Em entrevista concedida ao programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, o velejador Robert Scheidt anunciou neste domingo (15) que não disputará mais os Jogos Olímpicos.
Scheidt conquistou cinco medalhas em Jogos Olímpicos: Ouros em 1996 e 2004 na classe Laser, prata em 2000 também na Laser e em 2008 na classe Star e bronze em 2012 na classe Star.
Em 2016, de volta a Laser, Scheidt ficou fora do pódio por 4 pontos, quarta colocação.
Na entrevista, o velejador de 44 anos alegou como motivo o cansaço por excesso de treinamentos e a vontade de ficar mais tempo com a família.
O bicampeão disse na entrevista que: "Uma decisão como essa de não dar sequência à minha carreira olímpica, é
uma decisão das mais difíceis que tive que tomar na minha vida, são 25
anos de esporte de alto rendimento. É uma decisão dificílima de tomar,
sempre acha que pode mais, teu instinto diz que você quer mais. Então,
chegar à uma decisão dessa é sempre dificílimo. Espero poder contribuir
da melhor forma para a equipe olímpica, torcer por esse legado, para que
esse esporte, que já deu tantas medalhas para o Brasil, continue a ter
muito sucesso. E acho que vai ter."
- O volume de treinamento que eu teria que fazer nos próximos dois anos
seria muito grande e eu acabei optando por não dar sequência nesse
projeto. Para mim sempre foram importantes duas coisas na minha
carreira, gostar do que está fazendo e ser competitivo, chegou o momento
que eu não estou me sentindo muito competitivo. Um pouco do fator
físico pesou, já que pequenas lesões vão minando sua capacidade de
volume muito grande de treinamento, que é o que eu precisaria na classe
49. E um barco mais radical, comecei a velejar com 43 anos, não é fácil
você se adaptar a um barco já vindo de 20 anos navegando em barcos
diferentes.
"Também um pouco do lado pessoal, familiar, dois filhos em casa, quero
passar mais tempo com eles. Toda vez que eu saia eles ficavam me
perguntando quando eu ia voltar. Então são coisas que pesam.
Depois de chegar perto da medalha nos Jogos disputados no Rio de
Janeiro, Scheidt avalia sua carreira olímpica com muito mais altos do
que baixos, se se arrepender de nenhuma decisão que tomou."
"O quarto lugar deixa um gosto muito amargo na boca, o quarto lugar na
olímpiada é um bom resultado, mas ninguém lembra, é aquele “quase
medalha”. Não posso me queixar de nada, foi uma caminhada muito longa,
foram 25 anos sonhando com a próxima Olimpíada, tentando sempre subir
aquela montanha, chegar lá no alto e tentar um pódio olímpico. Com muito
sucesso, foram cinco medalhas olímpicas. Com muito trabalho e muita
dedicação, eu consegui chegar lá, realizar meus sonhos dentro do
esporte. Cada Olimpíada foi uma história diferente, uma montanha
diferente para subir. Esse momento chegou, chegou sem avisar muito, tive
que tomar essa decisão. Foi a decisão correta para o momento, mas não
me arrependo de nada, não, foi uma trajetória maravilhosa."
Scheidt competiu esse ano no Mundial da classe 49er, ao lado de Gabriel Borges, terminando em 40º lugar. O brasileiro seguirá velejando, mas em classes não olímpicas.
Foto: Divulgação
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