Autoridades de 78 países, além de representantes das cidades-sede do
futebol (Brasília, Belo Horizonte, Manaus, São Paulo e Salvador), estão
no Rio de Janeiro para conhecer os detalhes do plano de segurança dos
Jogos Olímpicos de 2016. Articulado com dezenas de instituições
federais, estaduais e municipais, além de parceiros privados, o plano de
ações está sendo apresentado pela Secretaria Extraordinária de
Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (SESGE/MJ)
durante o Briefing Internacional de Segurança para os Jogos de 2016,
cuja abertura foi realizada na quarta-feira (25.11), na capital
fluminense.
Embora o Briefing já estivesse marcado antes dos atentados que
atingiram Paris, o Secretário Extraordinário de Segurança para Grandes
Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, frisou que pela
primeira vez na histórias dos Jogos Olímpicos será criado um centro de
operações específico para combate ao terrorismo, o Centro Integrado
Antiterrorismo (Ciant), que será coordenado pela Polícia Federal (PF).
“Ninguém pode ficar indiferente a esses atos bárbaros que aconteceram
recentemente em Paris. Sobre enfretamento ao terror, reafirmo o
compromisso que o Brasil tem de seguir focado na adoção das melhores
práticas, na utilização das ferramentas disponíveis, na cooperação
internacional, na capacitação dos nossos profissionais, para que a gente
tenha essa boa possibilidade de resposta no combate ao terrorismo.
Convidaremos policiais de diversos países para virem para cá pra tratar
especificamente de combate ao terrorismo, para que tenhamos mais essa
ferramenta de troca de dados”, disse Andrei.
O secretário extraordinário afirmou ainda que o Brasil tem expandido a
cooperação internacional, por meio de um programa de observadores,
enviando agentes para alguns dos principais eventos esportivos do mundo,
como a Maratona de Boston e o Mundial de Atletismo, e que um adido
brasileiro na França acompanha os desdobramentos e as ações decorrentes
dos atentados.
Andrei Rodrigues também garantiu que a isenção de vistos para
turistas não terá impacto na segurança dos Jogos. “Essa questão tem um
foco específico na atração do turismo e não traz nenhum impacto negativo
para a segurança por várias razões. Não é uma liberação para todo e
qualquer país, depende de regulamentação, e nós temos, além da questão
do visto, um controle que regularmente é feito pelas demais ferramentas
de controle de imigração. Na Copa tivemos várias situações envolvendo
torcedores argentinos, por exemplo, que é um país que não precisa de
vistos para vir ao Brasil, que foram barrados na nossa fronteira”,
explicou.
Além desses temas, o evento aborda questões como segurança nas instalações olímpicas,
operações aeroportuárias e policiamento ostensivo em pontos
estratégicos. Elaborado em conjunto pelos Ministérios da Justiça, Defesa
e pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,
o Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI) para os Jogos
Olímpicos e Paralímpicos serve como fundamento para a elaboração do
Plano Tático Integrado (PTI), que leva à minúcia o planejamento da
atuação conjunta de cada uma das instituições envolvidas, e está sendo
elaborado na COESRIO2016 (Comissão Estadual de Segurança Púbica e Defesa
Civil para os Jogos Rio 2016).
Para os Jogos de 2016, um contingente estimado em mais de 85 mil
homens – sendo 47 mil de segurança, defesa civil e ordenamento urbano e
38 mil das Forças Armadas – está sendo preparado para garantir a
segurança no maior evento já realizado na América do Sul.
“É um plano construído pelos governos federal, estadual e municipal, e
este exercício e essa construção vêm sendo feitos desde o Pan de 2007,
passando pelos Jogos Mundiais Militares, Rio+20, Jornada Mundial da
Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo. Esses eventos deixaram
para todos os níveis de governo no Brasil e especialmente no Rio uma
expertise muito grande, um aprendizado muito grande, e sobretudo uma
integração que hoje o Rio de Janeiro tem”, disse o secretário de
Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Beltrame.
Foto: Divulgação
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