O Campeonato Mundial de Basquete vai de 30 de agosto a 14 de setembro, e a seleção da Argentina, que foi campeã em 1950 e é a principal rival do Brasil, vive um grave crise em sua confederação. Por conta disso, os hermanos podem sofrer baixas em seu time, como o experiente ala-pivô Luis Scola, que deu uma entrevista ao diário "Clarín" falando sobre o caso. Nela, o jogador questionou severamente a CABB por conta de problemas econômicos e má administração.
O último presidente da entidade, Germán Vaccaro, renunciou após seis anos no comando. Ele é acusado de não ter utilizado da melhor forma o dinheiro que a entidade recebeu com patrocínios e conquistas. E a demora em prestar esclarecimentos revoltou Scola, que foi apoiado nas redes sociais por Manu Ginóbili, cuja participação é incerta por conta de uma lesão.
- Se não se faz uma mudança drástica, tudo vai acabar da pior maneira. O Mundial é muito menos importante do que isso. De que me importa se sairmos campeões mundiais e, em dois anos, a CABB ir à falência e perdermos a filiação à Fiba? Não serviria de nada ganhar o Mundial - disse Scola ao diário argentino, que completou afirmando que poderia repensar sua ida ao torneio, que ocorre na Espanha.
- Eu posso repensar se isso continuar acontecendo. Se fecharmos os olhos e olhamos à frente, vai continuar acontecendo. Se você for honesto, o basquete argentino teria que voar e dar um salto gigante. Se você continuar por este caminho, qual o motivo de representar a CABB? Teremos que tomar uma decisão. Não quero ser cúmplice em algo tão tenebroso. Isso é direito meu. Se eu não jogar o Mundial, será por culpa de uma gestão horrível. E vai ser uma decepção, porque há 15 anos estou no time principal e é um lugar onde me sinto bem e adoro estar.
Andrés Nocioni, do Philadelphia 76ers, também repercutiu as críticas de Luis Scola.
- Vergonha alheia! Peço desculpas porque o basquete argentino não merece isso! Deveríamos falar de quão grandes foram esses últimos anos - publicou em sua conta em uma rede social.
Outro que comentou foi Pablo Prigioni, do New York Knicks.
- As declarações de Luis Scola ao "Clarín" de hoje são o sentimento e o pesar de todos nós. É o momento de mudar as coisas. É lamentável que, a ponto de começar a preparação, tenhamos problemas alheios à parte esportiva como esses - relatou na internet.
Além de um rombo nas finanças, a imprensa argentina cita outros problemas na CABB. Fala-se em "preparação inadequada". E, nesse caso, os jornais se referem à falta de seguro médico para os jogadores, que teriam feito treinos evitando contato físico para minimizar o risco de lesões. Os atletas ainda acusam a entidade de problemas com logísticas para viagens, como, por exemplo, o Sul-Americano de Basquete, que está acontecendo na Venezuela. De acordo com o site "Planeta Deporte", houve problema no translado até Isla Margarita, que foi de 15h, quando deveria ter demorado 14h.
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