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Queniana campeã olímpica no Rio é suspensa por quatro anos após ser pega no doping

A campeã olímpica da maratona do Rio de Janeiro, a queniana Jemima Sumgong, foi banida por quatro anos após ser pega em um exame antidoping feito fora de competição, confirmou a Federação Internacional de Atletismo (IAAF). A punição foi anunciada depois que um tribunal rejeitou sua justificativa de que a substância EPO entrou em seu organismo depois de ser tratada em um hospital do Quênia antes de cair no doping.

O tribunal não encontrou nenhum registro legítimo da visita ao hospital e ao tratamento para uma gravidez ectópica (fora do útero) alegada por Sumgong. A notícia foi repassada na terça-feira após uma decisão divulgada pela Agência Antidopagem do Quênia. O painel do júri disse que a história do hospital informada por Sumgong, de 32 anos, era "inconsistente na melhor das hipóteses". "Podemos chegar a afirmar que a tentativa de o atleta de explicar como a substância entrou em seu corpo limitou-se a uma tentativa de enganar o painel", afirmou a decisão.

Sumgong se tornou a primeira mulher queniana a ganhar o ouro olímpico na prova da maratona quando triunfou nos Jogos do Rio de Janeiro no ano passado. A queniana também foi campeã da Corrida de São Silvestre em 2016. Ela falhou em um teste antidoping fora de competição no dia 28 de fevereiro e foi banida por quatro anos, contando a partir do dia 3 de abril, data em que a suspensão provisória foi anunciada. A punição deixará a queniana de fora do mundial de atletismo de 2019 e das Olimpíadas de Tóquio em 2020.

"Na sequência da decisão da Agência antidopagem do Quénia (ADAK) de proibir Jemima Sumgong por quatro anos, a atleta tem 21 dias para apelar. Se não houver recurso, ou se houver e a proibição for posteriormente confirmada, os resultados de Sumgong na Série X serão anulados. Florence Kiplagat será declarada vencedora da série e receberá o prêmio em dinheiro. Sumgong também seria banida de todas as corridas da Abbott World Marathon Majors (AbbottWMM) para toda a vida", disse Nick Bitel, conselheiro geral da Abbott World Marathon Majors, em um comunicado.

Bitel afirmou que o órgão seguirá na luta pelo esporte limpo, apoiando os exames antidoping e a punição severa aos culpados. "A AbbottWMM continuará a fazer tudo o que pudermos para garantir que as fraudes sejam capturadas e não se beneficiem de trapaças. Estamos determinados a fazer da maratona um refúgio seguro contra o doping. Além dos testes operados pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo) e as federações nacionais, o AbbottWMM estabeleceu um dos maiores grupos privados de testes de atletas no esporte, com o objetivo de testar 150 atletas fora de competição pelo menos seis vezes por ano.O teste positivo de Sumgong veio de um dos testes fora da competição financiados pela Abbott WMM", contou Bitel.

Sumgong é a atleta de maior renome em uma longa lista de quenianos que foram banidos por doping nos últimos anos. Seu caso segue o de Rita Jeptoo, que era a principal corredora de maratona feminina no mundo, quando também testou positivo para o EPO em um exame fora de competição no Quênia em 2014. Jeptoo também recebeu uma suspensão de quatro anos.

Sumgong não fez o pedido de abertura da amostra B de seu exame e afirmou ter tomado EPO involuntariamente depois de ser atendida no Kenyatta National Hospital em Nairóbi, capita queniana, seis dias antes de seu teste de doping ser tratado por uma gravidez ectópica. Ela afirmou que sofria de dor abdominal intensa e recebeu uma transfusão de sangue e medicação não identificada por um médico sem nome.

A campeã olímpica não foi capaz de fornecer o nome do médico que supostamente a tratou ou documentos confiáveis ​​que mostrassem que ela foi internada no hospital, disse o tribunal. O painel ainda afirmou que os documentos que ela forneceu foram denunciados como falsos pelo hospital. A visita ao hospital não foi avisada por Sumgong no momento em que realizou seu teste antidoping. Ela se justificou dizendo que era por causa do "tabu" envolvendo gravidezes ectópicas e que desejava esconder isso do marido, que também é o seu agente. O único registro que o hospital tem de uma consulta de Sumgong foi no mês abril, quando perguntou aos médicos sobre o tratamento de gravidezes ectópicas.


A Agência Antidopagem do Quênia disse acreditar que Sumgong já estava utilizando EPO antes da defesa de seu título de Maratona de Londres em abril. Sumgong também ganhou as Maratonas de Roterdã e Las Vegas e terminou em segundo lugar nas maratonas de Boston, Chicago e Nova York.

Foto: Fabrice Coffrini/AFP


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