Atleta paralímpico e morador do Rio de Janeiro,
Jonas Licurgo Ferreira, 46 anos, pôs à prova a acessibilidade de um dos
projetos de mobilidade urbana pensados como legado dos Jogos de 2016.
Campeão parapan-americano no lançamento de dardo em Toronto 2015, ele
fez um "test drive" no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligará o
Centro e a região portuária da sede dos Jogos de 2016.
A visita de Jonas foi feita junto ao ministro das Cidades,
Gilberto Kassab, ao prefeito Eduardo Paes, e ao secretário nacional de
Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, nesta
segunda-feira (07.03). O atleta veio na cadeira de rodas pela Praça Mauá
e acessou a rampa que leva à plataforma do VLT. Acionando um botão que
fica na lateral do vagão, em uma altura adequada aos cadeirantes, ele
abriu a porta e entrou no trem.
“Independentemente de a obra ainda estar em andamento, nós
temos uma acessibilidade muito boa. A distância entre o trem e a
plataforma é ideal. Não tive dificuldade para me locomover dentro do
trem e o local para a cadeira se encaixar é adequado”, avaliou Licurgo. O
piso da plataforma é antiderrapante e conta com sinalização tátil para
deficientes visuais.
“A vinda das Olimpíadas e Paralimpíadas está trazendo uma
mudança radical para o Rio de Janeiro, inclusive na acessibilidade. Isso
aqui mudou muito. Vai ser um legado para a gente. A gente viu a mudança
no BRT, agora com o VLT também”, completou o atleta.
Os primeiros testes com o VLT do Rio de Janeiro estão
sendo realizados e a previsão é que o trajeto entre a Rodoviária e o
aeroporto Santos Dumont entre em operação no próximo mês. Serão 18
paradas e uma estação no trecho.
Nesta segunda, as autoridades embarcaram na Parada dos
Museus, ao lado da Praça Mauá, e seguiram até a Parada Utopia.
“Evidentemente que a cidade do Rio de Janeiro, com a conclusão dessas
intervenções, se transforma, tem um novo marco. O Governo Federal dá
todo apoio e comparece com recursos, porque é o nosso papel, a nossa
vocação, essa parceria com os municípios e com os estados, notadamente
no campo da infraestrutura”, disse o ministro Kassab.
A implantação do novo meio de transporte tem custo
avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões de recursos federais e
R$ 625 milhões viabilizados por meio de parceria público-privada (PPP)
da prefeitura do Rio.
A segunda etapa de implantação do projeto vai ligar a
Central do Brasil à Praça 15 e está marcada para ser concluída no
segundo semestre deste ano. Ao todo, o sistema terá 28 Km, 29 paradas
abertas e três estações fechadas. O VLT conectará trens, metrô, barcas,
teleférico, BRTs, ônibus convencionais, rodoviária, terminal de
cruzeiros marítimos e aeroporto em uma malha que vai funcionar de
segunda a domingo, 24 horas.
“Quando a gente fez o plano dos Jogos, a gente levou em
conta toda esse planejamento estratégico da cidade, de revitalização do
porto, junto com a prefeitura. Aqui temos uma prova disso”, apontou
Ricardo Leyser.
No VLT, serão 32 trens, com capacidade de transporte de
420 passageiros por composição. O sistema chegará a até 300 mil
passageiros por dia quando entrar em operação plena. A distância média
entre as paradas será de 400 metros.
O tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar
de 3 a 15 minutos, de acordo com a linha. Os trens não têm fios
superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia:
um terceiro trilho energizado e supercapacitores.
Linha 4 do metrô
Kassab também visitou, na tarde desta segunda-feira, a
futura estação São Conrado da linha 4 do metrô da cidade, que vai ligar
Ipanema à Barra da Tijuca. Acompanhado do governador do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, e do diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), José Henrique Paim, ele percorreu as
instalações que estão em fase final de acabamento.
A nova linha terá 16 quilômetros de extensão, com seis
estações: Nossa Senhora da Paz (Ipanema), Jardim de Alah, Antero de
Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico (Barra). É uma obra do
governo do estado que integra o Plano de Políticas Públicas dos Jogos
Rio 2016, com investimento total de R$ 9,77 bilhões. Desse valor, 6,6
bilhões vêm de financiamento federal via BNDES e já foram autorizados.
Outros R$ 989 milhões, segundo o governador Pezão, estão sendo pedidos
ao BNDES para a reta final.
“Desses R$ 989 milhões, R$ 489 milhões são para terminar a
obra da fase Olimpíada, até a Barra da Tijuca, e mais 500 milhões para
entregar a estação da Gávea”, explicou Pezão.
Segundo o governo do estado, a linha 4 é maior obra de
infraestrutura em andamento na América Latina e emprega mais de 9 mil
trabalhadores. A nova linha vai transportar 300 mil pessoas por dia,
retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por hora/pico. Quando estiver
em pleno funcionamento, será possível ir da Barra a Ipanema em 13
minutos e da Barra ao Centro em 34 minutos. O passageiro poderá utilizar
todo o sistema metroviário pagando apenas uma passagem.
“O governo federal tem, com a cidade e com o estado do Rio
de Janeiro, parcerias transformadoras, desde as que estão vinculadas
aos Jogos Olímpicos até as que não estão vinculadas. E esta obra do
metrô é a mais emblemática de todas, porque é muito significativa em
relação aos Jogos e também é legado das Olimpíadas para a cidade e o
estado”, disse Kassab, ressaltando que está confiante na entrega da obra
no prazo.
Cronograma
De acordo com o secretário de estado de Transportes,
Rodrigo Vieira, a obra está dentro do cronograma, e falta um trecho de
cerca de 150 metros para a finalização das escavações da linha. Com 90%
de conclusão dos trabalhos, diversos testes já estão sendo realizados.
“Estamos testando a subestação elétrica que vai abastecer a
Linha 4, que fica num prédio ao lado desta estação (São Conrado). Os
testes vão sendo realizados de forma individual e depois são integrados,
isso até maio. Em junho, já teremos trens passando e, em julho, a
previsão é abrir essa linha (para a população), com operação assistida.
Depois o horário é ampliado, assim como a capacidade da linha”, explicou
Rodrigo Vieira.
A estação São Conrado está praticamente finalizada.
“Estamos na fase de acabamento. Os sistemas estão sendo instalados e
aqui já podem ser vistas as escadas rolantes, os elevadores, as esteiras
sendo montadas e todo o sistema de iluminação e ventilação, que já está
pronto”, disse o secretário de transportes.
Ele acrescentou que todas as estações estarão funcionando
ao mesmo tempo, com exceção da estação Gávea, que tem previsão de
entrega para 2017. O plano de operação para os Jogos Olímpicos, ainda de
acordo com o secretário, está em discussão entre o Comitê Rio 2016 e a
prefeitura, e o metrô estará operacional para atender esse plano.
A nova linha será fundamental durante os Jogos. A
recomendação para quem vem do Centro da cidade, da Tijuca e da Zona Sul
em direção à Barra para as competições é utilizar a linha 4 do metrô até
a estação Jardim Oceânico e fazer a conexão com o BRT (Transoeste), que
vai levar o espectador até o Parque Olímpico e aos outros locais de
competição na Barra da Tijuca.
Foto: Prefeitura do Rio
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