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Responsável pelo patrulhamento na área interna dos estádios
fluminenses e pela escolta de delegações e torcidas organizadas, o
Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), da Polícia
Militar, se prepara para atuar, a partir de agosto, nos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016. Além de campeonatos estadual, nacionais e
internacionais de futebol, os agentes da unidade especializada também
agem em partidas de vôlei e basquete.
“Nosso trabalho é baseado em três pilares de atuação: prevenção e
policiamento de proximidade; especialização da tropa e integração com
órgãos públicos e privados. Essas medidas têm surtido efeito. Já não
temos mais casos de violência no interior dos estádios e percebemos uma
redução significativa nos arredores e em locais de concentração das
torcidas”, explicou o comandante do Gepe, major Sílvio Luiz.
Com base nesses pilares, o Grupamento mantém contato direto e promove
reuniões com as torcidas organizadas, para evitar conflitos e brigas e
ouvir demandas. Desde 2012, 70% da tropa já foi qualificada por meio do
Curso de Policiamento de Praças Desportivas (CPPD), no qual os
profissionais têm aulas diárias de Educação Física e matérias de
Policiamento de Proximidade, Técnicas de Escolta de Torcidas e
Psicologia das Massas. A capacitação já recebeu policiais de Goiás, da
Bahia, do Amapá e de Mato Grosso, que planejam levar a experiência para
seus estados. O Gepe também se reúne com as concessionárias de
transporte público, para que atendam às necessidades das torcidas, e com
o Ministério Público e o Juizado do Torcedor, que atuam dentro dos
estádios.
“Fazemos um planejamento completo do evento, com informações captadas
por nossos policiais, nas redes sociais e pelo Disque -Denúncia.
Dependendo da complexidade do jogo, iniciamos o mapeamento com até 12
dias de antecedência, fazemos avaliação de risco e compartilhamos com as
forças que nos auxiliam na atividade. O torcedor muitas vezes sai de
sua casa, pega o transporte público, assiste ao jogo e retorna sem ter
ideia de que um conflito foi evitado por uma medida de prevenção
implantada por nós. Com isso, percebemos o retorno das famílias, com
crianças e idosos aos estádios”, disse o major Sílvio.
As torcidas são monitoradas diariamente e os policiais elaboram um
acervo de informações com dados sobre pessoas e locais que possam gerar
problemas. Em função do trabalho preventivo, o Gepe estende sua atuação
para bairros mais distantes das praças desportivas (que incluem estádios
e arenas), evitando brigas e possíveis mortes.
Modelo é referência para outros estados
Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Gepe vai
compartilhar o policiamento das praças desportivas com a Força Nacional.
A tropa fluminense irá patrulhar as arquibancadas e áreas de
circulação, mantendo contato direto com o público. Já os agentes
federais farão o policiamento externo, no campo e na entrada do estádio,
realizando a revista dos torcedores.
“Já temos a experiência da Copa das Confederações e Copa do Mundo e
estamos nos preparando para a Rio 2016, que será um evento mais próximo
da nossa forma tradicional de atuação. Vamos estudar as legislações e
convenções nacionais e internacionais , além das particularidades de
cada torcida para elaborar uma capacitação voltada para prevenção de
atividades terroristas”, adiantou o major Sílvio Luiz, comandante do
Gepe.
Guia de Recomendações
No início do mês, o comandante do Gepe participou do lançamento do
Guia de Recomendações para Atuação das Forças de Segurança Pública em
Praças de Futebol, em Brasília. Realizado em parceria entre os
ministérios da Justiça e do Esporte e Polícias Militares de diversos
estados, o documento propõe procedimentos que devem ser adotados pelas
secretarias de segurança estaduais; por policiais civis, militares,
federais e rodoviários federais; bombeiros militares e guardas
municipais, além de entidades organizadoras de campeonatos, partidas e
torcidas.
“Representantes dos dois ministérios visitaram o Gepe diversas vezes.
Nosso modelo foi considerado o ideal para a elaboração de um guia de
orientação para os estados que ainda não têm essa expertise nos eventos
de futebol. É recompensador ver que nosso trabalho serve de exemplo para
outras polícias do Brasil”, afirmou o major Sílvio Luiz.
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