As revoltas populares contra os amplos investimentos na
organização da Copa do Mundo de 2014 devem ser retomadas nos próximos
meses, mas têm data para acabar: junho, quando será realizado o evento
no Brasil. Depois disso, será a Olimpíada de 2016 a grande responsável
por manter o fluxo de gastos. Presidente do Comitê de Organização do
evento e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman não
teme ser transformado em alvo posterior.
"Ninguém vai ser alvo. É uma questão de trabalho, não de
comparação. Sabemos que realizar os Jogos Olímpicos dentro do nosso
País é um desafio muito grande. A mesma tensão que os atletas têm, a
mesma preocupação, os desafios, nós também temos. O que vamos viver é
igual. Se você pegar um atleta que vai competir em casa, é a mesma coisa
que estamos fazendo, mas do outro lado da mesa", disse Nuzman.
Os protestos contra a Copa do Mundo de 2014 ganharam as
ruas como extensão da revolta popular iniciada com os atos contra o
aumento do valor das passagens de ônibus em São Paulo e a consequente
repressão policial. Fifa, CBF e Comitê Organizador tiveram problemas
durante a Copa das Confederações, em junho de 2013. Durante o Prêmio
Brasil Olímpico, realizado na noite de terça-feira, em São Paulo, Carlos
Arthur Nuzman afirmou estar preparado.
"Na hora em que ganhamos os Jogos, tínhamos a confiança
de que essa caminhada teria diferença", disse. Por enquanto, alguns
assuntos têm se mostrado mais sensíveis, como a poluição da Baía de
Guanabara, onde serão disputadas as provas de vela, a questão do
velódromo, construído para o Pan de 2007, mas incapaz de receber provas
olímpicas e a desapropriação de terrenos para obras. No período
pós-Copa, todas as atenções se voltarão para a preparação da Olimpíada.
"Vai ser um espetáculo a Copa do Mundo, vai ser um
espetáculo os Jogos Olímpicos. Todo mundo vai festejar, todo mundo vai
ficar feliz e todo mundo vai concluir que foi, para o País, uma página
importantíssima que foi escrita", disse Nuzman, de forma incisiva. "E a
juventude brasileira vai acreditar que ela pode praticar os esportes e
conseguir os resultados", complementou.
Foto: Terra/Ricardo Matsukawa
Fonte: Terra
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