Quando a situação começa a ficar complicada, Lucão e Sidão
ficam atentos ao chamado de Bruninho. Sabem que serão acionados. Gostam
de ser a bola de segurança do levantador. Em boa parte da primeira fase
da Liga Mundial, o jogo dos centrais não fluiu como de costume. Os
saques não faziam os estragos habituais, os bloqueios não subiam tanto
quanto podiam e os ataques também não estavam ao gosto dos dois. Foi
preciso ter paciência, até voltarem a crescer exatamente na hora
decisiva para o Brasil garantir a vaga na fase final. O momento difícil
passou, mas a dupla não esquece dele. Ressalta o poder de superação do
grupo e quer que a caminhada no Mundial da Polônia, de 30 de agosto a 21
de setembro, seja mais tranquila.
- Não queremos voltar a passar por esse sufoco. Acho que o respeito
das grandes equipes voltou a existir. O time cresceu conforme teve tempo
de trabalho. O começo foi tudo meio atropelado. E, geralmente quando a
coisa vai encrespando, a gente se une mais e melhora. Chega uma hora que
você nem pensa mais, que está tão no fundo que ou sai de lá ou se
afunda mais. Eu passei a assumir mais a responsabilidade, receber mais
bolas, o que
desafogava um pouco os ponteiros. Conseguimos fazer uma final. Sei que
sou uma bola de segurança e que tenho que estar bem todos os jogos. O
Bruno sempre usa muito a primeira bola e casou de ter dois centrais que
gostam muito de atacar. E o jogo flui bem - afirmou Lucão.
Eleito
para o time ideal da Liga Mundial, juntamente com o central americano
David Lee, o jogador de 2,09m diz que a seleção não pode se iludir pelo
fato de ter voltado a bater a Rússia depois de quase dois anos.
-
A gente não pode se enganar. Acho que eles não fizeram uma partida
muito boa. Vencemos, assim como também fizemos partidas excelentes
contra a Itália. Os Estados Unidos foram a grande a surpresa. Temos que
trabalhar, melhorar o saque. Este Mundial é quase tão importante para
nós quanto as Olimpíadas. Queremos o tetra, buscar o deca da Liga
Mundial no ano que vem e, só depois, pensar nos Jogos de 2016. Temos um
clima muito bom dentro da equipe.
Sidão tem o mesmo pensamento. Sabe que diante do equilíbrio não haverá espaço para deslizes na Polônia.
- Temos convicção de que não podemos dar o mole que demos. Estamos
mais sólidos. Na Liga Mundial tivemos uma fase difícil, com pouco tempo
de treino e a
galera chegando no meio do campeonato, o que não tinha acontecido antes.
Mas não perdemos o foco e fomos para a fase final. Não podíamos
desistir e todos deram o seu máximo. Ficamos indignados porque perdemos o
título, mas serviu de aprendizado e para dar força a mais. A
consistência adquirida a equipe não perde mais. Agora, é melhorar daqui
para frente. Nosso saque tem que melhorar muito. A gente tem condições
de fazer isso funcionar - disse.
Aos 32 anos, o meio de rede
comemora a boa sintonia com Bruninho e também com Rapha. E espera que
ela funcione bem não apenas no Mundial, mas também nas Olimpíadas do
Rio, que aponta com a última da carreira.
- Sempre gostei de
jogar com o Bruno e sempre me dei bem com ele dentro e fora de quadra.
Temos uma sintonia boa. Confio nele e também no Rapha, que está
chegando e trazendo experiência. Já vivi momentos difíceis na seleção,
mas você vai aprendendo e crescendo mentalmente. O pior que posso frisar
foi a derrota nas Olimpíadas. Para mim, foi um soco de direita. Fiquei
atormentado mais de um mês. E não consegui esquecer ainda. Tenho só mais
uma oportunidade de conseguir o que eu sempre quis, que é o ouro
olímpico. E vou buscar o que eu sempre quis.
Fonte: Globoesporte.com
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