Se tinha um atleta que não precisava provar mais nada a ninguém nesses jogos rio 2016 era Michael Phelps. Já entre os maiores dentre todos os esportes, Phelps poderia ficar em casa, curtindo o seu filho Boomer, lustrando suas medalhas, mas ele preferiu se testar mais uma vez, encarar a duríssima seletiva americana de natação para garantir vagas nos Jogos Olímpicos. Phelps, que tinha se aposentado após os jogos de Londres, após ficar meio sem rumo, sem poder ficar nas piscinas, quis provar a si mesmo que conseguiria ser mais do que já era no Rio de Janeiro.
E lá veio Phelps nadar nas raias olímpicas do parque aquático do Rio de Janeiro. Ele, que desde Sydney vem abrilhantando os jogos olímpicos, vinha pela primeira vez nadar sem a expectativa (leia-se pressão) de bater recordes: em 2004 e em 2008, a expectativa de bater recorde de medalhas de ouro de Mark Splitz; Em 2012, a expectativa de superar a russa Larissa Latynina e bater o recorde de medalhas olímpicas conquistadas; Em 2016, ele viria apenas para nadar e finalmente curtir uma olimpíada apenas competindo. E indiretamente consolidar mais ainda seu status de lenda do esporte mundial.
E aqui Phelps mostrou ser inigualável. Aumentou sua coleção de medalhas olímpicas; Com as seis medalhas conquistadas no Rio de Janeiro, agora são 28, sendo 23 de ouro, mais ouros do que dezenas de países e uma menos que o Brasil conseguiu em 96 anos de olimpíadas. Até quando perdeu, nos 100m borboleta, Phelps foi épico, pois vencido por Joseph Schooling de 21 anos, um Cingapuriano que em 2008 era apenas um garoto quando pode tirar uma foto com seu ídolo Phelps, que se viu derrotado pelo seu próprio legado, a sua última e mais gratificante derrota na carreira
E o legado que fez Phelps deixou na natação talvez tenha sido o maior prêmio que ele possa ter recebido, maior do que as medalhas olímpicas, mundiais e os recordes mundiais batidos. Phelps queria deixar sua marca no esporte, conseguiu o que queria: Fez o que ninguém havia feito antes dentro das piscinas e fora dela, inspirando milhares de crianças pelo mundo a praticar a natação e fazer dela o seu meio de vida, muitas como Schooling que ainda puderam nadar lado a lado com seu ídolo.
Não há dúvidas que Phelps deixará saudades. Fomos privilegiados de vê-los nas piscinas e não há exagero em afirmar que ele é o atleta do século XXI. Após sua última prova nos 4x100m medley, no último sábado (13), Phelps deixou a piscina olímpica dos Jogos do Rio de Janeiro para retornar ao olimpo dos grandes atletas, mas agora para ficar com o seu nome gravado nos maiores entre os maiores atletas de todos os tempos.
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