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Mundial de Judô 2017 - Dia 6

Um sábado histórico para o Brasil no Mundial de Judô, que está sendo realizado em Budapeste (HUN). Pela primeira vez na história da competição uma dobradinha brasileira esteve presente no pódio. Apenas o mito francês Teddy Rinner foi capaz de parar David Moura (prata) e Rafael Silva (bronze) nos tatames húngaros de Budapeste no dia de hoje (02).

Depois de Mayra Aguiar se consagrar a primeira judoca brasileira bicampeã mundial entre as mulheres, Rafael e David entraram nos tatames em busca de dois lugares no pódio para o Brasil. David estava no grupo A, como principal cabeça de chave já que era o melhor colocado no ranking mundial desta temporada. Estreou já na segunda rodada, onde venceu com uma chave de braço o sérvio Zarco Culum avançando para a terceira rodada e garantindo a vitória desta vez por wazari contra o bielorruso Aliaksandr Vekhkiak. Nas quartas de final, última luta da fase da manhã, David não deu chances para o mongol Tuvishinbayar Naydan, campeão olímpico em Pequim 2008, jogando o asiático de costas no chão e encerrando a luta, se garantindo nas semifinais. Na chave D, Rafael Silva iniciou sua busca por sua terceira medalha em mundiais batendo o azeri Ushangi Kokauri por ippon, para em seguida derrotar o romeno Daniel Netea por wazari e enfim, nas oitavas, o tunisiano Faicel Jaballah também por ippon. Sem perder uma luta pela categoria desde a semifinal olímpica de 2008, o francês Teddy Rinner enfrentou Rafael, e infelizmente, jogou o brasileiro rapidamente de ippon, avançando para a semifinal e empurrando o para a repescagem.

Na parte da tarde, a categoria +100kg começou justamente com as lutas daqueles que tentariam voltar para brigar pelo bronze. Rafael enfrentou o austríaco Daniel Allestofer. A luta foi muito amarrada, sem golpes e decidida nas punições. Com inteligência, Rafael soube anular Alleatofer, forçando o a levar três punições e avançando para a disputa de bronze. Logo após essa luta, David Moura, já pelas semifinais, encarou Barna Bor , último atleta da casa que tinha as esperanças de um país inteiro para trazer a primeira e única medalha húngara. David não tomou conhecimento de Bor e com dois minutos de luta aplicou um lindo ippon, por meio de um uchi-mata, garantindo sua primeira final em mundiais. O adversário seria Rinner, que no outro tatame precisou do Golden Score para pontuar sobre o georgiano Guran Tashshvilli e avançar para a final. Se Mayra ontem (01) foi carrasca das japonesas, neste sábado, foi a vez de nossos atletas frustrarem as expectativas dos donos da casa. Depois de perder para David, o húngaro Barna Bor foi o adversário de Rafael Silva pelo bronze. Mais uma vez administrando a luta e vencendo por punições, Rafael viu Bor ser desclassificado por três shiddos, podendo comemorar sua terceira medalha na história deste campeonato. Tendo ainda a prata em 2013 e o bronze em 2014, Rafael se igualou assim a Aurélio Miguel, campeão olímpico em 1988, como os judocas com mais medalhas em mundiais para o Brasil entre os homens, três no total. Na outra disputa por bronze, o experiente mongol Tuvishinbayar Naydan dominou a luta sobre Guran Tashshivilli (GEO) e conquistou sua primeira medalha individual em mundiais, apesar de ter sido ouro em Pequim e prata em Londres, nunca havia subido ao pódio na segunda principal competição da modalidade. Na final, parecia que finalmente era aquele dia que Rinner poderia perder. David lutou muito bem, anulando os golpes do forte atleta, algo incomum para o francês. Em empate levado até o Golden Score, num momento de distração, algo que jamais deve ser feito contra o mito francês, Davi foi projetado por Rinner, levando o ippon e terminando com a prata, uma grande resultado para o judô brasileiro. Rinner, conquistava ali seu nono título mundial e sua 134a vitória na carreira.

Outros dois brasileiros também entraram nos tatames da Laszlo Papp Arena neste sábado. Prata em 2013 e 2014 na +78kg, Maria Suelen Altheman venceu sua primeira luta por ippon contra a argelina Sonia Asselah, mas não conseguiu passar pela chinesa Yu Song, que derrotou a brasileira também por ippon. Assim como aconteceu com quase todas as outras brasileiras, o sorteio não foi bom com Suelen, prova disso, é que Song se tornou bicampeã mundial um pouco mais tarde, em vitória via punições sobre a japonesa Sarah Asahina. Os bronzes da categoria foram para a coreana Kim Mim-jeong e para a azeri Iryna Kindzerska, que venceram respectivamente a turca Kayra Sayit e a holandesa Tessie Savelkus.

Luciano Corrêa, experiente atleta campeão mundial em 2007, também competiu hoje mas não passou da primeira luta pela categoria -100kg, em derrota para o britânico Benjamin Fletcher por wazari. Aaron Wolf, que apesar do nome é japonês, conquistou a vitória e somou o sétimo ouro para sua nação na competição. O triunfo do jovem atleta veio sobre o vice campeão olímpico da categoria inferior (-90kg) Varlam Liparteliani, da Geórgia, que em um ano mudou de categoria e mesmo assim conseguiu chegar novamente em uma importante final. Um dos bronzes foi para o experiente russo Kirill Denisov ao derrotar o holandês Michael Kurrel. Já a outra disputa pelo terceiro posto foi entre dois atletas do Azerbaijão. Triunfo do atual vice campeão olímpico da categoria Elmar Gasimov ao vencer por wazari o compatriota  Elkham Mamadov, campeão mundial em 2013.

As lutas indiduais acabaram, mas estreará amanhã (03) a disputa de equipes mistas. Disputada pela primeira vez em mundiais, o evento também fará a estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e contará com seis judocas, sendo três no masculino  (-73kg, -90kg e +90kg) e três  no feminino  (-57kg, -70kg e +70kg). O Brasil terá em seu time os seguintes atletas: Erika Miranda (57), Rafaela Silva (57), Maria Portela (70), Maria Suelen Altheman (+70), Beatriz Barbosa (+70), Marcelo Contini (73), Eduardo Katsuhiro (73), Victor Penalber (90), Eduardo Betoni (90), David Moura (+90) e Rafael Silva (+90). A estreia será contra o vencedor de Polônia e China. Para ver a chave completa é só clicar aqui.
O sorteio finalmente sorriu para o Brasil, visto que um duelo contra a favorita equipe japonesa apenas acontecerá em uma possível final.

Foto: Confederação Brasileira de Judô.


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