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Capa da Vogue, Simone Biles desabafa sobre o adiamento das Olimpíadas: "me senti rasgada e quebrada"


Simone Biles é uma das maiores ginastas de todos os tempos. Aos 23 anos, a americana conta com 25 medalhas em Campeonatos Mundiais, 19 delas de ouro, o que faz ela ser a ginasta mais medalhada em Mundiais. Biles estreia como capa da revista Vogue no mês de agosto e contou sobre sua decepção pelo adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

"Eu me senti meio rasgado e quebrado", disse Biles, dona de quatro ouros olímpicos em 2016, ao saber que teria que esperar mais um ano devido à pandemia do coronavírus. "Obviamente foi a decisão certa, mas - de certa forma, você se sente derrotado porque trabalhou muito."

À Vogue, Biles contou que chorou ao saber do adiamento das Olimpíadas. O motivo vai além de ter que treinar durante mais um ano e passa pelo fato dela ter que continuar trabalhando com a USA Gymnastics.

"Estávamos emocionados nos bares e eu comecei a chorar", disse ela. “Mais um ano de negociação com o USAG. Não sei se posso aguentar", desabafou.

Biles critica constantemente a USAG após os casos de abusos praticados pelo ex-médico da ginástica americana, Larry Nassar. Ela foi uma das vítimas do abusador, condenado a prisão perpétua nos EUA. A estadunidense de Ohio tem sido peça ativa para mudanças dentro da organização.

Capa da Vogue do mês de agosto - Foto: Divulgação/Vogue

Há alguns meses atrás, Biles havia deixado em aberto sua participação nas Olimpíadas. De acordo com a Vogue, Biles voltou a treinar em maio após a reabertura do World Champions Center e, mesmo abalada, a americana não está mais indecisa sobre sua participação em Tóquio: ela vai competir.

"Acredito que sairemos mais fortes", disse sua mãe Nellie à Vogue. “Quando os atletas voltarem ao treinamento, acredito que colocarão mais do que seu coração e alma nisso. Eles realmente terão que provar que mesmo esse vírus que impede o mundo inteiro não tirará seus objetivos", completou.

Empoderamento e representatividade


Estrela da ginástica mundial, Biles sempre teve que provar duas vezes que era capaz, afinal, é mulher e negra. E foi em referências negras que Simone Biles se agarrou ao começar sua carreira.

"Ao crescer, não vi muitas ginastas negras. Então, toda vez que via, me sentia totalmente inspirada a tentar ser tão boa quanto elas. Lembro de assistir Gabby Douglas nas Olimpiadas de 2012 e pensar: 'Se ela pode fazer, eu também posso'", lembrou à Vogue.

Simone sabe que é exemplo para milhares de pessoas e não titubeou ao comentar sobre temas necessários para as pessoas, como assuntos políticos, que muitas vezes torna-se um tabu para famosos, artistas e esportistas.

"Pessoalmente, para mim, não acho que é obrigação. Acho que é uma honra poder falar por quem precisa e para os sem voz. Acredito que isso os dá poder", explicou. 

Cansada de ser comparada com grandes atletas homens, Simone Biles terminou sua entrevista para a  Vogue mandando um recado: "não sou a próxima Usain Bolt ou Michael Phelps. Sou a primeira Simone Biles".

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Foto: Damir Sagolj/Reuters

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