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Em meio a homenagens, Maratona de Boston consagra norte-americano após longo jejum

AP
O cenário nem parecia o mesmo de um ano atrás. A manhã ensolarada em Boston coroou uma Maratona que foi marcada não só pela comoção de toda a cidade, mas por uma festa do povo americano no feriado do Dia do Patriota. A redenção foi dentro e fora da pista, com primeira a vitória de um atleta dos EUA, desde 1983, depois do trágico atentado do ano passado. Mensagens de força e principalmente homenagens às vítimas marcaram os 42km do trajeto percorrido por mais de 36 mil pessoas. Antes da largada, foi respeitado um minuto de silêncio.

A Maratona teve seu capítulo mais triste em 2013, quando um atentado matou três pessoas e feriu 264. Os mortos das explosões Krystle Marie Campbell, 29 anos, a estudante chinesa Lu Lingzi, 23, e o pequeno Martin Richard, de oito, foram lembrados por muitos dos cartazes que decoraram a cidade. Mesmo com o trauma recente na memória, a população local foi às ruas e apoiou os corredores com o lema ''Boston Forte''. A área da linha de chegada, palco das explosões do ano passado, também estava lotada.

As milhares de bandeiras dos Estados Unidos balançaram ainda mais forte quando Meb Keflezighi cruzou a linha de chegada como primeiro colocado. Com o tempo de 2h08s37, ele quebrou o jejum de 31 anos sem vitórias de americanos na Maratona de Boston. Nascido na Eritreia e naturalizado nos EUA, ele foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Atrás dele por 11 segundos (2h08s48) chegou o queniano Wilson Chebet foi o vice-campeão. O bronze também foi do Quênia, com Frankline Chepwony, em 2h08s50.

A corrida feminina foi vencida pela segunda vez consecutiva pela queniana Rita Jeptoo. A atleta quebrou o recorde do percurso com o tempo de 2h18m57. A brasileira Adriana Aparecida da Silva também participou da prova de elite, ficando em 16ª. Duas etíopes levaram prata e bronze: Buzunesh Deba e Mare Dibaba, respectivamente, em 2h19s59 e 2h20s35.

Pessoas que sobreviveram ao atentado do ano passado também voltaram a participar, de alguma forma, da Maratona de Boston. Sydney Corcoran, que quase perdeu a vida por causa dos estilhaços das bombas, se disse aliviada ao ver que a cidade conseguiu seguir em frente. Sua mãe, Celeste, perdeu as duas pernas.

- Todos estão dizendo que não podem esperar pela próxima manhã e simplesmente ver que acabou - disse Sydney.

De acordo com o jornal americano ''USA Today'', a família Corcoran voltou à linha de chegada para esperar o término da prova da irmã de Sydney, Carmem, que não pôde completar a corrida no ano passado por causa da tragédia. As sobreviventes esperaram a parente no trecho final.

- Espero que todos possam ser capazes de abrir os braços e inspirar - completou Sydney.

No atentado do ano passado, os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, americanos de origem chechena, colocaram panelas de pressão com bombas dentro de mochilas próximas à linha de chegada. Este ano, a polícia criou um plano de segurança. Mochilas e bolsas foram revistadas com frequência pelo enorme efetivo de segurança. Foram proibidos objetos como carrinhos de bebê, recipientes com capacidade de mais de um litro, roupas com muitos bolsos e bandeiras maiores do que 28x43cm. Público e atletas não puderam usar máscaras ou gorros que ocultassem os rostos. Os policiais utilizaram detectores de metais e cães rastreadores. Nesta edição da corrida, o número de oficiais dobrou para 3.500, nas ruas desde as primeiras horas da manhã.

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