Na corrida olímpica do badminton, venceram dois jovens talentos que revelados no Projeto Miratus da Comunidade da Chacrinha,
no Rio de Janeiro. Ygor Coelho, 19 anos, e Lohaynny Vicente, que
completa 20 nesta segunda-feira (02.05), ficaram à frente dos demais
brasileiros no ranking mundial e garantiram vaga no Rio 2016.
"Ser o primeiro brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos no badminton
é fantástico. Tudo o que abri mão durante quatro anos valeu a pena.
Morei sozinho, deixei família e amigos em busca de um sonho. Estou
orgulhoso e mais ainda por ter conseguido a vaga pelo ranking, sem
precisar do convite pelo fato de o Brasil ser país-sede. Devo muito ao
meu pai (Sebastião de Oliveira, fundador do Projeto Miratus), que sempre
me apoiou, e ao técnico Marco Vasconcelos, que me treinou. Com ele tive
grandes resultados", afirmou Ygor.
"Eu não esperava me
classificar. A confirmação veio no último minuto. Ser a primeira atleta
do Brasil a participar dos Jogos no badminton é uma emoção grande. Agora
vem a expectativa do começo dos Jogos Olímpicos e a realização do sonho
de todo atleta", disse Lohaynny, que travou intenso duelo pela vaga
olímpica com Fabiana Silva.
O Brasil já teria uma vaga de simples no feminino e uma no masculino
por ser sede dos Jogos Olímpicos, mas a principal meta da Confederação
Brasileira de Badminton (CBBd) era classificar os atletas pelo ranking
da Federação Mundial de Badminton (BWF, na sigla em inglês). Para isso,
era preciso estar entre os 38 primeiros da corrida olímpica, um ranking
especial chamado de “Race to Rio”, em que os países podem levar dois
atletas no mesmo gênero apenas se eles estiverem entre os 16 melhores.
Na quinta-feira (28.04), data do anúncio dos representantes
brasileiros pela CBBd, Ygor se encontra em 62º no ranking mundial e é o
29º na lista para o Rio, bastante à frente do compatriota Daniel Paiola
(109º). Já Lohaynny está em 67º no ranking mundial e é a 35ª da corrida
olímpica. Ela venceu uma disputa apertada com Fabiana Silva, 72ª
colocada.
"É uma satisfação participarmos pela primeira vez dos Jogos Olímpicos
classificados pelo ranking, sem precisar do convite. O Brasil vai jogar
a competição não porque é sede, mas porque tem competência e foi melhor
do que outros. Jogaríamos os Jogos mesmo que fossem em outro país. É
uma meta que tínhamos e cumprimos", disse o Superintendente de Gestão
Esportiva da CBBd, José Roberto Santini Campos.
A última
competição que valia pontos para o ranking nas Américas, o Pan-Americano
por Equipes, foi encerrado na quarta-feira (27.04), em Campinas (SP),
com uma prata inédita para o Brasil. Alguns torneios internacionais
ainda estão em andamento e serão encerrados neste fim de semana. Em 5 de
maio, a BWF irá divulgar a relação oficial com os atletas
classificados. Serão 76 atletas nas chaves de simples, sendo 38 no
masculino e 38 no feminino.
Programação
Ygor e Lohaynny terão alguns dias de férias e se reapresentam em 16
de maio. A preparação terá início no Centro de Treinamento de Campinas.
No fim de maio, Ygor vai para a Dinamarca e Lohaynny e o técnico Marco
Vasconcelos vão para a Ilha da Madeira, em Portugal. Em 5 de junho, Ygor
se junta aos dois em Portugal até 23 de junho. De lá, os três partem
para os Estados Unidos e Canadá para a disputa de duas competições. Logo
depois, voltam para a fase final de treinamentos em Campinas até a
entrada na Vila Olímpica, no dia 4 de agosto.
"Teremos uma boa
preparação, com treinamentos na Dinamarca, Portugal e em Campinas com
atletas de alto nível, também classificados para os Jogos Olímpicos.
Nosso objetivo é ganhar uma partida, o que nos colocaria entre os 20
melhores e seria excelente para o Brasil", explicou Marco Vasconcelos.
Duplas femininas
Lohaynny e sua irmã Luana Vicente ficaram como a dupla número dois da
América, possivelmente a quarta ou quinta dupla reserva no mundo. A
CBBd acredita que ainda há possibilidade de classificação. "Quem sabe
ainda temos uma chance. São 16 duplas nos Jogos Olímpicos e, se estamos
como quinto reserva, então estamos em 21º, 22º na corrida olímpica, o
que é bom", disse José Roberto Santini.
Foto: Montagem/Fotojump
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