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Agência Antidopagem Da Grã-Bretanha critica federação local de ciclismo e Bradley Wiggins

O ciclismo britânico vês se destacando nos últimos anos como um dos mais fortes do mundo. Diversas medalhas em mundiais e Olimpíadas nas mais diversas provas e categorias. O país também ganhou provas tradicionais no ciclismo de estrada, consagrando atletas e os alçando ao posto de melhores do mundo. Entretanto, uma série de acusações de doping colocaram em xeque a reputação do ciclismo britânico e de um de seus maiores nomes, Bradley Wiggins.

A Agência Antidopagem da Grã-Bretanha expressou nesta semana sua preocupação sobre os resultados de suas investigações, que foram prejudicadas pela falta de retenção de registros médicos precisos em um esporte que se orgulhava de um minucioso planejamento quando o país se tornou uma superpotência olímpica.

O caso investigado se concentra no conteúdo de um pacote médico despachado pela equipe britânica Team Sky, das instalações médicas em Manchester, para Wiggins na prova Dauphine Libere de 2011, na França, uma corrida chave preparatória para o Tour de France. O pacote foi enviado por um funcionário da federação de ciclismo britânico, apesar de Wiggins competir pela equipe do Sky na corrida, um ano antes de ganhar o Tour de France.

Para Wiggins, primeiro britânico campeão do Tour de France e multimedalhista olímpico, está ocorrendo uma “caça às bruxas mal-intencionada”, além de considerar que a U.k Anti-Doping (UKAD) está fracassando ao não o isentar completamente de irregularidades. Para Wiggins, nunca teria acontecido uma investigação se houvesse manutenção precisa dos registros, transferindo a culpa para a equipe de suporte. "Eu coloquei a confiança máxima na equipe em torno de mim para fazer seu trabalho no campo específico em que tem experiência com o mesmo padrão que eu esperaria de mim mesmo na bicicleta", disse Wiggins em um comunicado em que reclama sobre como as informações foram vazadas para um jornal no ano passado.

Demorou meses para que a equipe Sky divulgasse que o conteúdo do pacote era a substância Fluimucil, uma marca para um descongestionante legal contendo acetilcisteína, usada para limpar o muco. Entretanto, não há qualquer evidência escrita de um possível tratamento feito pelo ciclista que se justificasse o uso do medicamento, e a U.K. Anti-Doping estava investigando se a substância era, de fato, o corticoide proibido chamado triamcinolona. A UKAD disse na quarta-feira, 15 de novembro, que "continua incapaz de confirmar ou refutar a se o pacote entregue ao Team Sky continha o Fluimucil".

"Nossa investigação foi prejudicada pela falta de registros médicos precisos disponíveis na British Cycling. Esta é uma preocupação séria", disse o presidente-executivo da UKAD, Nicole Sapstead.
A entidade disse que poderia reabrir o caso se novas informações ou evidências surgissem. Já Wiggins afirma que está considerando tomar medidas legais a respeito do caso. "O período tem sido um inferno. Vivo para mim e minha família, cheio de insinuações e especulações. Às vezes me sinto nada menos do que em uma caça malvada às bruxas. Dizer que estou desapontado com alguns dos comentários feitos pela UKAD nesta manhã é um eufemismo. Nenhuma evidência existe para provar um caso contra mim e, em todas as outras circunstâncias, isso seria uma descoberta não qualificada de inocência", afirmou Wigins..

A equipe Sky foi criada em 2009 por Dave Brailsford, o cérebro por trás das 14 medalhas da Grã-Bretanha nas Olimpíadas de Pequim de 2008, com o objetivo de produzir o primeiro campeão do Tour do país, feito realizado por Wiggins em 2012. Chris Froome, também da equipe Sky e ex-companheiro de Wiggins, ganhou quatro vezes desde então.

Brailsford exerceu duplamente seu trabalho com o órgão de governo do ciclismo britânico e com a equipe patrocinada pela emissora de satélites Sky, antes de abandonar seu cargo de diretor de desempenho na British Cycling em 2014.

Um armazenamento médico compartilhado em Manchester é emblemático nas linhas desfocadas entre as duas. As entidades supostamente separadas são o cerne do caso que os investigadores antidopagem e os legisladores tentam desembaraçar. A British Cycling disse que agora implementou mudanças na gestão dos serviços médicos em resposta às "falhas", com o objetivo de estabelecer limites mais claros. "O relacionamento entre a British Cycling e o Team Sky se desenvolveu rapidamente e, como resultado, às vezes, resultou na confusão dos limites entre os dois", disse o presidente-executivo da British Cycling, Julie Harrington. Sem se referir diretamente à falta de registros médicos detalhados, o Team sky disse que sempre colaborou totalmente com a UKADA nos últimos anos.


O inquérito parlamentar britânico, que investiga o incidente, planeja emitir um relatório até o final do ano. Damian Collins, que dirige o comitê de esportes, disse que há "problemas sérios e preocupantes" no ciclismo britânico relativos ao antidoping.

Foto: AP


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