Após ser banido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e
proibido de participar de futuras edições olímpicas por envolvimento em casos
de doping, o russo Vitaly Mutko pediu demissão do cargo de presidente do Comitê
Organizador da Copa do Mundo de Futebol de 2018, que acontecerá na Rússia. O anúncio
foi feito na manhã desta quarta-feira, 27 de dezembro.
Homem forte do esporte russo e muito próximo do presidente
do país, Vladimir Putin, Mutko foi punido há cerca de três semanas pelo COI por
estar ligado diretamente ao esquema de doping implantado pelo país durante os
Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014. De acordo com a Agência Mundial
Antidopagem (WADA), amostras contaminadas de atletas russos eram trocadas por
amostras limpas no laboratório de Moscou, tudo apoiado pelo governo local.
Vice-primeiro-ministro russo e à frente do ministério do
esporte, Mutko já havia pedido licença do cargo de presidente da Federação
Russa de Futebol, por ao menos seis meses, na última segunda-feira. Alexander
Alayev assumirá as funções de Mutko na instituição durante este período. "Para
que nossas organizações não sejam perturbadas durante a investigação legal...
Pedi para suspender minhas funções por até seis meses", afirmara Mutko na ocasião.
Ele havia garantido que se não houvesse objeção de Vladimir Putin, ele
continuaria à frente do comitê organizador da Copa do Mundo e em contato direto
com a FIFA.
De acordo com Mutko, o afastamento do comitê organizador
acontece para que ele possa se defender das acusações do COI e de sua punição
aplicada pela instituição. O russo entrou com um recurso no Tribunal Arbitral
do Esporte (TAS) contra a decisão do COI. Para o órgão internacional, Mutko
exerceu papel preponderante dentro do esquema de doping russo.
O cargo de presidente do comitê de organização da Copa passa
a ser ocupado por Alexei Sokorin, até então diretor-geral do comitê. Mutko se
mostrou confiante na realização do evento marcado para os meses de junho e
julho de 2018 e afirmou que a partir de agora se concentrará, além de sua
defesa, em suas funções dentro do governo russo. “Ainda resta muito trabalho,
mas estou totalmente convencido de que tudo estará pronto a tempo”, garantiu
Mutko.
Foto: Fabrice Coffrini/Getty Images
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