As Federações internacionais reclamaram, o Comitê Olímpico
Internacional (COI) adotou um plano de apoio, mas o Comitê Organizador dos
Jogos de 2016 prefere manter o discurso de que o planejamento para as
Olimpíadas do Rio segue um curso normal para um evento deste porte. Em entrevista
ao GloboEsporte.com, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman,
afirmou que os problemas enfrentados no Brasil são semelhantes aos que outras
sedes enfrentaram no passado e ressaltou os pontos que considera positivos no
planejamento carioca.
- Todas as cidades que organizaram Jogos Olímpicos tiveram
uma pressão muito grande. Todas. Inclusive algumas até dizendo que iriam perder
Olimpíadas, que as Olimpíadas iriam sair por causa de vários motivos, seja de
obras, de escolha de locais de competições. Eu poderia te dar inúmeros exemplos.
(...) Nós vamos ter todas as condições entregues, vamos aonde que tiver que ir,
o que tiver que ser corrigido, melhorado, será feito. Onde que tenha ainda
algum atraso, será corrigido. E muitas instalações já estão prontas. Vamos ter
tudo para dar uma alegria muito grande e temos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
espetaculares aqui no Rio.
As competições olímpicas serão divididas em quatro áreas da
cidade: Maracanã, Copacabana, Barra da Tijuca e Deodoro. As instalações já
prontas citadas por Nuzman são velhas conhecidas dos cariocas. São exemplos o complexo
do Maracanã (o estádio receberá o futebol, e o ginásio do Maracanãzinho será a
casa do vôlei de quadra), o Engenhão (atletismo), Parque Aquático Maria Lenk
(saltos ornamentais e polo aquático) e Arena da Barra (ginásticas artística, rítmica
e de trampolim, além do basquete em cadeira de rodas).
No início de abril, em reunião realizada em Belek, na
Turquia, um dos membros da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico
Internacional para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, Francesco Ricci Bitti, disse que o Rio
tinha os preparativos mais críticos dos últimos 20 anos. No mesmo evento,
representantes de 17 das 18 Federações Internacionais presentes criticaram
pontos do programa olímpico – a exceção foi a Federação Internacional de Vôlei
(FIVB), presidida pelo brasileiro Ary Graça, que na época enfrentava uma série
de denúncias sobre sua administração como presidente da Confederação Brasileira
de Vôlei (CBV).
Enquanto isso, operários do Parque Olímpico entraram em greve
para reivindicar melhores condições de trabalho e salário, paralisando as obras
por cerca de uma semana. A situação mais crítica, no entanto, é de Deodoro,
área com o cronograma mais atrasado até o momento. Diante dos questionamentos,
o COI chegou a cogitar como “plano B” levar a competição do basquete para São
Paulo.
Após a visita de interventores do COI – acompanhadas de novas
críticas -, alguns avanços nas obras foram observados. O campo de golfe começou
a ser irrigado e a receber os primeiros metros de grama, e a Federação
Internacional de Hóquei elogiou os progressos em Deodoro. A situação da Baía de
Guanabara, no entanto, seguiu sendo alvo da imprensa estrangeira. Como
resposta, a Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro solicitou ao
Ministério do Esporte a liberação
de R$ 155 milhões para agilizar a despoluição do local.
Foto: AP
Fonte: Globoesporte.com
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