Nem só de títulos se faz um esportista. Para Murilo, ponteiro da
seleção brasileira de vôlei, mais do que os dois títulos mundiais e das
duas medalhas de prata nas Olimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012, é
preciso ter um posicionamento claro fora das quadras também.
Principalmente em momentos de crise, como o que está vivendo o vôlei
brasileiro.
Após a Controladoria Geral da União (CGU) confirmar o
uso indevido de dinheiro público pela Confederação Brasileira de Vôlei
(CBV), à epoca da gestão Ary Graça, o ponteiro tomou a frente, organizou
o primeiro protesto na superliga e resolveu se pronunciar. Segundo o
jogador, a questão vai além do esporte.
- Não é um protesto só dos
jogadores e técnicos. É um apelo do público em geral e do nosso país. O
Brasil está precisando mudar essa imagem de país da impunidade. As
pessoas que cometem erros precisam pagar por seus erros - disse em
entrevista ao site Globoesporte.com
- A gente achava que tendo um
presidente brasileiro na FIVB, não que facilitaria nossa vida, mas que
não teríamos problemas. Mas infelizmente é o contrário, parece que joga
contra o seu país - continou falando sobre Ary Graça.
O cartola
deixou a CBV no começo do ano, mas segue como presidente da Federação
Internacional de Vôlei (FIVB), que na última semana suspendeu e multou
vários jogadores da Seleção Brasileira por uma confusão entre durante um
jogo contra a Polônia, em setembro. Para Murilo, foi um caso de
retaliação.
- O fato de terem mudado o regulamento durante o
Mundial é um absurdo. Até hoje, eu me arrependo de a gente ter entrado
em quadra. Estava escrito no regulamento que não poderia ficar dois
segundos colocados no mesmo grupo e que o primeiro do nosso grupo não
mudaria de cidade. Mas a gente, sempre com aquele discurso que é "contra
tudo e contra todos e tem que ser", a gente acabou jogando. Ganhar ou
perder faz parte. Mas a gente aceitar essas coisas... Talvez, eu esteja
chegando em uma idade que não consigo mais. É muita falta de respeito -
disse.
Fonte: Lancenet
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