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Surto de olho na Rússia: O desacreditado Peru quer surpreender novamente


Peru volta à Copa do Mundo após 36 anos. Por muito tempo andou por baixo, sempre disputando as últimas posições das eliminatórias com a Bolívia e Venezuela, mas o cenário mudou e vão disputar seu quinto mundial.

A melhor participação peruana aconteceu no México em 1970, quando La Rojiblanca alcançou as quartas de final. Naquela fase de grupos, venceram de virada os búlgaros por 3x2, goleada para cima do Marrocos por 3x0 com dois gols de Cubillas - maior ídolo do futebol peruano - e derrota diante da Alemanha Ocidental por 3x1.

Jogar contra o Brasil nem sempre é uma tarefa fácil. No tri da seleção canarinho, é possível dizer que foi uma das partidas mais difíceis dos campeões. Até o início do segundo tempo, os brasileiros ganhavam apenas por 2x1. Tostão marcou logo na volta do intervalo, mas Cubillas marcou faltando 20 minutos para o fim. A pá de cal veio com Jairzinho fazendo 4x2 e brecando a reação do Peru, mandando os adversários de volta para os andes.


Última Copa e Eliminatórias

Peru chegava para disputar o mundial com esperanças, fazendo uma boa eliminatória, sem perder um jogo sequer contra Uruguai ou Colômbia. Naquela época, as seleções disputavam divididas em grupos e os peruanos se garantiram ao vencer os uruguaios em pleno Estádio Centenário. 

Na Espanha, começou com dois empates contra Camarões e Itália. Até aquele momento, todos haviam empatado e a última rodada chegou podendo classificar qualquer um dos quatro. A outra seleção era a Polônia, que não tinha marcado nenhum gol. Após um primeiro tempo sem gols em ambas partidas, a esperança do Peru foi embora em minutos. Uma goleada acachapante: 5x1 para ninguém botar defeito. Foi o único jogo com vitória daquele grupo A.


Se passaram mais de três décadas daquele jogo e o Peru iniciava mais uma eliminatória. Claro que a expectativa sobre vagas caíam para as mais tradicionais, que vinham disputando os mundiais. A dupla Brasil e Argentina presenças quase certas. O Uruguai junto do Chile, os vencedores das últimas edições da Copa América. A Colômbia voltando a ter destaque no cenário sul-americano e mundial depois de muito tempo. Cinco boas seleções e cinco vagas. 

O favoritismo sobre as mesmas citadas acima começou a ruir logo no início. Ninguém conseguia deslanchar. A seleção peruana foi inconstante desde o início, mas a partir da sétima rodada, foi ganhando folego para subir na tabela e brigar por uma vaga. A arrancada surgiu faltando poucas rodadas para o término, o Peru venceu e empatou quatro jogos na vidada do turno. 

No início os favoritos tinham vaga certa e alguns se confirmaram mesmo. Brasil e Uruguai conseguiram antecipadamente. Por outro lado Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru lutariam para chegar à Rússia. Os argentinos venceram e se garantiram. Peruanos e colombianos empataram e dependiam da seleção brasileira vencer os chilenos em São Paulo. Um 3x0 do brasil eliminou o Chile, classificando assim, o Peru para a repescagem.

Depois de batalhar tanto para conseguir seu lugar ao sol, tinha ainda a Nova Zelândia pela frente. O jogo de ida foi sonolento, com 0x0 chato de se assistir. A partida de volta no Peru dias depois, colocou o Estádio Nacional em estado de total euforia com o gol de Farfán. No segundo tempo, o gol de Ramos classificou o país que ficava 36 anos sem disputar um mundial.


Surto de olho no craque


Os caras da seleção são muito conhecidos do futebol brasileiro e foram fundamentais na campanha do Peru nas eliminatórias da Copa do Mundo. Paolo Guerrero e Christian Cueva tiveram participação em 62,9% dos gols feitos pela Rojiblanca.


Paolo Guerrero pode se considerar um privilegiado no futebol. Revelado pelo Bayern de Munique em 2004, seguiu na Bavária por dois anos, quando se transferiu ao Hamburgo. Após seis anos pelo time alemão, foi contratado pelo Corinthians, onde atingiu o ápice da carreira marcando os gols do bicampeonato mundial do clube e seguindo nos anos seguintes, sendo considerado o principal atacante do país e é o maior artilheiro estrangeiro do alvinegro. Em 2015, foi jogar no Flamengo onde já acumula 42 gols em 110 jogos.

Guerrero também tem história pela seleção peruana. O atacante foi o principal jogador na campanha do terceiro lugar das Copas Américas de 2011 e 2015, acabando os torneios como artilheiro. Hoje é o maior goleador da Blanquirroja com 33 gols em 86 jogos.

Recentemente, Paolo Guerrero enfrentou um doping, na qual ficou parado por seis meses, tendo seu retorno na quarta rodada do campeonato brasileiro contra o Internacional. O atacante está focado em seu retorno na seleção, sendo aposta do treinador Ricardo Gareca.


Christian Cueva também é bem conhecido no país brasileiro. Revelado pelo Universidad San Martín em 2008, o jogador chegou ao Toluca anos depois, e após uma boa Copa Libertadores de 2016, o jogador desembarcou no São Paulo, onde oscila demais. 

Os torcedores são paulinos pegam constantemente no pé de Cueva, porque sabem da qualidade técnica do meia. De uns tempos pra cá, o camisa dez tricolor tem tido problemas de indisciplina, demonstrando não querer mais jogar no Morumbi. O que ele não joga pelo clube, sobra determinação pela seleção. Cueva tem sido o principal armador do escrete peruano desde 2011. Nessas eliminatórias, o jogador marcou quatro gols e deu seis assistências, tendo 33% de participação em passes ou jogadas que deu em gol. Deu a assistência para o gol de Farfán na repescagem. O Peru aposta as fichas nele.

Time titular


Outro grande conhecido do futebol paulista é o treinador Ricardo Gareca. O técnico ficou conhecido aqui por treinar o Palmeiras em 2014, após boa passagem pelo argentino Velez Sarsfield. Chegou em junho mas logo em setembro foi demitido com 33% de aproveitamento, o segundo pior do alviverde no século XXI. 

Após período sabático, assumiu o Peru em 2015 e vai ser o treinador do país no mundial. Seu time base deve ter Gallese, Rodríguez, Advíncula, Ramos, Trauco; Tapia, Yotún, Cueva; Farfán, Carillo e Guerrero.

Conclusão

Nenhum dos convocados do Peru foram nascidos na época do último mundial disputado pelo país. O objetivo é chegar no mata-mata, o que seria uma façanha incrível. Precisa de seus melhores jogadores para isso. Se alguns anos atrás o futebol peruano estava em baixa, de 2011 pra cá, a situação mudou desde aquela Copa América. Podem estar desacreditados novamente, mas sabem que é possível a classificação e surpreender o mundo novamente.




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