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Doping genético é ameaça real, afirma agência antidoping da Malásia

Na eterna luta do esporte contra o doping, as técnicas de detecção de substancias proibidas sempre pareceram estar um passo atrás da tecnologia empregada por aqueles que praticam o esporte sujo. Por mais que a Agência Mundial Antidopagem (WADA) e outras entidades encarregadas de fiscalizarem o esporte avancem na luta contra o doping, este sempre se mostra mais avançado. Agora, a situação pode piorar ainda mais. Uma nova forma de doping pode estar sendo desenvolvida e irá dificultar ainda mais sua detecção. O Doping Genético vem avançando nos principais laboratórios do mundo, e caso venha a se tornar algo facilmente acessível, a guerra contra o esporte sujo ficará ainda mais difícil de ser combatida.

O doping genético é uma ramificação da terapia genética, onde genes danificados ou ausentes são substituídos por propósitos terapêuticos. A princípio, e utilizado fora do esporte, isso poderia trazer apenas benefícios. Entretanto, ao invés de curar doenças e defeitos congênitos, o doping de genes envolve a inserção de genes específicos em um indivíduo saudável para melhorar suas habilidades esportivas. O potencial de trapaça com o doping genético é infinito, podendo fazer atletas serem mais altos, fisicamente mais fortes, possuírem uma resistência incrível com reflexos superiores aos de outros atletas, dentre outros benefícios.

Apesar de a ideia já existir há algum tempo, agora o doping genético está mais próximo de se tornar mais acessível. Vários especialistas na área relataram já terem recebido inúmeros pedidos para que as técnicas fossem aplicadas neles para a melhor do desempenho. Na verdade, hoje é bem provável que atletas já estejam fazendo uso de tal tecnologias, embora seja limitado a um pequeno número que tenha um grande aporte financeiro por trás. Ninguém entretanto pode afirmar isso, já que não há métodos confiáveis ​​para testar o doping genético no momento.

O diretor-adjunto da Agência Nacional antidopagem da Malásia (Adamas), Nishel Kumar, admitiu que o uso de esteroides anabolizantes, eritropoietina (EPO) e o doping sanguíneo agora são fato antigo mundo esportivo. "No passado (década de 1990), aqueles que se dopavam por via sanguínea poderiam fugir com isso porque apenas suas amostras de urina eram testadas, mas agora seu sangue é testado e os passaportes biológicos também foram aplicados. Não há, no entanto, nenhuma maneira de testar o doping de genes no momento. Os atletas estão sempre à procura de uma vantagem e estão sempre à frente (em relação aos métodos de doping). Nós poderíamos muito bem ver os atletas de hoje sendo apanhados por doping genético em 10 anos (quando os testes estiverem mais avançados)", disse Kumar.

O chefe da comissão médica e antidopagem de Kuala Lumpur 2017, S. S. Cheema, disse que a Agência Mundial Antidoping (WADA) terá que trabalhar ainda mais duro para encontrar uma maneira de superar o doping de genes. "Este vai ser um grande problema a longo prazo, pois não é fácil de se provar. Quando os métodos de doping normais surgiram no passado, tantos atletas derrubaram o sistema. Isso vai ser ainda pior e será uma grande dor de cabeça para enfrentar. Eu não ouvi falar que isso aconteceu na Ásia até agora, mas já poderia ter. Eu acredito que isso acontecerá e como a WADA vai lidar com isso é uma grande questão”, afirmou Cheema.


Apesar de não ter tecnologia para identificar tais técnicas, a WADA reconhece a gravidade do doping genético e considera que é uma "ameaça à integridade do esporte e à saúde dos atletas". A organização mundial colocou o doping de genes em sua lista de práticas proibidas desde 2003 e, em 2004, configurou um "Grupo de especialistas" para estudar os avanços no campo e desenvolver métodos de teste.

Foto: AFP


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