Foto: Ministério da Defesa |
Adidos militares de mais de 20 países acompanharam na última terça-feira
(10), em Goiânia (GO), o primeiro dia do exercício interagências de
enfrentamento ao terrorismo. A atividade realizada pelo Ministério da
Defesa é parte da preparação da segurança para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016.
Países como Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Japão, México,
Rússia, Reino Unido, Polônia, Indonésia e Chile conferiram de perto o
entrosamento dos militares de tropas de operações especiais das Forças
Armadas e de diversos órgãos de segurança pública do Brasil que atuarão
na segurança das Olimpíadas.
A atividade é realizada durante toda a semana no Comando de Operações
Especiais do Exército (COpEsp), em Goiânia, onde está ativado, desde
outubro de 2015, o Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo
(CCPCT).
O comandante do CCPCT, general Mauro Sinott, explicou que o
exercício, além de ampliar a integração entre os envolvidos, é
fundamental para mostrar ao mundo que o Brasil está pronto para receber
um evento tão gigantesco quanto as Olimpíadas.
"Os adidos puderam perceber nitidamente que o nosso planejamento, a
nossa arquitetura montada para fazer frente a possíveis ameaças é
perfeitamente factível em termos militares", afirmou. "Nessa atividade,
conseguimos traduzir para eles, em termos práticos, como vamos
desenvolver de forma integrada a atividade contraterror. E pudemos
mostrar que a agenda da segurança é uma atividade de Estado que está em
plenas condições de proporcionar a segurança adequada, não só para a
nossa população, mas para todas as delegações que aqui estiverem",
acrescentou.
Aprovação japonesa e americana
Para Toru Yamachi, adido militar do Japão, próximo país a sediar os
Jogos, o modelo de segurança integrada - já consagrado no Brasil em
outros grandes eventos, como a Copa de 2014 - também será adotado pelo
seu país. "Os militares e policiais brasileiros ofereceram, nesse
treinamento, uma ótima oportunidade de conhecimento para nós. Temos um
sistema integrado bem parecido, mas é muito bom poder ver na prática
como o Brasil está se preparando", disse. "Creio que os Jogos Olímpicos
no Rio de Janeiro serão um verdadeiro sucesso", completou.
O adido militar dos Estados Unidos, Jose Espinosa, falou sobre a
importância de todos os países do mundo estarem atentos a esse tipo de
ameaça. Também destacou que a troca de experiências com o Brasil vem
desde a época da II Guerra Mundial. "É muito bom ver que aqui o
treinamento antiterrorismo também é desenvolvido com excelência",
elogiou.
Área de risco
Ao longo desta terça-feira foram realizadas atividades em pista de
tiro, onde são testadas as capacidades operacionais do militar para
progredir em terreno, enfrentando as mais adversas situações. "Fizemos
aqui a simulação de uma situação que pode acontecer durante uma operação
de resgate em que alguém da equipe ou até o próprio refém pode estar
ferido e o profissional precisa sair da área de risco carregando o
indivíduo e sem perder a eficiência", explica o capitão José Luís
Gonçalves, da Polícia Militar de São Paulo.
O delegado Denis Cali, chefe da Divisão Antiterorismo da Polícia
Federal, ressaltou a importância da atuação interagências. "A cooperação
e a atuação entre as instituições são fundamentais para o combate ao
terrorismo, tanto na participação tática, como na identificação de um
alvo, na forma que a equipe vai entrar, como vai neutralizar o
criminoso", explicou.
Também nesta terça-feira, foi realizada uma oficina de ajuste de
pontaria do armamento, atividade que contou com mais de 280
participantes. O objetivo é garantir a precisão do equipamento, tendo em
vista que em muitas das 17 oficinas de treinamento serão feitos
disparos com tiros reais.
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