais segura possível, e sigo na expectativa de ser convocado e de poder competir em alto nível pela tão sonhada – e inédita – medalha para o Brasil”, comenta o atleta.

Levantador da equipe de vôlei sentado do SESI-SP, Daniel começou na modalidade em 2009, após um longo processo de superação de um quadro grave de meningite meningocócica, doença que levou à amputação de suas pernas e parte dos dedos das mãos, aos 21 anos de idade. Apesar de já ter recebido uma dose da vacina na infância, o atleta não recebeu as doses de reforço na adolescência. 

“O processo foi muito doloroso. Sempre fui uma pessoa independente e, do dia para a noite, adoeci, fiquei em coma, precisei amputar partes do meu corpo e me vi em uma situação de total dependência. Perdi força muscular e precisei fazer muita fisioterapia para conseguir me reabilitar. Depois de um ano e meio, minha vida começou a se transformar, quando conheci o vôlei sentado e fui apresentado ao SESI São Paulo. Valorizo muito a oportunidade que o esporte me deu de renascer como pessoa e profissional. Hoje, tenho uma carreira vitoriosa e sou um exemplo para muitos que passam pelo que passei”.

Embaixador da causa da vacinação, Daniel vê como sinal de alerta a queda da cobertura vacinal nos últimos anos no Brasil, já que a doença meningocócica, por exemplo, tem desenvolvimento e evolução muito rápidos, podendo levar à morte em até 24 horas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), entre 1500 e 3 mil brasileiros são acometidos pela doença anualmente e sua letalidade variou de 20 a 23% entre 2010 e 2018.

Daniel relata que nunca tinha entrado em contato com pessoas que tiveram a doença, e acreditava que ela acometia somente crianças. No entanto, adolescentes e jovens adultos estão entre os principais portadores do meningococo, pessoas que hospedam a bactéria sem adoecer e, podendo ainda assim, transmitir a bactéria aos outros. Entre 2015 e 2018, mais de 50% dos casos de meningite meningocócica ocorreram em indivíduos maiores de 15 anos de idade.

“Na juventude, me lembro de ver campanhas para o público infantil, sem foco nos adolescentes. Isso me faz pensar no meu papel de alertar a todos sobre a doença, as sequelas que me deixou, e a importância do reforço da vacinação”, finaliza.

Foto: Arquivo Pessoal

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