Últimas Notícias

Surto de olho na Rússia: os defensores da taça querem a manter em Berlim


Quando falamos sobre Copas do Mundo, é inegável não lembrar da seleção alemã. Com o mundial da Rússia, essa é a décima oitava participação da Alemanha, que além de defender o título, podem conseguir igualar o maior vencedor da competição e quebrar um tabu que vem desde 1962, com um bicampeonato em sequência, feito pela seleção brasileira.

O primeiro título alemão veio em 1954, na primeira participação das águias pós segunda guerra mundial. A campanha começou no grupo 2, onde só houve goleadas. Ainda como Alemanha Ocidental, venceu a Turquia por 4x1 e 7x2 - este devido a um jogo extra. A derrota para a Hungria por 8x3 forçou essa segunda partida com os turcos. No mata-mata, a vaga na final foi feita com vitórias por 2x0 e 6x1 contra Iugoslávia e Áustria, respectivamente.

A final feita contra a Hungria é eleita uma das melhores partidas da seleção alemã em sua história, após sair perdendo por 2x0 aos seis e oito minutos com Puskás e Czibor. A recuperação começou com Morlock aos dez e a surpresa feita com Rahn empatando e virando o jogo no fim do segundo tempo. A vitória tirou a invencibilidade de 32 jogos dos húngaros. Além do título, a partida ficou conhecida como ''O Milagre de Berna'', que virou filme em 2003.


Anfitriões em 1974, estiveram no primeiro grupo ao lado da Alemanha Oriental, Chile e Austrália. Repetição de vinte anos antes com duas vitórias (para cima de Chile e Austrália) e uma derrota para os alemães orientais. Na segunda fase no grupo B, 100% de aproveitamento: 2x0 na Iugoslávia, 4x2 na Suécia e 1x0 diante da Polônia.

A decisão foi também um repeteco da Copa na Suíça, com a Holanda abrindo o placar logo aos dois minutos com gol de pênalti de Neeskens. Também de pênalti, Breitner empatou e Müller virou o jogo. Embora a Holanda fosse tratada como favorita por seu estilo de jogo marcante, o ''Futebol Total'', Franz Beckenbauer, o Kaiser, levantava a taça.


Depois de ser vice campeão duas vezes seguidas em 1982 e 1986, o terceiro título chegou em 1990. A estreia em San Siro marcou um 4x1 diante da Iugoslávia e um 5x1 contra Emirados Árabes. O empate por 1x1 contra a Colômbia garantiu o primeiro lugar no grupo.

Das oitavas até a final, resultados apertados e alguns dramáticos. Vitória contra a Holanda em uma das revanches de 1974 por 2x1. Com gol de pênalti marcado por Matthäus marcou o 1x0 na Tchecoslováquia. Pela semifinal, o herói foi Bodo Illgner ao defender a cobrança de Stuart Pearce na disputa por pênaltis e contou com Chris Waddle chutando para fora.

A revanche tão aguardada por alemães veio quatro anos depois. Argentina campeã vencendo por 3x2 deixou um gosto amargo mas que foi superado no decorrer do jogo. Monzón expulso aos 20 minutos e o pênalti convertido por Brehme aos 40' deixou os argentinos enlouquecidos, pois não havia sido pênalti.

Como resultado, Dezotti foi expulso e Maradona tomou cartão amarelo, para felicidade da torcida italiana e alemã. O que importa mesmo foi o tricampeonato, o último antes da reunificação, com Beckenbauer se tornando o primeiro a vencer o mundial como jogador e técnico.


24 anos depois, veio o tetra de maneira absoluta. Na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Alemanha caiu no grupo G com Portugal, Gana e Estados Unidos. A estreia contra portugueses em Salvador foi com uma goleada, por 4x0, com três gols de Müller e um de Hummels. Em Fortaleza, Miroslav Klose salvou a Nationaelf com gol de empate de 2x2 contra Gana. Contra os americanos, Müller marcou o único gol da partida.


A vitória nas oitavas e quartas foram difíceis para a Alemanha. A Argélia trouxe muitas dificuldades e perigo ao gol alemão, conseguindo se defender bem, levou à prorrogação. Schürlle e Özil marcaram no tempo extra, com Djabou marcando o de honra, já nos acréscimos. Contra a França, o gol de Hummels aos 13' fez com que o placar não se alterasse, embora ambas seleções perderam chances de mudar o resultado.


Na semifinal contra o Brasil, nem o mais otimista torcedor alemão poderia previr aquele resultado. Müller abriu o placar em cobrança de escanteio. Do minuto 23 ao 29 se passaram seis minutos, os mais felizes para a torcida alemã e os mais chocantes pro mundo e para os presentes no Mineirão.

Klose marcou e se tornou o maior artilheiro da história das Copas. Kroos marcou logo na seguida e fez seu segundo no jogo após a saída de bola. Khedira fez o 5x0 ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, Schürlle marcou mais duas vezes e Oscar diminuiu no fim do jogo. Só não foi maior porque özil perdeu cara-a-cara com Júlio Cesar. O 7x1 entrou para a história do futebol.


Novamente argentinos e alemães se enfrentariam em uma Copa do Mundo. O retrospecto era todo dos europeus desde 1990. Em 2006 vitória nos pênaltis, em 2010 um 4x0 impiedoso. No Brasil, foi mais parelho. Higuaín até marcou primeiro, mas em impedimento. O camisa nove argentino minutos antes tinha perdido uma chance clara. Höwedes acertou a trave em escanteio. Na prorrogação, Schürlle cruzou, Götze ajeitou no peito e de voleio, deu o tetra para a Alemanha.


Eliminatórias

Mesmo com a aposentadoria de alguns jogadores importantes na campanha do tetra, a Alemanha fez a melhor campanha de todas as seleções classificadas para a Copa do Mundo. Em dez jogos, foram dez vitórias, com 43 gols marcados e apenas quatro sofridos. Além disso, foram sete goleadas, com destaques para os sete e oito gols feitos em San Marino. Os 6x0 na Noruega e 5x1 no Azerbaijão.

Surto de olho no craque


Os destaques do tetra voltam a disputar uma Copa do Mundo, onde foram também alguns dos destaques da seleção alemã nas eliminatórias. Thomas Müller e Toni Kroos tem tudo para conseguirem o objetivo de conseguir o bi campeonato consecutivo.


Kroos vai disputar sua terceira Copa do Mundo e chega em alta após o tri da Liga dos Campeões com o Real Madrid. O meia de 28 anos foi revelado pelo Bayern de Munique em 2007 e logo foi convocado ao mundial da África do Sul. Permaneceu na Baviera até 2014, quando se transferiu para o Real Madrid, se tornando titular absoluto desde então.

Pela seleção alemã acumula 82 jogos e também é absoluto nos onze iniciais de Joachim Löw. Pelas eliminatórias, o camisa oito fez apenas um gol e deu uma assistência, mas foi o jogador com a maior porcentagem de acertos de passes: 95%. Toni tentou 807 passes e acertou 763, só passando menos a bola que Kimmich, com tentativas a menos.

Em 2014, fez um grande mundial, terminando na seleção do torneio feita por jornalistas e também no voto popular. Foi o autor de dois gols na goleada pra cima da seleção brasileira e foi eleito o homem do jogo. Joga como meia central e primeiro volante, tendo o passe e os chutes de longa distâncias seus pontos fortes.


Thomas Müller tem 28 anos, vai para seu terceiro mundial e é um jogador que vai receber todo um olhar especial do mundo futebolístico nessa Copa do Mundo. Se o alemão fizer seis gols, empata com o compatriota Miroslav Klose na artilharia história da competição. Levando em conta que em cada vez que Müller participou ele marcou cinco vezes, é possível acreditar sim.

Assim como Kroos, ele é outra cria do Bayern, sendo lançado em 2009 e logo no ano seguinte, estava na Copa do Mundo, fazendo história ao ser artilheiro do torneio. Em 2014, foi fundamental na campanha do titulo, sendo eleito melhor da partida em duas ocasiões e também estando na seleção do mundial pelo voto popular e pela FIFA. Foi o segundo melhor jogador e o vice artilheiro da competição. 

Nas eliminatórias, participou de 11 gols dos 43 feitos pela seleção, correspondendo a 26% dos gols, mesmo número de Kimmich. Foi o artilheiro empatado com Sandro Wagner com cinco gols e dando seis assistências. Müller é um curinga, jogando em todos as posições do flanco direito com exceção da lateral. Joga também armando o time, como segundo atacante e centroavante. O camisa 13 é importantíssimo no esquema de Löw.

Time titular






Um dos técnicos mais badalados de sua geração, Joachim Löw tem 58 anos e começou a carreira no FC Frauenfeld em 1994. Chegou a treinar Stuttgart e Fenerbahce ainda nos anos 90. Chegou a seleção como auxiliar de Jürgen Klinsmann para a Copa de 2006. Com a saída do ex-atacante, assumiu em 2006. Löw já fez história na Mannschaft ao ser o treinador do título há quatro anos e da campanha vitoriosa da Copa das Confederações.

Com algumas dúvidas no time, principalmente no gol, seu time base deve ter Neuer (ter Stegen), Kimmich, Boateng, Hummels, Hector; Gündogan, Kroos, Müller, Özil, Sané e Werner.

Conclusão



Uma das grandes favoritas, podem chegar ao bicampeonato e quebrar um tabu que não ocorre desde os anos 60, e de quebra dividir o topo com a seleção brasileira como a maior vencedora da Copa do Mundo. Muitos acharam que a Alemanha cairia no comodismo, o que se provou o contrario. Se for tão eficaz como foi há quatro anos, a taça permanecerá em Berlim por mais alguns anos.


0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar