A ginástica artística nacional tem vivido momentos importantes. Em
preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e para as futuras
edições, atletas da categoria adulta e juvenil passaram na semana passada por mais uma seletiva, que irá ditar parte dos rumos
do planejamento das Seleções.
As seletivas praticamente encerram mais um longo período de
preparação dos ginastas adultos, que estão concentrados no Centro de
Treinamento Time Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), desde o dia 26 de
fevereiro. Para completar, Arthur Zanetti, Francisco Barretto, Lucas
Bitencourt, Péricles da Silva e Luis Porto participaram da avaliação
como preparação para o DTB Pokal, em Stuttgart, na Alemanha, em meados
deste mês. Além dos ginastas, vários treinadores fizeram parte do
trabalho nesse período, o que proporciona uma imensa troca de
experiência.
Um grande grupo de atletas da elite fizeram parte da avaliação para
assegurar uma vaga na Seleção Brasileira, que tem uma série de
compromissos pela frente. Além disso, jovens talentos da classe Juvenil
foram observados para integrarem o grupo que irá disputar o
Pan-Americano da categoria, em maio, na Colômbia.
As seletivas fazem parte da metodologia adotada pela comissão técnica
neste ciclo olímpico. Não somente esta, mas as outras que foram
promovidas anteriormente, foram realizadas em formato de competição,
como uma grande simulação, e assim, os atletas podem ser avaliados de
forma mais completa. A escolha leva em conta também critérios físicos e
médicos, entre outros. Tanto que o resultado desses dois dias de testes
ainda serão analisados e divulgados posteriormente.
Segundo o coordenador de Seleções da Confederação Brasileira de
Ginástica (CBG), Marcos Goto, a Seleção Nacional está em aberto. Nenhum
atleta tem vaga fixa e, ao longo do ciclo olímpico, várias seletivas
serão realizadas para formar o grupo tanto masculino quanto feminino.
"São 12 vagas para a Seleção Masculina e 12 para a Feminina, mas todas
as avaliações oficiais que fizermos ao longo desse período, ficam
abertas para os clubes disputarem vagas. Se algum atleta estiver melhor
do que aqueles que estiverem dentro da Seleção, nós fazemos uma troca",
explicou.
Um dos que se dedicou muito aos treinos dessas duas semanas foi
Arthur Nory Mariano, que segue em reta final de recuperação de uma
operação no ombro. "Estamos aqui treinando por duas semanas. Eu ainda
não posso subir nos aparelhos. Estou voltando de uma cirurgia que fiz há
três meses, então, estou me dedicando ao condicionamento físico para
poder ganhar força no ombro. Mas, foi muito bom poder estar junto com
esse grupo e focar nos campeonatos que teremos em 2018 e na preparação
para Tóquio 2020", disse o medalhista de bronze no solo na Rio 2016.
Diego Hypolito, medalhista de prata no solo no Rio, também aproveitou
bastante o período para se preparar para as próximas competições,
depois de se recuperar de uma cirurgia na coluna. "Estou bem satisfeito
porque estou voltando a fazer os exercícios. Agora estou voltando a
minha forma física ideal de novo. Ainda falta bastante para a série. Os
exercícios já faço todos, mas juntei a série na semana passada. Esse
ciclo pretendo de novo estar entre os principais atletas do País. O
objetivo principal é a disputa das Copas do Mundo desse ano. A principal
será a da Alemanha, que já dá início à somatória do ranking mundial,
que dá direito a uma vaga olímpica como especialista", contou.
Flávia Saraiva participou da avaliação e, sempre com um senso crítico
bastante grande, disse que precisa melhorar em alguns aspectos para as
próximas competições. É importante destacar que a seletiva adulta
Feminina também irá definir a equipe que irá representar o Brasil no
Trofeo Città di Jesolo, na Itália, e para a categoria juvenil para o Pan
da categoria. "Acho que sempre podemos melhorar e estou treinando muito
para isso, para mostrar meu trabalho. O ano passado fui a Jesolo e foi
muito bom, consegui trazer três medalhas para o Brasil. Foi emocionante
porque o País nunca havia ganhado mais de três medalhas na competição.
Espero que este ano eu vá e consiga repetir esse feito", destacou.
Ela falou sobre a troca de experiência com as ginastas mais novas.
Apesar de ainda muito jovem, Flávia já possui bastante vivência
internacional e pode passar isso às seguidoras. "É muito engraçado,
porque já competi um ciclo. Mas, para mim não parece. Eu vejo meninas de
12, 13 e 14 anos no primeiro ciclo olímpico e eu ajudo a dar suporte a
elas. É o mesmo que fizeram comigo e agora eu que ajudo as meninas."
Foto: CBG
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