O Tetracampeão brasileiro paracanoagem, Fernando Fernandes, participante da edição 3 do Big Brother Brasil, fez um desabafo
em sua conta pessoal em uma rede social na última sexta-feira 17 após um episódio no
Aeroporto Santos Dumont, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O atleta foi impedido de embarcar em um voo
por falta de equipamento para transportá-lo da pista para a aeronave. Assim,
precisou esperar um novo voo da mesma companhia por cerca de 40 minutos depois
para conseguir ir ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Neste sábado, ele falou
ao site GloboEsporte.com e classificou o episódio como inadmissível. O ex-BBB afirmou que
o funcionário da companhia aérea responsável, a TAM, teria sido grosseiro e
pouco informativo em sua abordagem.
- Fui embarcar, e o cara da TAM veio e me disse que não poderia ir, que
iria só daqui a 40 minutos, em outro vôo, que não tinha como eu subir no avião.
Falei: "Você está me dizendo que eu vou ter que ir num voo que vocês
querem? E o que eu paguei? A hora que eu escolhi?". Ele só dizia que não
ia poder, que não dava e não se explicava.
Peguei o ônibus até o avião, não me deixaram assim mesmo. Não tinha
cadeira automática, ambulift, nada, eu disse que subiria no braço e eles me
ajudavam, mas disseram que a nova regra da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) proíbe. É um absurdo, é muito surreal. Imagina isso nas Paralimpíadas?
Vai chegar um bonde de cadeirantes e vão fazer o quê? É inadmissível - disse.
Por meio de um comunicado, a TAM Linhas Aéreas lamentou o episódio e
ressaltou "que segue rigorosamente as normas estabelecidas pela resolução 280
da Anac que dispõe sobre os procedimentos relativos à acessibilidade de
passageiros com necessidade de assistência especial". Ou seja, manteve a
mesma posição desta sexta-feira.
De acordo com esse documento,
"cabe ao operador aéreo o provimento
das ajudas técnicas necessárias para a execução da assistência". A TAM
alega que é da Infraero a responsabilidade, já que é a entidade quem
administra o
Aeroporto Santos Dumont. A resolução vigente desde janeiro ainda
estabelece que é
proibido carregar manualmente o passageiro, exceto nas situações que
exijam a
evacuação de emergência da aeronave. Segundo o texto, aeroportos com
movimento
superior a 2 milhões de passageiros são obrigados a dispor do
equipamento. Os
que descumprem a regra estão sujeitos ao pagamento de uma multa de até
R$ 25
mil. O GloboEsporte.com tentou, sem sucesso, o contato com a Infraero.
Fernando diz que a TAM contactou sua família para se desculpar pelo
ocorrido, contudo, prometeu mesmo assim correr atrás de seus direitos. Ele
falou que, ainda na pista, um outro funcionário tentou apaziguar o mal
entendido causado pelo primeiro, mas o paratleta "manteve sua posição".
- Ainda bem que não tinha nenhum compromisso, só queria voltar para
minha casa depois de um dia cansativo de trabalho, em um horário cedo. Mas,
tendo ou não tendo compromisso, é o nosso direito de ir e vir. Depois veio
outro funcionário dizendo que não tinha muito o que fazer, que não podiam
burlar a regra nova da Anac, pediu minha colaboração de pegar o outro voo.
Falei: "Posso falar uma coisa? Entendo sua posição, mas se eu abrir mão da
minha, vou abrir mão do direito de milhões de pessoas, de uma luta, do respeito".
Só fui embora porque as outras pessoas estavam esperando e não queria
prejudicá-las - concluiu.
Foto: Marcos Riboli
Fonte: Globoesporte.com
0 Comentários