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Coluna Surto Mundo Afora #41

Por Bruno Guedes


Hóquei na Grama


Novo torneio da Federação Internacional de Hóquei na Grama (FIH), a Pro League chegou ao seu terceiro mês com boa aprovação de público, atletas e imprensa. Além de ser classificatória para as Olimpíadas, a Liga também agradou com seu formato bem diversificado de pontuação e locais de competições. Mas como nem tudo são mudanças, os times que lideram as categorias não teve alterações: Holanda e Argentina no feminino e Austrália e Bélgica no masculino.

Ao contrário de disputas entre equipes no mundo todo, não é o máximo de ponto que garante as melhores posições. Mas sim a porcentagem máxima sobre a quantidade de pontos disputados. As holandesas, que lideram entre as mulheres, conseguiu 12 pontos em 5 jogos, atingindo 80% deles. Por isso está à frente das argentinas, que conquistaram 16 pontos em 7 partidas, mas o percentual de 76.19%. As australianas têm 14 pontos em 8 jogos, com 58.33%. Por tal motivo estão em quarto lugar. 

Esse formato vem atraindo bastante atenção e elogios. Bem como os jogos com mando de campo e em estilo de ida-volta, retirando de apenas uma cidade a opção como sede. Durante as partidas, todas as equipes atravessaram o planeta em disputas que têm como objetivo alcançar novos adeptos e uma visibilidade em escala mundial. Por enquanto está funcionando. Durante o mês de fevereiro a Holanda foi até à Argentina enfrentar as donas da casa, por exemplo. A repercussão local foi imensa, bem como quando a Alemanha viajou à China e as argentinas para a Oceania. 

O nível técnico também é elogiável. Apesar de muitas seleções estarem optando por equipes alternativas, testes ou novos atletas, é um dos objetivos da FIH esse desenvolvimento esportivo. Isto porque as últimas Olimpíadas sofreram grandes críticas quanto à qualidade dos jogos. E a maioria delas batia na tecla de que os campeonatos estavam desnivelados, ultrapassados e muito sazonais.

Isso tudo foi modificado. Ou quase tudo. Ainda que a FIH tente popularizar o hóquei na grama, ele sofre com a concorrência de outros esportes com maior pode aquisitivo. Há também a falta de maior publicidade para um público alvo diferente do já consolidado ou praticante. E isso se reflete nas lideranças provisórias de ambas as categorias.

Mas não há muito o que lamentar, o futuro é promissor e a Pro League oxigenou o esporte. Oxalá vejamos mais disputas, potências e novos ídolos.


Beisebol

Por falar em popularização e novas regras, o beisebol, um dos esportes que voltam ao programa olímpico, teve início na mais importante, rica e disputada liga: A MLB, dos Estados Unidos. Iniciado no último dia 28 de abril, a Major League Baseball continua sua tentativa de tornar a modalidade mais atrativa para a TV e dinâmica quanto à prática. Para isso adotou algumas alterações que já estavam acontecendo há alguns anos em fase de testes ou paulatinamente. (ver no fim da coluna)

Uma partida de beisebol tem em média duas horas e meia, podendo se alongar pelo dobro ou mais. Caso do confronto entre Arizona Diamondbacks e Los Angeles Dodgers no último dia 29, que durou seis horas e cinco minutos. Isso ocorre porque não há tempo definido, mas sim entradas que se encerram após três jogadores eliminados de cada equipe. Por contar com forte estudo estatístico e muita estratégia, é comum jogadores e técnicos usarem muito o tempo a seu favor. Daí a grande reclamação dos leigos quando se fala da modalidade: lento e confuso.

A liga norte americana tenta adequar a evolução dos esportes em geral, principalmente dentro de uma grade de programação que atende as TVs, fazendo com que o beisebol diminua justamente esse tempo de jogo e fique mais dinâmico. O dinamismo, nesse caso, não é da prática esportiva em si, mas do retardo causado pelos jogadores e técnicos ou os espaços considerados "vazios". 

Muitas novas orientações já foram implantadas, sendo a maioria delas voltadas especificamente ao formato do seu torneio, como datas de negociações, seleção de elenco, All Star Game e premiação. Ou seja, algo que diz mais respeito ao formato da MLB que o jogo em si. Mas outras impactam diretamente a visão esportiva em si.

Entretanto, o efeito é mais na retórica de estar tentando modernizar que na redução das disputas em si. De acordo com o New York Times, o tempo que será cortado com as novas medidas não deverá passar de 20 minutos. Isso se houver rigor na interpretação e aplicação de tais mudanças. E é aí que entra a parte difícil: o beisebol é um esporte extremamente tradicional.

Entre as novas regras mais polêmicas está a de cada arremessador ter de enfrentar um mínimo de três rebatedores, a ser implantada para o ano que vem. Ou seja, acabar com as muitas substituições de jogadores para enfrentar apenas um rebatedor e o tempo considerável dessas mudanças. A ação chegou com resistência, porque derruba as estratégias (mas que por outro lado força a criação de novas) e diminui a atuação dos chamados especialistas, aqueles que só entram em uma partida para poucos ou somente um arremesso.

E aí entra outra mudança questionada: redução do número de visitas aos arremessadores. Como citado anteriormente, o beisebol é um xadrez. A quantidade de vezes que o jogador recebe orientações, de seus companheiros ou técnicos, vinha sendo um dos alvos para retardar o jogo. Agora elas estão limitadas a apenas cinco.

Porém a mais polêmica de todas ainda não entrou em ação e nem há data. Utilizando-se do recurso já empregado no tênis, a MLB vem tentando implantar o relógio em contagem regressiva para o arremesso. Muito mal recebida pelos jogadores, a limitação do tempo visa acelerar os lançamentos e acabar com os longos períodos entre um arremesso e outro. Segundo os atletas, essa regra fere diretamente a concentração, estratégia e raciocínio do jogo.

Paixão nacional, o beisebol tem forte penetração nos países das Américas Central e do Norte, além do maior mercado mundial em quantidade, o asiático. E tais alterações são restritas à liga dos Estados Unidos. Entretanto, até por ser uma das referências e que auxilia diversas outras, pode ser que seja adotado ao longo dos anos em outras em caso de sucesso.

O beisebol voltará às Olimpíadas em 2020, porém sairá em 2024. É provável que volte em 2028, já que Los Angeles, uma das capitais da modalidade, recebe o evento. Daí a importância de se atentar ao fato de novas regras estarem sendo implantadas, porque até a data elas poderão estar mais fundamentas ou até mesmo aceitas de forma definitiva no esporte.


As mudanças no beisebol da Major League Baseball que vão impactar diretamente o jogo:


2019
- Redução para cinco visitas ao arremessador no montinho.
- Intervalos comerciais saíram de 2min05s para 2min em jogos locais e de 2min25s para 2min na transmissão nacional.


2020
- O número de arremessadores por elenco será pré-determinado a um número a ser definido após essa temporada.
- Cada arremessador terá que enfrentar, pelo menos, três rebatedores. À exceção no caso de lesão.

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