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Após medidas tomadas pelo Comitê Paralímpico Russo, 14 países pedem a reintegração da Rússia pelo IPC

Desde que o esquema de doping sistematizado de atletas russos foi revelado por um relatório da Agência Mundial Antidopagem (WADA), o país está suspenso pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e proibido de disputar qualquer competição, o que acarretou a ausência do país nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado. No entanto, um passo importante pode ter sido dado para que o país possa ser reintegrado ao movimento paralímpico. Um grupo de 14 países escreveram uma carta em apoio aos russos e pedindo a suspensão do país pelo IPC.

A carta foi organizada pelo comitê Paralímpico Russo (RPC) após uma mesa-redonda com a participação da Armênia, Bielorrússia, Bulgária, China, Cazaquistão, Quirguistão, Laos, Moldávia, Mongólia, Montenegro, Sérvia, Coréia do Sul, Tajiquistão e Vietnã. Também estavam presentes representantes das federações internacionais de cadeirantes e de amputados.

Na carta os países destacam os esforços do Comitê Olímpico russo para regularizar sua situação e a confiança na entidade. “Nós, os signatários, estamos inspirados no trabalho do Comitê russo para criar um ambiente aberto com tolerância zero para o doping e para proteger os esportistas limpos, na criação de tecnologias sistemáticas, para aumentar a conscientização em questões antidoping não só entre os atletas, mas também entre aqueles que os treinam, (na configuração) de um banco de dados para evitar o uso de doping nos esportes paraolímpicos russos " diz um trecho da carta.

Em outro momento da carta, os países afirmam que os documentos levantados pelo RPC podem ser compartilhados com outros comitês nacionais na luta contra o doping. "Os esforços da RPC merecem elogios e podem se tornar um exemplo para muitos outros Comitês Paralímpicos Nacionais. Estamos convencidos de que seria útil compartilhar documentos e referências desenvolvidos pelo RPC com todos os Comitês Paralímpicos, porque eles provaram ser um instrumento eficiente em esforços antidoping".

Após perder os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, a volta da nação aos Jogos Paralímpicos de Inverno em PyeongChang, no ano que vem ainda não é garantida. As Paralimpíadas de Sochi, em 2014, é considerada como sendo altamente comprometida pelo esquema de doping patrocinado pelo governo russo. Diversas amostras positivas foram trocadas por amostras sem sinais de dopagem. Quando o país foi suspenso das Paralimpíadas do Rio, o presidente do IPC, Sir Philip Craven, afirmou que o sistema antidopagem russo era “quebrado, corrompido e totalmente comprometido”.

No próximo mês o IPC poderá decidir se o Comitê Paralímpico Russo participará ou não de PyeongChang. O Conselho de Administração do IPC irá se reunir em abu Dhabi, nos emirados Árabes Unidos, entre os dias 3 e 4 de setembro, e uma definição sobre a participação ou não dos russos pode sair do encontro. O resultado dependerá do relatório de uma força-tarefa do IPC, que supervisionou ao longo dos últimos meses o processo de reintegração do RPC. Apesar dos elogios aos esforços russos para readequar seu programa antidopagem feitos presidente da força-tarefa, o britânico Andy Parkison, foi constatado que vários pontos exigidos ainda não foram cumpridos
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Várias medidas foram tomadas pela RPC para que a suspensão do IPC seja revogada, entre elas está o lançamento de uma linha direta para que quaisquer violações antidopagens fossem relatadas. Também foi desenvolvido um programa educacional de combate ao doping pela RPC, com o objetivo de prevenir o uso intencional e negligenciado das substâncias e métodos proibidos por atletas paraolímpicos. Faz parte do programa o trabalho com regulamentos sobre ética, conflitos de interesses e a luta contra a corrupção. O programa educacional antidopagem foi desenvolvido pelo RPC em parceria com a força-tarefa do IPC, a Agencia Russa Antidopagem (RUSADA) e os especialistas independentes da WADA.

Na tentativa de implementar o programa educacional antidopagem, os funcionários do comitê russo estão sendo treinados para serem palestrantes. Todos os treinadores e especialistas que estão trabalhando com equipes esportivas do país também precisarão completar a plataforma educacional.
Foram produzidos materiais com informações especiais, como a segunda edição do Paralympic Sport, uma revista detalhada sobre como funciona a linha direta da RPC, os exames de suprimentos médicos e a plataforma educacional da RUSADA. O RPC também publicou o Código antidopagem do IPC, além de ter desenvolvido e publicado diretrizes antidopagem de atletas.


Também foram escolhidos destacados atletas paraolímpicos, que irão atuar como embaixadores, promovendo os valores do movimento Paralímpico, o espírito do fair play, além dos ideais do esporte limpo e livre de doping. Também foi realizado o primeiro seminário antidopagem para as equipes nacionais russas, que contou com a participação de mais de 30 atletas, treinadores e outros especialistas do hóquei paralímpico, curling em cadeira de rodas e a paracanoagem.

Foto: Getty Images


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