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Atletas pedem transparência à CBV e carregam 'amor ao vôlei' nos braços

Quem ama cuida. É isso que os atletas que disputaram a etapa de Maceió do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia mostraram no braço. Em meio às denúncias que sacudiram a CBV, a grande maioria dos jogadores disputou o torneio com uma braçadeira onde se lê "Eu amo o vôlei de praia". O movimento surgiu a partir da Assembleia de Profissionais de Vôlei de Praia e tem como intenção pedir maior transparência da entidade, atingida por denúncias nas últimas semanas.

Beto Pitta, presidente da Assembleia e também jogador de vôlei de praia, explicou o posicionamento dos atletas.

- Todos ficaram sabendo dos recentes acontecimentos, não estamos contentes e queremos esclarecimentos. Mas o nosso trabalho é estar aqui, treinar todos os dias, jogar e representar o Brasil. Estamos com o pé atrás, olhando os fatos. Não estamos contentes com tudo que a gente ouviu, mas não queremos julgar nada. Estamos de olho. A ideia é mostrar o amor pelo vôlei, que está acima disso tudo. O nosso trabalho é não deixar que o vôlei saia prejudicado dessa história. A gente só está demonstrando que o nosso esporte tem que vir em primeiro lugar, independentemente do que está acontecendo nos bastidores.

Para o campeão olímpico Emanuel, o momento é de união para os jogadores.

- Estamos quebrando um paradigma. Antigamente, a distância entre os atletas, os dirigentes e os chefes de delegações era gigantesca. Houve maturidade geral até pelo processo das Olimpíadas, que fez com que nós nos víssemos como parte do contexto. Todo mundo está engajado pelo melhor para os jogadores e o esporte, trabalhando da melhor forma possível - disse Emanuel, ouro nos Jogos de Atenas 2004.

Ao invés de criticarem os envolvidos nas denúncias, os atletas optaram por valorizar o esporte, mostrando a importância do vôlei de praia em suas vidas. As denúncias provocaram a renúncia do presidente licenciado da CBV, Ary Graça, e do superintendente da entidade, Marcos Pina.

- Não tem uma pessoa que está aqui e que não ame esse esporte, seja na praia ou na quadra. Todos têm muito amor pelo vôlei e quando vemos coisas que prejudicam o esporte não é legal. Sabemos que muitos atletas poderiam estar sendo beneficiados, atletas que estão começando, por exemplo, que passam por uma série de dificuldades... Está todo mundo muito solidário a essa campanha, firme e forme pelo amor ao vôlei. Queremos defender o esporte e que ele cresça cada vez mais. O vôlei é muito importante para o nosso país nas Olimpíadas - destacou Bruno Schimdt.

O seu parceiro, Alison, também lamentou a situação e teme os desdobramentos do caso a dois anos dos Jogos de 2016.

- Como atleta, estou muito triste ver um esporte como o vôlei, que deu tantas medalhas para o Brasil, estar passando por este momento. Um esporte que sempre foi uma referência de grandes atletas, profissionais e seres humanos em todo o mundo. Cresci vendo Emanuel, Loyola e Ricardo na praia, Giba e Nalbert na quadra, fora as outras gerações de 1992... Sempre foi um esporte exemplar, e estar passando por isso dois anos antes de uma Olimpíada é muito triste. E não só pensando em 2016, mas em 2020, 2024... Nós temos que nos unir e buscar o melhor do esporte. Como o Bernardo falou, estou muito triste com esse momento - disse o "Mamute", prata em Londres 2012

Atual campeã brasileira e líder do ranking nacional, ao lado da parceira Ágatha, Bárbara Seixas quer respeito ao esporte.

- Não nos cabe julgar, mas pedimos da CBV esclarecimento e transparência. Nós dedicamos a nossa vida pelo nosso amor ao vôlei. Só queremos fazer o que a gente ama e pedimos respeito ao esporte.

Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim e campeão da temporada do Circuito Brasileiro 2013/2014, Márcio foi um dos poucos atletas que não usaram a braçadeira, mas demonstrou o seu apoio à campanha.

- Eu não consigo jogar com braçadeira, mas, se desse para fazer uma tatuagem, eu faria. Estamos vivendo um momento delicado e eu me solidarizo com os outros atletas. Estou envolvido na causa e temos que nos expor, dizer o que pensamos e não ficar omissos diante desta situação. Mas acredito que tudo poderá ser resolvido da melhor maneira possível. Se houve algum desvio de verba, quem cometeu essa infração deve ser punido. A CBV sempre foi transparente e precisa apurar os fatos. O Banco do Brasil esteve sempre envolvido no esporte, sendo o sétimo jogador na praia. Precisamos honrar quem nos honra, ser fiel a quem é fiel a ti, foi o que eu aprendi com os meus pais. O atleta não pode ser prejudicado.


Foto: Carol Fontes
Fonte: SporTV.com/Carol Fontes

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