O multicampeão do ciclismo Chris Froome, e que foi pego no
doping com uma substância presente em remédios para doenças respiratórias,
afirmou não ter vergonha de usar inalador para asma. Em setembro, durante a
Vuelta a España, onde foi o campeão, os exames do atleta revelaram um alto
índice da substância Salbutamol. Embora a substância não conste na lista de medicamentos
proibidos pela Agência Mundial Antidopagem (WADA), o organismo de Froome
continha o dobro da quantidade permitida.
De acordo com a União Internacional de Ciclismo (UCI), o
teste que acabou revelando a substância foi feito no dia 7 de setembro na 18ª etapa
da competição, que foi vencida pelo próprio Froome.
Na última quinta-feira, 14 de dezembro, Froome afirmou
através de uma nota que considerar o seu caso, e de outros atletas que utilizam
do medicamento por serem asmáticos, um erro da WADA. "É triste ver os
equívocos que estão acontecendo sobre o uso de salbutamol por atletas. Minha
esperança é que isso não impeça os atletas asmáticos de usarem seus inaladores
em situações de emergência por medo de serem julgados. Não é algo para se envergonhar",
garantiu.
Ciclista do Time Sky, Froome tem 32 anos e agora corre o risco
de ser banido pelo ciclismo. O esporte vem lutando nos últimos anos para tentar
limpar a mancha de doping que paira sobre a modalidade. O ciclismo é um dos
esportes com o maior número de casos de doping e grandes escândalos envolvendo
o tema. Caso seja punido, o atleta ainda deverá perder o título da Vuelta a España
se ele não puder fornecer uma explicação satisfatória para a descoberta da
substância em grande quantidade.
Em uma entrevista para a Sky Sports, o quatro vezes vencedor
do Tour de France admitiu que a descoberta era "prejudicial" para sua
reputação. "Foi um grande choque para mim, mas ao mesmo tempo, eu sei que
dentro de mim eu segui fundamentalmente o protocolo. Eu não ultrapassei nenhum
limite", garantiu Froome.
Foto: Sirotti
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