Desde 1974 a Federação Internacional de Judô promove o Mundial Júnior. O primeiro evento, inclusive, aconteceu em solo brasileiro, no Rio de Janeiro. Por muito tempo, a competição era voltada para atletas sub20, mas, a partir da edição de 2013, o IJF ampliou a disputa, permitindo a participação de judocas sub21.
O Brasil já conquistou diversas medalhas nesse evento. Porém, será que as promessas que conquistaram boas posições no mundial júnior conseguiram fazer uma boa transição e se firmar na categoria sênior?
O surto olímpico fez uma análise sobre todos os judocas do Brasil que participaram dos mundiais mais recentes (desde de 2010), com foco naqueles que conseguiram terminar a competição nas sete primeiras posições, e fez um levantamento de como está sendo o desempenho de cada um deles entre os adultos, levando em consideração a performance nos principais eventos internacionais do Judô: Olimpíada, Mundiais, Grand Slam e Grand Prix.
Para facilitar a análise, fizemos tabelas com os seguintes dados: Categoria (peso e gênero), nome do atleta, resultado no respectivo mundial júnior, idade atual (até o fechamento desta matéria) e as conquistas na categoria sênior (nos eventos especificados acima).
O Brasil já conquistou diversas medalhas nesse evento. Porém, será que as promessas que conquistaram boas posições no mundial júnior conseguiram fazer uma boa transição e se firmar na categoria sênior?
O surto olímpico fez uma análise sobre todos os judocas do Brasil que participaram dos mundiais mais recentes (desde de 2010), com foco naqueles que conseguiram terminar a competição nas sete primeiras posições, e fez um levantamento de como está sendo o desempenho de cada um deles entre os adultos, levando em consideração a performance nos principais eventos internacionais do Judô: Olimpíada, Mundiais, Grand Slam e Grand Prix.
Para facilitar a análise, fizemos tabelas com os seguintes dados: Categoria (peso e gênero), nome do atleta, resultado no respectivo mundial júnior, idade atual (até o fechamento desta matéria) e as conquistas na categoria sênior (nos eventos especificados acima).
Vejamos as informações apuradas:
Mundial de Agadir (MAR) 2010
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-44kg (F)
|
Águeda Silva
|
Prata
|
25a
|
Bronze: Grand Slam Rio/2012
|
-48kg (F) |
Nathália Brígida |
Bronze |
25a |
Prata: Grand Prix de Miami/2013, Astana/2014 e Samsun/2015;
Bronze:
Grand Slam Abu Dhabi/2016, Grand Prix Almary/2016 e Grand Slam de Baku/2016
|
-52kg (F) |
Eleudis Valentim |
Prata |
26a |
Ouro: Grand Prix de Zagreb/2017 e Grand Slam Rio/2012;
Bronze:
Grand Prix Astana/2014, Grand Prix Tashkent/2014, Grand Slam de Abu
Dhabi/2012 e Grand Slam de Moscou/2012
|
-78kg (F) |
Mayra Aguiar |
Ouro |
27a |
Olimpíada: 2 bronzes - Londres/2012 e Rio/2016;
Mundiais: 2 ouros Chelyabinsk/2014 e Budapest/2017,
1 Prata Tokyo/2010 e 2 Bronzes Paris/2011 e Rio/2013;
Grand
Slam e Grand Prix:
Ouro: Rio/2012, Almaty/2013, Grand Slam Paris/2012,
Tyumen/2013, Grand Slam Tyumen/2014, Grand Slam Paris/2016, Grand Prix de
Cancun/2017;
Prata:
Grand Slam Moscou/2013, Grand Slam Abu Dhabi/2015, Grand Slam Düsseldorf/2018, Grand Prix Hohhot/2018 e Grand Prix de Cancun/2018;
Bronze:
Grand Slam do Rio/2010, Grand Slam Paris/2011, Grand Slam Moscow/2011, Grand
Slam Tokyo/2011, Grand Prix Tsibili/2016, Grand Slam de Abu Dhabi/2017 e
Grand Slam de Ekaterimburg/2018
|
Mundial de Cape Town (AFS) 2011
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-44kg (F)
|
Águeda Silva
|
Prata
|
25a
|
Vide dados do mundial 2010
|
-60 kg (M) |
Allan Kuwabara
|
Bronze |
26a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-48kg (F) |
Gabriela Chibana |
7º Lugar |
26a |
Ouro:
Grand Prix de Abu Dhabi/2012, Grand Prix de Cancun/2017;
Prata:
Grand Slam do Rio/2012, Grand Prix Qingdao/2012
|
-48kg (F)
|
Nathália Brígida
|
7º Lugar
|
25a
|
Vide dados do mundial 2010
|
-52 kg (F)
|
Eleudis Valentim
|
5º Lugar
|
26a
|
Vide dados do mundial 2010
|
-78kg (F) |
Samanta Soares |
5º Lugar |
25a |
Prata: IJF Grand Slam do Rio/2012;
Bronze: Grand Slam de Abu Dhabi/2016, Grand Prix
de Hohhot/2018 e Grand Prix de Cancun/2018
|
Mundial de Ljubljana (SLO) 2013
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-55kg (M) |
Vitor Torrente |
Bronze |
23a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-48kg (F)
|
Gabriela Chibana
|
5º Lugar
|
26a
|
Vide
dados do mundial 2011
|
-52kg (F) |
Jéssica Pereira |
Prata |
24a |
Ouro: Grand Prix de Tunis/2018;
Bronze: Grand Slam Abu Dhabi/2016, Grand Prix de
Zagreb/2017 e Grand Slam Ekaterimburg/2017
|
-73kg (M) |
Gabriel Mendes |
Bronze |
25a |
Sem registros de medalhas
em mundiais, Olimpíada, Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-90 kg (M) |
Henrique Silva |
Bronze |
25a |
Sem registros de medalhas
em mundiais, Olimpíada, Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-78kg (F)
|
Samanta Soares
|
Prata
|
25a
|
Vide dados do mundial 2011
|
+100kg (M)
|
Ruan Isquierdo
|
Bronze
|
24a
|
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
+78kg (F) |
Sibilla Facholli |
Bronze |
24a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
Mundial de Fort Lauderdale (USA) 2014
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-44kg (F) |
Larissa Farias |
Prata |
22a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-52kg (F)
|
Jéssica Pereira
|
Prata
|
24a
|
Vide dados do mundial 2013
|
-66kg (M) |
Ricardo Santos |
Bronze |
24a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-73kg (M) |
Lincoln Neves |
7º Lugar |
22a |
Sem registros de medalhas
em mundiais, Olimpíada, Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-63 kg (F) |
Danielle Oliveira |
5º Lugar |
24a |
Sem registros de medalhas
em mundiais, Olimpíada, Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-81kg (F) |
Rafael Macedo |
Ouro |
24a |
Ouro: Grand Prix de Tbisili/2018;
Prata: Grand Prix de Zagreb/2017;
Bronze:
Grand Prix de Cancún/2018
|
Mundial de Abu Dhabi (EAU) 2015
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-44kg (F) |
Rita Reis |
Bronze |
23a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-48kg (F) |
Nathália Mercante |
7º Lugar |
23a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-66kg (M)
|
Daniel Cargnin
|
Bronze
|
20a
|
Prata: Grand Prix de Tsibili/2018
|
-73kg (M)
|
Lincoln Neves
|
Bronze
|
22a
|
Vide dados do mundial
2014
|
-100 kg (M)
|
Leonardo Gonçalves
|
Prata
|
22a
|
Bronze: Grand Prix de
Tunis/2018
|
+100kg (M) |
João Cesarino Silva |
5º |
20a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
+78kg (F) |
Camila Yamakawa |
Prata |
23a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
+78kg (F) |
Ellen Furtado |
5º |
21a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
Mundial de Zagreb (CRO) 2017
Categoria
|
Nome
|
Resultado
|
Idade Atual
|
Conquistas Sênior
|
-44kg (F) |
Laura Ferreira |
5º |
18a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-60kg (M) |
Robson Penna |
5º Lugar |
--- |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-66kg (M)
|
Daniel Cargnin
|
Ouro
|
20a
|
Vide dados do mundial 2015
|
-73kg (M) |
David Lima |
5º |
21a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
-70 kg (F) |
Ellen Santana |
5º |
20a |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
+100kg (M) |
Arthur Barbosa |
7º |
--- |
Sem registros de medalhas em mundiais, Olimpíada,
Grand Slam e/ou Grand Prix
|
+78kg (F) |
Beatriz Souza |
Bronze |
20a |
Prata: Grand Prix Tunis/2018;
Bronze: Grand Slam Abu Dhabi/2017, Grand Slam de
Ekaterinburg/2018 e Grand Prix de Cancun/2018
|
Pois bem. De todos os medalhistas brasileiros em mundiais júnior - considerando apenas os eventos a partir de 2010 - apenas Mayra Aguiar conseguiu repetir o sucesso que fez na categoria de base. Dos jovens acima, ela é a única, até agora, a ser medalhista olímpica (2 bronzes) e/ou mundial (2 ouros, 1 prata e 2 bronzes).
Outros nomes já apresentaram atuações de destaque nos mais importantes campeonatos, embora sem medalhas, como, mais recentemente, os jovens Daniel Cargnin (Ouro/2017) e Jéssica Pereira (Prata 2013/2014) que ficaram em 5º no último mundial, em Baku. Registre-se que Nathália Brígida (Bronze/2010) ficou em 5º lugar no mundial de Astana/2015, perdendo apenas na semifinal e na disputa pelo bronze. Em ambas as ocasiões, para japonesas.
Alguns outros desses atletas já participaram do mundial sênior, mas, ainda, sem grande brilho, como são os casos, por exemplo, de Gabriela Chibana, Samanta Soares, Rafael Macedo e Beatriz Souza. Porém, se vê neles evolução e perspectiva de que cheguem mais longe com a experiência adquirida no circuito mundial.
Muitos integram ou integraram a seleção brasileira e disputam grande competições, como Grand Prix e Grand Slam: Ellen Santana, Leonardo Gonçalves, Ruan Isquierdo, Eleudis Valentim, David Lima, Camila Yamakawa, são exemplos disso.
No mundial desse ano, nas Bahamas, tivemos mais quatro medalhistas: Beatriz Souza ganhou sua segunda medalha (+78kg, prata), Renan Torres (-60kg, bronze), Amanda Arraes (-44kg, bronze) e Michael Marcelino (-66kg, prata). Além deles, alguns judocas se destacaram e foram às finais, acabando em 5º ou 7º lugares: Luíza Cruz (+78kg, 7º lugar), Camila Ponce (-78kg, 5º lugar), Lucas Lima (-100kg, 7º lugar), Ellen Santana (-70kg, 5º lugar), Guilherme Schimidt (-81kg, 7º lugar) e Laura Ferreira (-48kg, 7º lugar). Eles são a esperança de que o Brasil continue a ser uma potência na modalidade e, não tem jeito, terão que enfrentar a transição para a categoria sênior.
Sabemos que, em todos os esportes, essa transição sempre é árdua. Vários destaques se perdem durante esse período, chegando ao ponto de abandonar a modalidade. Não pesa, nesse momento, apenas a transição da categoria juvenil para a sênior, mas a própria transição para a vida adulta, repleta de responsabilidades e desafios sociais. Por isso, o suporte de confederação e familiares é de suma importância.
Todos ficamos na torcida para ver esses talentos florescerem e se tornarem grandes judocas, defendendo as nossas cores mundo afora.
Outros nomes já apresentaram atuações de destaque nos mais importantes campeonatos, embora sem medalhas, como, mais recentemente, os jovens Daniel Cargnin (Ouro/2017) e Jéssica Pereira (Prata 2013/2014) que ficaram em 5º no último mundial, em Baku. Registre-se que Nathália Brígida (Bronze/2010) ficou em 5º lugar no mundial de Astana/2015, perdendo apenas na semifinal e na disputa pelo bronze. Em ambas as ocasiões, para japonesas.
Alguns outros desses atletas já participaram do mundial sênior, mas, ainda, sem grande brilho, como são os casos, por exemplo, de Gabriela Chibana, Samanta Soares, Rafael Macedo e Beatriz Souza. Porém, se vê neles evolução e perspectiva de que cheguem mais longe com a experiência adquirida no circuito mundial.
Muitos integram ou integraram a seleção brasileira e disputam grande competições, como Grand Prix e Grand Slam: Ellen Santana, Leonardo Gonçalves, Ruan Isquierdo, Eleudis Valentim, David Lima, Camila Yamakawa, são exemplos disso.
No mundial desse ano, nas Bahamas, tivemos mais quatro medalhistas: Beatriz Souza ganhou sua segunda medalha (+78kg, prata), Renan Torres (-60kg, bronze), Amanda Arraes (-44kg, bronze) e Michael Marcelino (-66kg, prata). Além deles, alguns judocas se destacaram e foram às finais, acabando em 5º ou 7º lugares: Luíza Cruz (+78kg, 7º lugar), Camila Ponce (-78kg, 5º lugar), Lucas Lima (-100kg, 7º lugar), Ellen Santana (-70kg, 5º lugar), Guilherme Schimidt (-81kg, 7º lugar) e Laura Ferreira (-48kg, 7º lugar). Eles são a esperança de que o Brasil continue a ser uma potência na modalidade e, não tem jeito, terão que enfrentar a transição para a categoria sênior.
Sabemos que, em todos os esportes, essa transição sempre é árdua. Vários destaques se perdem durante esse período, chegando ao ponto de abandonar a modalidade. Não pesa, nesse momento, apenas a transição da categoria juvenil para a sênior, mas a própria transição para a vida adulta, repleta de responsabilidades e desafios sociais. Por isso, o suporte de confederação e familiares é de suma importância.
Todos ficamos na torcida para ver esses talentos florescerem e se tornarem grandes judocas, defendendo as nossas cores mundo afora.
Foto:IJF
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