Nas palavras de Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB), o Brasil tinha uma meta agressiva e ambiciosa para os
Jogos Paralímpicos Rio 2016. O esperado quinto lugar no quadro de
medalhas não veio. O país terminou em oitavo, abaixo da sétima posição
conquistada em Londres 2012. Porém, o discurso de Parsons no domingo
(18), último dia do evento, foi de satisfação com o que os atletas
alcançaram no Rio de Janeiro e de otimismo para o futuro.
Alguns números ajudam a entender por que Andrew Parsons não se abalou
com o fato de o Brasil não ter cumprido a meta do quinto lugar. Segundo
ele, este era apenas um dos objetivos do país na edição caseira dos
Jogos. Os outros, de acordo com o presidente do CPB, se cumpriram.
“A gente pode considerar essa a melhor participação, apesar de não
ter chegado ao quinto lugar no ranking de medalhas de ouro. Era uma
meta, não uma promessa. O resultado nos dá confiança de que estamos no
caminho certo. Aproveitamos bem esse ciclo, aumentamos o espectro de
modalidades. E esta era uma das nossas expectativas: aproveitar esse
ciclo para diminuir a dependência do atletismo e da natação e aumentar
esse leque”, comentou Parsons.
Foram 72 pódios no Rio 2016, recorde da história brasileira nas
Paralimpíadas, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, 65% a mais do que
na edição anterior. Estes números ainda podem ser destrinchados para
descobrir outros dados comemorados pelo CPB. Enquanto 42 atletas foram
medalhistas em Londres 2012, 113 subiram ao pódio no Rio. Destes, 15
tinham menos de 23 anos. Os brasileiros também registraram 93 melhores
marcas e tempos da carreira, quebraram 12 recordes das Américas e um
mundial, com Daniel Dias, na natação.
Os resultados citados mostram que o Brasil começa a diversificar suas
medalhas, um dos objetivos traçados pelo CPB. No total, o país foi ao
pódio em 13 modalidades, outro recorde nas Paralimpíadas, sendo quatro
inéditas: canoagem, ciclismo, halterofilismo e vôlei sentado. “O tênis
de mesa teve um resultado muito expressivo. Tinha uma prata por equipes.
Agora, além de uma prata individual, a primeira, foram conquistadas
outras três medalhas de bronze”, citou o dirigente.
Parsons também comentou um momento especial vivido por ele no Estádio
Olímpico de Esportes Aquáticos no sábado (17). Ao entregar a medalha
de ouro para o nadador Daniel Dias, o presidente do CPB foi chamado
pelo atleta para subir no pódio, palco sagrado normalmente só pisado
pelos medalhistas, e cantar o Hino Nacional.
“Nunca vou esquecer o que ele fez por mim. É a minha medalha de ouro.
Ter o reconhecimento de um atleta do porte dele, ser homenageado,
cantar o hino do meu país ao lado dele... Eu estava em êxtase, em outra
dimensão”, agradeceu Parsons.
Foto:CPB
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