Na matemática do tênis de mesa, ranking não define, necessariamente,
as parcerias de duplas, em especial num Mundial. É por isso que o
torcedor brasileiro não verá, no campeonato que será disputado em
Budapeste de 21 a 28 de abril, o dueto entre Hugo Calderano, número sete
do mundo, e Bruna Takahashi, número 64, o maior patamar de uma
brasileira na listagem.
Dono de estilo que exige alto grau de comprometimento físico e
mental, Calderano vai focar seus esforços na chave individual no torneio
da Hungria, que reúne 578 atletas, de 143 países. "Os dois não vão
estar juntos nesse mundial. Talvez em outras oportunidades", afirmou
Francisco Arado, o Paco, um dos técnicos da seleção brasileira.
A comissão montou as duplas masculinas com Eric Jouti e Gustavo
Tsuboi, além de Vitor Ishiy com Thiago Monteiro. No feminino, Jessica
Yamada e Lin Gui serão as representantes. Bruna Takahashi fará uma
parceria internacional com a sérvia Andrea Todorovic. No masculino, a
chave tem 132 duplas inscritas. No feminino, 95.
O torneio também terá a disputa em duplas mistas, categoria que vai
figurar no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Em
Budapeste, Gustavo Tsuboi atuará ao lado de Bruna Takahashi e Eric Jouti
terá Lin Gui como parceira.
"As duplas são importantes, principalmente porque estão presentes nas
Olimpíadas e nos Jogos Pan-Americanos. Por isso, o Mundial é mais uma
oportunidade de treinarmos e buscarmos bons resultados e confiança.
Também é uma chance para corrigir o que for necessário", disse Hugo
Hoyama, técnico da seleção feminina.
Intercâmbio feminino
No individual, as meninas brasileiras buscaram evolução nos últimos
anos em intercâmbios fora do país. Das três representantes brasileiras,
Jessica Yamada foi a primeira a trilhar o caminho. Por muito anos atuou
na França e resolveu retornar ao Brasil no ano passado.
"A melhor parte de morar na Europa é estar em contato com o alto
nível o tempo todo. Isso com certeza fez com que eu melhorasse meu nível
para brigar de igual para igual com as adversárias. Existem
dificuldades, como clima, comida e idioma, mas para mim o mais difícil
foi ficar longe da família e dos amigos. Aprendi muito, passei a
enxergar algumas coisas de maneira diferente e também a me conhecer
melhor", disse a atleta.
Número 1 do Brasil, Bruna Takahashi começou a trilhar o caminho na
Europa recentemente, após completar 18 anos e concluir o Ensino Médio.
"Acredito que meu físico e minha força melhoraram muito, pois fazemos
bastante 'robô' na Dinamarca. E também aprimorei muito as primeiras
bolas. Treinamos bastante as primeiras jogadas, pois é a parte mais
importante".
Chinesa naturalizada brasileira, Lin Gui veio para o Brasil jovem.
Atuou por longo tempo no Brasil e depois seguiu para a Europa, onde joga
na Liga Polonesa. Recentemente, teve passagem pela China, onde passou
por um período de treinos antes do Mundial. "Na China, consegui manter
um ritmo de treino mais regular. Na Europa tenho muitos jogos pela Liga,
o que é bom para evoluir a experiência de jogo".
Foto: Rede do Esporte/Abelardo Gomes
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