Foto: Brasil 2016 |
Faltando menos de 80 dias para os Jogos Paralímpicos de 2016,
atletas de diferentes modalidades ocuparam pela primeira vez as
instalações do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro.
Durante a
cerimônia na capital paulista que oficializou o início das atividades na
instalação, a atleta Shirlene Coelho expressou, na segunda-feira
(23.05), o sentimento dos atletas brasileiros. "É um prazer está aqui
neste centro que podemos chamar de casa. Agora termos uma casa para
chamar de nossa. Quero agradecer aos apoiadores do esporte e gostaria de
fazer um pedido: que esse sonho não acabe", disse Shirlene, integrante
da seleção brasileira de atletismo paralímpico.
O complexo na capital paulista é o maior do mundo em número de
modalidades contempladas: 15 ao total. O equipamento é o principal
legado dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 para a infraestrutura dos
esportes adaptados.
A seleção nacional de atletismo utilizará o equipamento pela primeira
vez na próxima semana, quando os atletas participarão de período de
treinamento. A agenda de atividades está completa para os meses
seguintes. As provas do circuito nacional de atletismo, natação e
halterofilismo ocuparão o local nos meses de junho e julho.
O termo de uso da estrutura pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
para o período de 12 meses foi assinado durante a cerimônia.
Para o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a casa do esporte
paralímpico brasileiro permitirá não somente o desenvolvimento dos
talentos que temos atualmente, mas principalmente os talentos do
futuro. "Aqui é um ponto de partida fundamental. Ele só foi possível por
meio da parceria com o governo do estado. Tenho certeza que os Jogos
Paralímpicos emocionarão o Brasil. Pelas conquistas que os nossos
atletas terão e pelo exemplo de superação, garra, força de vontade e
esperança que certamente irão deixar para toda a população brasileira",
disse o ministro Picciani.
O governador do estado, Geraldo Alckmin, ressaltou, durante a
cerimônia, a parceria com o governo federal que concretizou a construção
do equipamento. "Essa região era conhecida como Febem Imigrantes. Nós
temos hoje aqui de um lado a beleza do Parque Zoológico e ao lado o
maior centro de eventos da América do Sul. Quando o governo federal
pensou em investir em um centro nós nos candidatamos. A cidade tem o
Time São Paulo Paralímpico e não poderíamos perder a oportunidade. Hoje,
não há no mundo nada melhor do que este equipamento", explicou.
Talisson Glock (Foto: Brasil 2016) |
Bruna Alexandre, uma das revelações do tênis de mesa paralímpico,
ficou ainda mais feliz por ter uma estrutura de ponta perto de casa. "Eu
estava chegando na avenida e achei espetacular o tamanho do local. Fico
mais feliz em morar perto, ali em São Caetano do Sul. Acho um grande
passo, não só para mim, mas para todos os atletas que irão treinar
juntos na estrutura", explicou.
Clodoaldo Silva, o tubarão das piscinas, entrou pela primeira vez na
estrutura e também se sentiu em casa. "Nem nos meus melhores sonhos eu
poderia imaginar. Comecei numa época em que o esporte paralímpico não
tinha divulgação e investimento. O Centro vai colaborar para a
consolidação do esporte paralímpico brasileiro. É muito bom chegar aqui e
se sentir em casa", disse.
Na terceira visita ao Centro, o também nadador Ronystony Cordeiro
comemorou a entrega do equipamento. "Quando eu visitei pela primeira vez
fiquei olhando e pensando quanto tempo iria demorar para construir.
Agora, é gratificante receber a estrutura com uma piscina rápida para os
treinamentos específicos. Essa é a melhor piscina que temos, toda
adaptada para o paralímpico. Não temos o que reclamar. É só agradecer e
trabalhar", comemorou.
Aclimatação Rio 2016
A delegação brasileira entrará no Centro de Treinamento Paraolímpico
Brasileiro para o período final de treinamento para as Paralimpíadas no
dia 21 de agosto. Os atletas intensificarão os treinamentos até o dia 1º
de setembro.
Estrutura
Com obras iniciadas em dezembro de 2013, o Centro de
Treinamento conta com um terreno de cerca de 100 mil m² (sendo em torno
de 65 mil m² de área construída), localizado no Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga. A estrutura foi construída seguindo os princípios da
acessibilidade, com rampas de acesso e elevadores.
A estrutura, uma das principais da Rede Nacional de Treinamento,
conta com 86 alojamentos, capazes de receber entre 280 e 300 pessoas, e
áreas para o treinamento de 15 modalidades paralímpicas: atletismo,
basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de
rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi
em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e
vôlei sentado. A unidade está dividida em 11 setores que englobam áreas
esportivas de treinamento, hotel, centro de convenções, laboratórios,
condicionamento físico e fisioterapia.
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