Com receio de se tornarem um dos Jogos com menos adesão de público nos últimos anos, o comitê organizador local divulgou número baixíssimos, relacionados à compra de ingressos, no último dia 31 de agosto. Segundo eles, apenas 5% dos ingressos disponíveis para torcedores da Coréia do Sul e 18% da cota para estrangeiros foi vendida. O total de 1,18 milhão de ingressos foi posto a venda.
Lee Hee-beon, presidente do comitê organizador, disse crer que os altos preços das entradas, que segundo ele tem a influência de empresas estrangeiras, bem como a proximidade com a fronteira do país com a Coreia do Norte, que vive atualmente uma grande tensão com os Estados Unidos, podem ser motivos que causem o baixo número de vendas até agora.
Brian Peters, CEO da Bucket List Eventos, uma grande agência de viagens de Austin, Texas, que reúne pacotes com temas esportivos acredita que o fato de PeyongChang também não ser um grande destino turístico pode ser um dos fatores:
"Eu acho que as pessoas têm muito medo pela proximidade com a Coréia do Norte, mas além disso, para ser sincero, não é um excelente destino turístico", disse. "Eu acho que deveria estar defendendo o ponto de vista oposto, mas não é um ótimo lugar pra fazer turismo. Quem for, irá apenas porque quer ver as Olimpíadas ".
Uma segunda rodada de vendas começou na Coréia do Sul na última terça-feira (12).
Em 30 de agosto, o site oficial de vendas de ingressos dos EUA, CoSport, mostrou muitos assentos disponíveis para as finais em eventos tradicionalmente muito procurados, como o esqui alpino masculino e o halfpipe de esqui, juntamente com oito sessões preliminares de hóquei no gelo.
O porta-voz da CoSport, Michael Kontos, disse que a empresa acredita que as vendas estão acontecendo como esperado e a disponibilidade não é incomum há cinco meses. Ele se recusou a comparar Pyeongchang com os Jogos de Inverno anteriores, observando que "cada um apresenta diferentes fatores que afetam as vendas, como a distância, as despesas de viagem ou mesmo as condições econômicas prevalecentes".
Outro fator que preocupa é a baixa capacidade hoteleira da região, o que tem tornado cada vez mais difícil a venda de pacotes para torcedores estrangeiros. A cidade sul coreana junto com a vizinha Gangneung formam uma das menores sedes olímpicas de todos os tempos. Brian Peters disse que é "muito difícil encontrar inúmeras opções de hospedagens para familiares dos atletas, quanto mais para torcedores".
Se não é uma preocupação primária para o COI, que recebeu de direitos de mídia e patrocínio 90% de sua receita no último quadriênio, para o comitê sul coreano é um dos fatores que vem tirando o sono da organização. Com um orçamento atualizado de gastos com os Jogos chegando a U$ 2.4 bilhões de dólares, eles esperam vender pelo menos noventa por cento dos tickets, o que geraria uma receita de 151 milhões de dólares. Investimento em marketing e promoção das Olimpíadas, além da proximidade do início dos Jogos, são as esperanças de um "boom" nas vendas de entradas para acompanhar de perto os melhores atletas de esportes de inverno do mundo.
Foto: NordicFocus
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