Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deixaram um legado muito maior
do que a estrutura física montada para a realização da competição,
deixaram também um legado motivacional por todo o Brasil. O interesse
por diferentes esportes cresceu enormemente e, entre eles, um dos
grandes destaques foi o handebol. Durante os Jogos do Rio, a modalidade
foi massivamente exibida por vários canais de TV abertos e fechados,
além de ter tido uma cobertura de destaque em jornais e sites de
notícias. Tudo isso impulsionou o interesse do público, seja pela busca
de notícias, pelo reconhecimento de novos ídolos ou ainda pela própria
procura para a prática.
Segundo o técnico da Seleção Júnior Feminina, Daniel Suarez, o
Cubano, um exemplo claro disso foi o crescimento do número de inscrições
para as aulas no Centro Olímpico, coordenadas por ele. A escola da
capital paulista teve um aumento de cerca de 300% no número de alunos em
um mês. "Desde o Mirim (10 anos) até os 15 anos, a procura foi muito
grande após os Jogos Olímpicos. Uma turma em que antes tínhamos dez
alunos, hoje temos 40. Lá, nós não fazemos distinção como os grandes
clubes, que só admitem crianças com um talento já comprovado. Nosso
intuito é justamente descobrir novos talentos, fomentar a prática do
handebol, incentivar", garantiu o treinador. "Nós fazemos a iniciação e
depois competimos no Paulista para dar mais incentivo. No ano que vem,
queremos participar do Brasileiro e mostrar o trabalho que temos feito",
planejou.
O Centro Olímpico (Av. Ibirapuera, 1351) conta com quatro
categorias para meninas: Mirim, Infantil, Cadete e Juvenil. As aulas
podem ser iniciadas durante todo o ano. Basta comparecer ao local e
fazer a inscrição. "A categoria Mirim tem aula duas vezes na semana,
Infantil e Cadete três vezes e Juvenil todos os dias. Damos uniforme,
lanche, bilhete único, contamos com uma equipe multidisciplinar com
psicólogas, assistente social, nutricionistas, ortopedia, tudo sem
custo", contou Cubano. "Não temos limite de alunos. Podemos montar mais
turmas se for necessário", lembrou.
O handebol foi o segundo esporte com o maior número de ingressos
vendidos durante a Rio 2016, atrás somente do futebol. O número comprova
a popularidade da modalidade que já é muito difundida nas escolas.
"Depois dos Jogos Olímpicos, a procura pela modalidade foi sensacional.
As crianças sabem quem são os atletas da Seleção e querem fazer o
esporte. Hoje temos 157 atletas. Temos também um projeto piloto do
masculino porque a procura já está sendo grande e no ano que vem
queremos trabalhar com os dois naipes. Além disso, temos projetos para
melhorar ainda mais a infra-estrutura. Hoje possuímos três quadras para
atender ao projeto", finalizou o técnico.
Mas, não foi somente em São Paulo que o handebol passou a chamar
mais atenção das crianças. Em vários Estados a procura por aulas tem
sido muito grande. Manaus é outro exemplo, o Centro Olímpico da capital
amazonense também teve um aumento na procura por aulas da modalidade,
agora com média de 30 alunos no período vespertino. Nas redes sociais da
Confederação Brasileira de Handebol é constante pedidos de indicação de
locais para treinar em todos os cantos do País.
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