O Ministérios do Esportes de Teerã anunciou nesta segunda-feira (20) a permissão da entrada de mulheres para assistirem às partidas de futebol masculino. A estreia das torcedores será no próximo jogo da equipe nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, contra o Camboja no dia 10 de outubro na capital do país. A decisão foi fruto de muita esforço internacional e protestos nacionais contra a medida antes estabelecida.
A proibição teve grande repercussão quando a iraniana Sahar Khodayari de 29 anos ateou fogo no próprio fogo diante do tribunal. Torcedora do Esteghlal, um dos principais clubes do país, Sahar foi julgada e condenada a seis meses de prisão por se disfarçar de homem para conseguir entrar no estádio. Tal fatalidade atraiu a atenção de todo o mundo, inclusive do órgão mais importante da modalidade.
O Presidente da FIFA, Gianni Infantino já havia pressionado a Federação iraniana para revogar a suspensão, e afirma que o órgão está fornecendo todo o suporte necessário para a implementação da permissão. "Agora é o momento de mudar as coisas e a FIFA espera desenvolvimentos positivos a partir do próximo jogo em casa no Irã". Para o próximo confronto da seleção, o estádio contara com um sistema de logística diferenciado com entradas separadas para as mulheres.
A Proibição
É a primeira que as mulheres poderão acompanhar as partidas de perto pela primeira vez desde 1981, reflexo da constituição ultraconservadora do país após a revolução de 1979 com a instauração da República Islâmica do Irã. Ainda em 2018, o procurado-geral do país, Mohamed Jafar Montazeri, declarou que não concordava com a decisão já que expunha as mulheres "a homens quase pelados em campos, levando-as a pecar".
Foto Arquivo AP/Vahid Salemi
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