O Comitê Olímpico do Brasil (COB) apresentou nesta segunda-feira (13), em sua sede, no Rio de Janeiro, a proposta do novo estatuto da entidade. Para ser aprovado ele precisa passar por votação em assembleia no próximo dia 22 de novembro.
Pelas novas propostas, o poder do presidente diminui e o da assembleia aumenta. Será dela a função de votar os rumos da entidade e eleger os membros dos conselhos fiscal, de administração e de ética, este uma novidade no COB.
"As mudanças são significativas. A grande maioria vem ao encontro do que já se vinha conversando dentro da própria assembleia e com atores externos. A proposta é dar ao COB uma gestão de governança moderna" disse Ricardo Machado, presidente da Confederação Brasileira de Esgrima e um dos quatro membros da comissão responsável pela revisão do estatuto.
Presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira aposta na maior transparência e governança que o estatuto dará para mudar a imagem da entidade. Ele disse que os presidentes das confederações, responsáveis por aprovar o estatuto receberam o documento de maneira positiva. As mudanças ocorrem em um momento em que o COB pretende cortar até 25% dos postos remunerados, que não é o caso dos membros dos conselhos.
"Estamos trabalhando na redução de pessoal e de custos, entre 15% a 25%. Ainda é cedo para sabermos como isso será feito. Mas para agregar alguém tem que ceder o lugar. Essa mudanças do estatuto são impactantes. Ele já merecia uma revisão há bastante tempo. Se é melhor ou pior, só o tempo vai dizer. A mudança de imagem (do COB) passa por todos esses procedimentos de transparência e governança" disse.
Os atletas ganham mais espaço. A participação deles na assembleia foi um dos principais pontos de debate. Atualmente são 30 presidentes das confederações, um brasileiro do COI e apenas um representante dos atletas. Com o novo estatuto o número de atletas será obrigatoriamente 1/3 dos representantes das confederações. Com a entrada de novos esportes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o número de dirigentes vai subir para 35, e o de atletas saltará para 12. Dessa forma será possível obstruir questões que não estiverem de acordo aos atletas.
Como já era conhecido, o critério para eleger o presidente e vice-presidente do COB ficou bem mais amplo. Antes, para lançar uma chapa era preciso ser membro da entidade por pelo menos cinco anos e ter o apoio de pelo menos 10 presidentes de confederações, um terço do colégio eleitoral. O prazo para lançamento da chapa era até oito meses antes da eleição. Com a mudança, não será preciso ser membro do COB. Basta a indicação de três membros da assembleia, ser brasileiro, maior de 18 anos e não ser ficha suja. A candidatura tem o prazo de até 30 dias após os Jogos Olímpicos, sendo que a eleição é em novembro.
Assim que Paulo Wanderley Teixeira assumiu o COB após a renúncia de Carlos Arthur Nuzman, a assembleia determinou a criação de uma comissão estatuinte para elaborar um novo estatuto. O prazo dado foi de 45 dias. A comissão foi formada pelos presidentes da Comissão de Atletas do COB, o judoca Tiago Camilo, e das confederações brasileiras de atletismo, Toninho Fernades, vela, Marco Aurélio Sá, e esgrima, Ricardo Machado. As ONGs Sou de Esporte e Atletas pelo Brasil participaram de algumas reuniões com sugestões.
O motivo para a pressa também passa pela suspensão do COI imposta ao COB. Parte dela foi revogada no mês passado, mas a entidade nacional ainda não tem como receber recursos avaliados em R$ 7 milhões. O novo estatuto será enviado ao COI para saber se está de acordo com a Carta Olímpica.
Com informações de globoesporte.com
foto: Estadão
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