Dois dos
três representantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno
encerraram, na quinta-feira (01.03), a fase de aclimatação para os
Jogos Paralímpicos de Inverno, que serão disputados de 9 a 18 de março
na Coreia do Sul.
Aline Rocha e Cristian Ribera, do esqui cross-country,
tiveram dez dias na cidade italiana de Livigno, que fica a 1.800m de
altitude. O local é próprio para simular situações que os atletas podem
experimentar ao longo da competição em PyeongChang, em especial as
diferentes texturas que a neve pode apresentar e temperaturas que chegam
a 17 graus negativos.
"Aqui em
Livigno, as temperaturas ficaram bem próximas ao limite inferior
permitido em provas oficiais. Com isso, a gente conseguiu identificar o
comportamento do organismo dos atletas em cada uma dessas temperaturas.
Desde a dificuldade para aquecer as mãos, que é um ponto que a gente tem
dificuldade, até a proteção das pernas, para termos certeza de que não
estamos correndo risco. Não será esse o nosso problema em PyeongChang,
apesar da expectativa de temperaturas bem baixas lá", disse Fernando
Orso, técnico da dupla nacional.
Na
Coreia do Sul, a estimativa é ter até cinco sessões de treinamento no
local da prova antes da estreia oficial, em 11 de março, com o percurso
longo do esqui cross-country. Para Aline Rocha, são 12km de percurso.
Para Cristian, 15km. Eles ainda disputarão as provas de sprint, de 1km,
no dia 14, e o trajeto de média distância, (5km no feminino e 7,5km, no
masculino), no dia 17.
"Quando
a gente chegou na Itália, já havíamos concluído uma preparação prévia.
Nesse momento, precisávamos transformar todo o trabalho de
fortalecimento muscular em velocidade e potência, com ajustes de ordem
técnica", afirmou Fernando Orso, técnico da dupla nacional. Os ajustes
técnicos são tanto para situações de subida quanto de descidas e curvas.
"A partir de agora, o objetivo deixa de ser a preparação física, porque
entendemos que concluímos essa etapa. Agora é um processo de manutenção
da condição física, de conhecer melhor o percurso e criar estratégias
para cada ponto da prova", afirmou.
Depois
de representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, a
paranaense Aline teve praticamente um ano de experiências com o esporte
de neve até garantir o índice e se tornar a primeira mulher brasileira
com participações nas competições adaptadas de inverno e de verão. "Com
certeza, se comparar com a primeira Copa do Mundo que competi, na
Ucrânia, a evolução foi de uns 400%. Não tem comparação. Antes eu não
aguentava o frio, eu fadigava rápido. Participei de quatro etapas da
Copa do Mundo até aqui. Além de Ucrânia, estive no Canadá, na Alemanha e
na Finlândia. Em cada uma delas senti evolução. E não estávamos
treinando para as Copas do Mundo. Todo o treinamento era para
PyeongChang. Ainda fizemos esse período de aclimatação. Assim, nossa
expectativa é que tenhamos nos Jogos os nossos melhores desempenhos,
tanto eu quanto o Cristian", afirmou Aline.
Para
ela, o dia perfeito para a competição teria uma temperatura dentro de
um padrão de "civilidade" e uma neve com espessura ideal. "Uma condição
perfeita seria uma temperatura de média de cinco graus negativos, nem
tão frio nem tão quente. E que a neve esteja numa condição nem tão
escorregadia nem tão pesada, mas perfeita para eu ser agressiva nas
curvas, ousada e de preferência sem quedas. Mas cada dia é um dia. A
neve nunca está igual. Em todo esse período a gente treinou em todo tipo
de situação".
Cristian é
uma das promessas da modalidade. Com apenas 15 anos, o atleta natural
de Rondônia conseguiu em pouco tempo de experiência superar os índices
necessários e adversários diretos na disputa pela vaga em PyeongChang.
“Apesar de ter três anos no roller ski (esqui adaptado para o seco, com
rodinhas), eu só tinha tido uma experiência na neve, por mais ou menos
um mês na Suécia, em dezembro de 2016. Por isso eu nem tinha tantas
expectativas para os Jogos Paralímpicos de Inverno, mas tive resultados
expressivos nas competições, conquistei a vaga e agora quero fazer o
melhor possível”, disse.
Com informações de: Rede do Esporte
Foto: Acervo Pessoal
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