Há algo escondido e que desperta olhares curiosos em frente à Igreja
da Candelária, no Rio de Janeiro. Cercada e coberta, a pira olímpica que
ficará no centro da cidade ainda é um mistério para a população
carioca, mas o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o
alemão Thomas Bach, pôde vê-la de perto na tarde da quarta-feira
(27).
“Posso dizer que é uma bela pira, com um formato que irá surpreender a
todos. Vai ser um lugar fantástico para celebrar o espírito olímpico
aqui no coração desta bela cidade”, disse Bach.
Pela primeira vez na história dos Jogos de verão, a pira ficará fora
do Estádio Olímpico. Como a abertura do megaevento não será realizada no
Engenhão, o Rio 2016 criou uma alternativa. Serão duas piras: a
primeira vai ser acesa na cerimônia, no Maracanã. No exato momento em
que a primeira for apagada lá, a segunda será acesa em frente à
Candelária, na chamada Orla Conde, espaço em fase final de revitalização
que vai do Armazém 8 do Cais do Porto ao Largo da Misericórdia, na
Região Portuária. A previsão pra entrega do último trecho é 2 de agosto.
Até 2013, ali passava um viaduto de mais de cinco quilômetros, o
Elevado da Perimetral, que foi demolido. Agora a população encontra
opções de lazer e cultura, além de uma vista privilegiada da Baía de
Guanabara. O projeto do Porto Maravilha é apontado pelo prefeito Eduardo
Paes como um dos principais legados dos Jogos, e a escolha do local
para a pira olímpica não foi por acaso.
“E não é uma pira temporária. Ela vai permanecer após os Jogos. Este
será um dos locais mais interessantes, onde as pessoas poderão vir dos
arredores do Rio, da Região Metropolitana, porque todos os tipos de
transportes chegam a esta parte da cidade: metrô, ônibus, trens, BRT's
(Transporte Rápido por Ônibus, na sigla em inglês), VLT (Veículo Leve
sobre Trilhos) e barcas. Será um lugar incrível”, disse o prefeito.
Transformação
Acompanhado de Paes e de Carlos Nuzman (presidente do Comitê Rio
2016), Thomas Bach percorreu parte da Orla Conde e destacou a
transformação que a cidade olímpica viveu desde 2009, quando foi eleita a
sede dos Jogos deste ano.
“A cidade foi realmente transformada em sete anos. Em outras áreas do
mundo, isso levaria gerações, e aqui isso foi alcançado em sete anos,
usando os Jogos Olímpicos como catalisador. Tenho certeza de que aqui,
nesta bela avenida, o coração dos Jogos Olímpicos vai bater para os
cariocas. Este será o lugar para estar”.
A Orla Conde tem extensão de 3,5 km e 287 mil m2 . Durante os Jogos, ela se transformará no Boulevard Olímpico, recebendo o maior Live Site da cidade.
A Praça Mauá, onde estão o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, é
um dos principais espaços do Boulevard Olímpico, e deve ser um dos
pontos de encontro mais marcantes para turistas e cariocas durante os
Jogos.
Foco no futuro
Ainda durante a visita ao Boulevard Olímpico, o presidente do COI
afirmou que a entidade tem consciência do difícil momento político e
econômico por que passa o Brasil e que, devido a isso, a admiração é
“ainda maior” pelo que o país tem alcançado. O dirigente também
minimizou os problemas ocorridos em apartamentos de algumas delegações
na Vila dos Atletas.
“Dias antes de uma Olimpíada, há sempre alguns desafios, e nós também
estamos vendo-os aqui. Estamos vendo a determinação dos brasileiros
para enfrentar esses desafios. Eu estava conversando com atletas e
chefes de equipe na Vila Olímpica, e eles me mostraram seus
apartamentos, contaram como estavam ontem e quão satisfeitos eles
estavam 24 horas depois. Isso faz com que todo mundo fique mais
confiante de que os restantes serão resolvidos nas próximas 24, 48
horas”, disse.
Bach, por fim, afirmou que o momento é de focar no que está por vir,
deixando os desafios para trás. “Devemos olhar para o futuro, para o
lado bom destes Jogos Olímpicos, e devemos compreender que a história
vai falar do Rio de Janeiro antes dos Jogos Olímpicos de 2016 e uma
cidade muito melhor após os Jogos. Boa sorte, cariocas, boa sorte, Rio,
boa sorte, Brasil. Estamos com vocês, e estamos ansiosos para celebrar
junto com você grandes Jogos Olímpicos ‘a la Brasil”.
Foto: Brasil 2016
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