Ao lado de Hugo Calderano, a cada vitória, há uma figura
importantíssima: o técnico Jean-René Mounie. A parceria teve mais uma
episódio de sucesso na excelente participação do brasileiro no Aberto do
Catar, do qual foi vice-campeão na manhã do último domingo (11/3), após
desbancar vários jogadores de destaque da modalidade.
O resultado de destaque novamente colocou os holofotes do mundo do
tênis de mesa sobre Hugo, de apenas 21 anos, que mostra desde menino ser
um atleta diferenciado. Jean René, porém, não vê o resultado como uma
prova de que o carioca chegou aos tops do mundo. Para ele, isso já era
um fato.
"Não acredito que ele precise provar essas coisas. Sabemos que ele já é
um top, mas ele é jovem também, tanto pela idade como pelo treino, pois
ele tem menos horas de trabalho do que qualquer outro atleta do top-15
mundial. Ele só precisa de tempo para fixar suas ferramentas técnicas",
explicou.
A evolução e a maturidade crescentes do brasileiro são vistas por
Jean-René sob um foco mais amplo. A inteligência de Hugo e sua criação
são consideradas pelo treinador peças-chave para esse desenvolvimento.
"Acho que o caminho dele (Hugo) foi traçado bem cedo. Os pais dele têm a
maior responsabilidade sobre isso. A mãe cuida de muitas coisas em
torno do tênis de mesa. O pai dele permitiu ao Hugo começar o esporte
com as boas bases, fisicas e mentais. O programa que propusemos para ele
ajudou também, com estratégias bem claras. Porém, é imprescindível
dizer que ele é especial, pois tem um tipo de inteligência não comum,
difícil de encontrar", destacou.
Daqui a menos de duas semanas, o desafio é o Aberto da Alemanha, tido
pelo técnico um desafio tão puxado quando o Aberto do Catar. Novamente a
meta não reside nos resultados, e sim na execução das tarefas dentro de
quadra.
"Não esperamos nada. Tentamos, sim, buscar desempenho. E para conseguir
isso, o Hugo precisará desenvolver, de novo, um jogo ambicioso. Essa é a
exigência dele", salientou, antes de falar sobre a alegria que
Calderano tem de levar o nome do Brasil pelo planeta.
"Sei que ele tem muito vontade de colocar o Brasil no topo e acho que o
país tem sorte de se beneficiar desse atleta, desse jovem homem. Fico
orgulhoso de participar da evolução dele e do tênis de mesa brasileiro. Tenho
o feeling que há uma parte brasileira dentro de mim", ressaltou
Jean-René, que já trabalha há quase dez anos com o tênis de mesa do
país.
Foto: ITTF
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