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SurtoRetrô do Rio 2016 - 17 de Agosto

Os Jogos do Rio estavam perto do fim. Modalidades como ginástica artística, natação, ciclismo, tênis e judô já haviam terminado e todos os esportes coletivos estavam em seus momentos decisivos. Naquela quarta feira, o futebol masculino definiu seus finalistas, o vôlei masculino avançava para as semifinais e nas areias de Copacabana uma prata conquistada com muito suor e dedicação era comemorada. 


17 de Agosto de 2016. 

O ano era 1996, aniversário de 100 anos do início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. E por mais que tivéssemos heroínas olímpicas do passado como Aida dos Santos e Maria Esther Bueno, apenas naquele ano as mulheres brasileiras conquistariam suas primeiras medalhas olímpicas, sendo que nossa estréia, não poderia ter sido melhor , do que com uma final do vôlei de praia. Naquele 27 de julho em Atlanta, Jackie Silva e Sandra Pires (ouro) e Mônica Rodrigues e Adriana Samuel (prata) iniciaram uma tradição no esporte que renderia ainda várias outras medalhas olímpicas que viriam ainda com nomes como Adriana Behar, Shelda Bede, Larissa França e Juliana Silva. Naquela noite, Ághata Bednarczuk e Bárbara Seixas, então campeãs mundiais, entraram para esse seleto grupo ao ficarem com a prata na final disputada na Arena de Copacabana. Em uma noite com muitos ventos, que pareciam que iriam derrubar a arena lotada de torcedores brasileiros, alemães e americanos, Kira Walkenhost e Laura Ludwig tiveram uma noite inspiradíssima e não deram chances para as brasileiras. 

A dupla alemã, que era a melhor no ano das etapas do circuito mundial, usou a direção do forte vento para acabar com a recepção das brasileiras em saques potentes, o que desarticulou todo o jogo da dupla da casa,  finalizando a partida em fáceis 2 x 0 (21/18 e 21/14). O esporte é definitivamente assim, existem dias e dias e Agatha e Bárbara deveriam comemorar e muito a conquista da medalha olímpica de uma dupla com grandes feitos, que iam desde o título mundial de 2015 até serem as responsáveis pela única derrota de Kerri Walsh em Jogos Olímpicos. O bronze,inclusive, foi para Kerri Walsh e sua dupla April Ross, que derrotaram de virada a dupla do Brasil, Larissa e Talita, por 2 x 1. Enquanto as brasileiras se abraçavam e choravam pelo quarto lugar, Walsh, tricampeã olimpíca, comemorava e muito o bronze, provando o valor de uma medalha olímpica não importando o metal. 

Ao contrário do dia anterior, no geral o saldo dos jogos decisivos nos esportes coletivos masculinos foram positivos. Nossos dois principais esportes conquistaram vitórias e mantiveram o sonho do ouro. No vôlei, vitória do time de Bernardinho sobre a Argentina por 3 x 1 (25/23, 17/25, 25/19, 25/23). O jogo da semifinal seria contra a Rússia, equipe que venceu o Brasil na final de Londres 2012. A seleção de futebol venceu de forma fácil a surpreendente Honduras, em jogo sediado no Maracanã, por 6 x 0. Com gols de Neymar (2), Gabriel Jesus (2), Marquinhos e Luan, a equipe conseguiu a classificação para a final e tentaria o tão sonhado ouro contra a Alemanha, o que deixou as redes sociais eufóricas com uma revanche do 7 x 1, mesmo que não sendo com os mesmos jogadores em campo. No handebol, um bom jogo apesar de uma derrota para a França. Por 34 x 27, o time nacional se despedia dos Jogos Olímpicos depois de um boa partida contra a melhor e mais temida seleção do mundo.

No atletismo, era dia de Bolt voltar pra pista. Talvez, se fosse "apenas" veloz, não teria a legião de fãs que tem conquistados por sua irreverência. Nas semifinais dos 200 metros o jamaicano venceu com extrema facilidade sua série, garantindo a vaga na final da prova no dia seguinte, onde também tentaria o tri. Andre DeGrasse, veloz atleta canadense que havia sido bronze nos 100 metros, acompanhou o ritmo de Bolt e juntos proporcionaram uma das imagens mais marcantes dos Jogos do Rio pois, pareciam estar "conversando" e "rindo" em meio a prova que dura em torno de 20 segundos. Definitivamente Bolt não é desse mundo. Ainda na modalidade, a compatriota de Bolt Elaine Thompson, venceu a final dos 200 metros rasos feminino, e se tornou a primeira mulher a vencer 100 e 200 rasos em uma mesma edição olímpica desde a americana Florence Grithith-Joyner em Seul 1988. Jamaica definitivamente é a terra da velocidade. No salto em distância feminino vitória americana de Tiana Bartoletta com 7m17, vitória que não foi a única dos Estados Unidos na noite, que fizeram pódio triplo na final dos 100 com barreiras feminino, com ouro para Brianna Rollins, prata para Nia Ali e bronze para Kristi Castlin. Na outra final da etapa, vitória de Conseslus Kiprutu do Quenia nos 3.000 metros com obstáculos.


Na final do salto por equipes no hipismo, o Brasil chegou a fletar com o pódio por alguns momentos, mas terminou em quinto. Ouro para a França, prata para os Estados Unidos e bronze para a Alemanha.

O tênis de mesa se despedia dos Jogos Olímpicos do Rio com ouro para a China na final do torneio por equipes. O país asiático mais uma vez confirmava seu gigante domínio ao conquistar todos os quatro ouros em disputa do torneio olímpico. Dos 32 ouros já distribuídos no tênis de mesa em Jogos Olímpicos, os chineses conquistaram 28, sendo o coreano Ryu Seung Min o último campeão olímpico não chinês, em Atenas 2004.

Outro esporte com forte domínio asiático, porém mais diversificado, é o badminton. O seu primeiro ouro definido foi para a dupla mista da Indonésia Tontowi Ahmad e Liliyana Nastir que venceu Chan Pen Soon/ Goh Yu Ling da Malásia. Zhang Nang e Zhao Yulei da China ficaram com o bronze. 

Na luta olímpica feminina, três ouros para a fortíssima equipe japonesa. Foram campeãs Eri Tosaka (-48 kg), Kaori Icho (-58 kg) e Sarah Dosho (-69 kg). Enquanto Tosaka e Dosho conquistavam seus primeiros ouros olímpicos, Kaori Icho se tornava tetracampeã olímpica. Também decacampeã mundial, provavelmente estará em Tóquio brigando por mais um ouro, desta vez em casa.

Enquanto alguns esportes se despediam dos Jogos do Rio outros estreavam, também com ouros asiáticos. Na categoria até 58 quilos masculino vitória chinesa de Zhao Shuai. Já entre as mulheres da -49kg o ouro ficou com a sul-coreana Kim So-hui. Venilton Teixeira e Iris Tang Sing foram eliminados nas quartas de final do torneio. 

Lucas Matos jornalista e fã do esporte olímpico conta como foi seu dia naquela quarta, ao presenciar a final do vôlei de praia feminino. 

Por Lucas Matos

23H59 de uma terça-feira. Brasil entrava na Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana, com a torcida ensurdecedora. A dupla Ágatha e Bárbara Seixas teriam um páreo duro pela frente, a dupla americana Walsh e Ross, somente medalhistas em Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012). Mas venceram, com parciais de 22/20 e 20/18, em um jogo truncado.

Escolhi o dia 17 por um grande momento, dois jogos no mesmo dia, praticamente. Como fazer uma recuperação física e psicológica, depois de um grande duelo nas areias do Rio de Janeiro? Ágatha e Bárbara Seixas souberam conduzir de uma forma ímpar. 

Às 23h59 de uma quarta-feira, houve a grande final. Durante a madrugada, a dupla brasileira tentou impor seu jogo. Porém, o vento forte não soprava a favor das brasileiras. As atletas repetiram o feito de Adriana Behar e Shelda, sendo derrotadas pelas americanas Walsh e May.

Nos 200m rasos, no atletismo, a classificação do jamaicano, o mito, a lenda, o recordista mundial Usain Bolt confirmou o que o mundo esperava, uma possível medalha de ouro. O canadense André De Grasse também passou à final. Na bateria seguinte, as surpresas ficaram com o compatriota de Bolt, Yohan Blake, e o americano Justin Gatlin, que não se classificaram à última fase.

Fotos: Getty Images


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