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Dirigentes voltam atrás, e atletas terão doze votos em assembleias do COB

Após uma polêmica assembleia do Comitê Olímpico do Brasil realizada no dia 22 de novembro, uma nova reunião com a presença de presidentes e representantes das confederações esportivas do país foi convocada pelo presidente Paulo Wanderley. O encontro aconteceu no início da tarde desta quarta-feira, na sede da entidade, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e, para a comemoração dos atletas, enfim, foi aprovada por unanimidade a proposta inicial da Comissão Estatuinte desenhada pelo novo estatuto da entidade, aumentando de um para 12 o número de votos para os esportistas nas assembleias do COB. A assembleia, desta vez, foi rápida.

Presidente da Comissão dos Atletas, Tiago Camilo comemorou o resultado, mas lembrou que, no encontro passado, foi criticado por pedir maior representatividade dos atletas. Para o judoca, o processo de convocação de uma nova assembleia após muitas críticas foi desgastante e poderia ter sido evitado:

"Engraçado é que eu fui muito criticado na última assembleia, minha fala foi muito criticada. E eu acredito que o que eu falei foi exatamente o que aconteceu. Eu falei que a assembleia precisava se posicionar, mostrar um caminho positivo para o Ministério do Esporte, para o COI, para a opinião pública, para nossa classe esportiva. Naquele dia era importante eles mostrarem uma abertura da representação. E não fui ouvido, fui criticado como se estivesse cobrando, pressionando. Só falei o que aconteceu, essa enxurrada de coisas negativas após a primeira assembleia... E depois de tudo aquilo, o presidente convocou uma nova assembleia e passou por unanimidade. Isso poderia ter sido evitado, poderia ter sido feito antes. Foi desgastante." comentou Tiago ao site globoesporte.com.

Apesar de toda a polêmica do encontro passado, o presidente do COB, Paulo Wanderley, exaltou nesta quarta-feira a "união do esporte brasileiro" e disse que, depois da última assembleia, houve um amadurecimento das opiniões, que acabaram mudando nesta nova votação.

No encontro desta quarta-feira, que serviu exclusivamente para votar a proposta da maior participação dos atletas no colegiado, compareceram 22 presidentes de confederações esportivas. Além deles, cinco mandaram seus representantes estatutários. Ou seja, ao todo, foram 29 votantes, os 22 presidentes, cinco representantes, o presidente da Comissão dos Atletas, Tiago Camilo, e o representante do COI, Bernard Rajzman.

A Confederação Brasileira de Rugby, que no encontro de 22 de novembro teve o voto invalidado pois o presidente Eduardo Mufarej, que manifestou sua escolha a favor dos atletas em ata e, na ocasião, precisou sair mais cedo, enviou Sami Arap Sobrinho, presidente do Conselho Consultivo. O presidente da Confederação Brasileira de Tênis não compareceu por conta de um compromisso, e os dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol e Pentatlo Moderno chegaram após a votação e não tiveram suas escolhas registradas.

No encontro de novembro, que tinha 28 presidentes de confederações, o representante do COI, Bernard Rajzman, e o dos atletas, Tiago Camilo, houve uma polêmica. As propostas apresentadas pela Comissão Estatuinte para o novo estatuto eram votadas e aprovadas capítulo a capítulo até a última, a da participação de 1/3 de atletas.

Naquela ocasião, após empate em 15 a 15, o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, daria o voto de minerva. Mas o chefe da Confederação de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Avezedo, pediu a impugnação do voto de Eduardo Mufarej, presidente da CBRu, que precisou ir embora antes do fim do encontro, mas havia declarado o voto a favor dos atletas. Com o voto impugnado, venceu uma nova proposta: cinco atletas ao invés dos 12 iniciais. A ideia foi de Durval Balen, presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo.

Apesar do aumento de um para cinco no encontro de 22 de novembro, toda a polêmica desagradou os atletas na ocasião, porque o número não chegou ao que consideravam satisfatório. Dirigentes que votaram contra a proposta inicial foram criticados por esportistas nas redes sociais e chamados de "bando dos 15".

Foi criada na internet a campanha "Atleta não é palhaço". A CBRu, inclusive, ameaçou entrar na Justiça para validar o seu voto. Organizações esportivas e nomes de peso como Bernardinho reclamaram. Pressionado, Paulo Wanderley convocou nova assembleia para votar mais uma vez a questão. Alguns dirigentes que haviam sido contra o 1/3 declararam ao GloboEsporte.com a mudança de posição.

Esses 12 novos votantes vêm da Comissão de Atletas do COB. Na verdade 11, já que o presidente do grupo, o judoca Tiago Camilo, era o voto solitário da categoria até então. Ao todo são 15 atletas eleitos por quem disputou os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e do Rio 2016, mais quatro indicados pelo extinto Comitê Executivo do COB. O presidente Tiago Camilo afirmou que, ainda no mês de dezembro, quer convocar uma reunião entre os membros para conversar sobre as mudanças recentes que vieram com o novo estatuto e, apesar de considerar improvável, não descarta a possibilidade de uma nova votação para redefinir alguns dos participantes desse grupo.

"Temos que pensar agora que precisamos nos unir, precisamos nos organizar para fazer valer esses votos, né? Precisamos levar propostas para construir um esporte mais democrático e também fazer com que pessoas que fazem mau uso da verba pública não tenham mais espaço. Vou fazer uma reunião e definir os novos passos. Vamos definir se vamos fazer ou não (uma nova reunião). Mas acredito que não. Só precisamos ver a disponibilidade de todos, se todos têm isso como compromisso e responsabilidade. A gente sempre decide juntos" falou Tiago Camilo.

Grande parte da comissão de atletas do COB é formada por atletas em fim de carreira ou aposentados. Os 19 integrantes somam 14 medalhas olímpicas e 69 pan-americanas. Há quem esteja envolvido em empreendimentos ligados a seus esportes de origem, como Tiago Camilo, Thiago Pereira e Fabiana Murer, administrando ONGs, como Fabiano Peçanha, ou tenham cargos na área esportiva, caso de Emanuel Rego, diretor de esportes olímpicos do Fluminense.



Com informações de globesporte.com
foto: Rafael Bello/COB

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